Em meio à crise econômica e a alta do desemprego, o Metrô de São
Paulo perdeu 300 mil passageiros diários, em comparação com 2015. A
queda no número de usuários se acentuou em Agosto de 2016. Entre Janeiro e Maio de 2016,
a companhia registrou 100 mil passageiros a menos por dia, em relação
ao mesmo período de 2015.
Segundo o Secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, o Metrô transportou diariamente 4,7 milhões de passageiros por dia na média de julho de 2015. Em 2016, porém, houve queda de 6,3%, chegando a 4,4 milhões de usuários diários.
Esse índice considera as Linhas 1-Azul, 2-Verde, 3-Vermelha, 5-Lilás e 15-Prata, do Metrô, mas exclui a Linha 4-Amarela, administrada pela ViaQuatro. Em Junho de 2016, último mês com balanço fechado, a concessionária registrou queda de 1,43% no número de passageiros da Linha 4-Amarela. Foram 693,600, em média, em dia útil, em Junho de 2015, ante 683,7 mil no mesmo mês deste ano.
“Números recentes falam em 1,6 milhão de desempregados na Grande São Paulo, e o Metrô tem transportado a menos cerca de 300 mil pessoas por dia”, disse Pelissioni, nesta quarta-feira, em entrevista à Rádio Estadão. Segundo o secretário, o recuo é reflexo da “crise econômica pela qual passa o País”.
O Secretário negou que o aumento na concessão de gratuidades tenha grande impacto nas finanças da companhia, mas afirmou que o menor número de usuários tem diminuído os recursos do Metrô. “Cada vez eu tenho menos receita e as despesas são as mesmas: energia, funcionários”, disse. “O que tem impactado o caixa é a própria crise econômica.”
A pasta não informou qual foi a queda na receita tarifária do Metrô. Em junho, o diretor de Operações da empresa, Mário Fioratti, disse que, graças à queda no número de passageiros (de 86 mil por dia, ou 100 mil, sem considerar a Linha 4-Amarela) havia previsão de redução de R$ 60 milhões no orçamento para 2016. Recentemente, a companhia abriu um Plano de Demissão Voluntária, o primeiro desde 1998.
Explicação
Especialista em transportes, o engenheiro de tráfego Horácio Augusto
Figueira aponta a crise econômica como a causa “mais provável” para a
redução do número de passageiros. “As pessoas acabam deixando a
faculdade de lado ou ficando desempregadas. A demanda cai naturalmente. ”
Para Figueira, o índice triplicar em poucos meses se explica pelo tamanho da demanda do Metrô. “Qualquer variação implica em um número muito grande de pessoas”, disse o especialista que, usuário do transporte, tem notado os trens “menos cheios”. “Isso não justifica qualquer discurso para parar de investir, porque a demanda vai voltar. É um bom momento para se planejar. ”
Outra hipótese do especialista é que os usuários estejam migrando para outros meios de transporte.
Em Junho de 2016, a SPTrans viu crescer o número de passageiros em 2,4%, em
comparação com o mesmo mês de 2015.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária/O Estado de São Paulo
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