O Metrô de São Paulo registrou um aumento no número de falhas e atrasos
na linha em que foi implantado um sistema que deveria melhorar a
qualidade do serviço. O contrato é alvo de ação do Ministério Público.
No Metrô de São Paulo tem sempre alguém com uma história de trem parado na linha.
“Ele está funcionando normal. Aí, vai, ele para do nada. Ninguém sabe como, para do nada”, conta um passageiro.
Desde fevereiro, a linha tem um sistema digital de controle. As antenas
de transmissão instaladas em cima dos trilhos registram quando o trem
passa e enviam a informação para o sistema.
O sistema deveria melhorar o desempenho da linha, mas um relatório do
Metrô revelou que de janeiro a junho aconteceram dez falhas, com atrasos
de 23 minutos em média. Em 2015 inteiro, sem o sistema, foram sete. Em
2014, cinco. Em 2013, dez.
O contrato ainda prevê a instalação do sistema em outras duas linhas.
Ele foi fechado em 2008, no Governo de José Serra com a
empresa Alstom. O valor era de R$ 780 milhões e o prazo de entrega era
2010.
A Alstom não conseguiu cumprir o contrato. O governo de São Paulo,
então, aplicou uma multa de R$ 78 milhões e ameaçou romper o negócio com
a multinacional francesa.
A “Folha de S. Paulo” publicou dia 24/07/2016 que a Alstom alegou que o
Metrô não tinha feito obras para implantação do sistema e que o Metrô
exigiu mudanças que aumentaram o custo em R$ 173 milhões. Já o Metrô
alegava que os atrasos da Alstom provocaram prejuízo de quase R$ 300
milhões.
O caso foi parar numa corte internacional de arbitragem, conforme
estava previsto no contrato. Em Janeiro de 2016, eles chegaram a um
acordo.
Segundo o jornal, o Governo de Geraldo Alckmin perdoou uma
dívida de R$ 116 milhões: é a diferença entre o prejuízo que o Governo Estadual
diz que teve com o atraso do sistema e o que a Alstom diz que gastou a
mais em obras. A entrega final do equipamento ficou para 2021.
O contrato já estava sendo investigado pelo Ministério Público, que denunciou a Alstom em outras três ações civis.
“Essa implementação não se referia apenas à Linha 2-Verde, mas
se referia também à Linha 1-Azul e à Linha 3-Vermelha, que não tem perspectiva nenhuma
de ser implantado, tornando-se absolutamente lesivo ao estado”, disse o
promotor de Justiça Marcelo Milani.
O Governo de São Paulo negou que o Metrô tenha perdoado a dívida.
“Tem um equívoco ao analisar essa questão de valores, são valores
pedidos. O governo podia tanto ganhar valores a mais como perder. Ou
rescindíamos o contrato, e depois teríamos que licitar novamente, ou
fazíamos uma repactuação contratual, o que foi inclusive apoiado pela
Procuradoria-Geral do Estado, que é a advocacia do estado”, afirmou o Secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos, Clodoaldo
Pelissioni.
A Alstom declarou que a repactuação do contrato foi aprovada pelos
órgãos competentes e homologada pelo Tribunal Arbitral e pela Corte da
Câmara de Comércio Internacional, e que o contrato está sendo executado.
Fonte da Notícia: Rede Globo-Jornal Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário