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segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Linhas de Monotrilho demoram mais tempo para serem construídas do que linhas de Metrô

Obras do Monotrilho da Linha 15-Prata
O Governo do Estado de São Paulo suspendeu até pelo menos 2017, o começo da construção de dois trechos do Monotrilho da Linha 17-Ouro, que deveria ligar a região do bairro Jabaquara até área posterior do Morumbi, na zona sul da capital paulista.

As obras paralisadas envolvem a construção de dez quilômetros de linha que correspondem a 57% da extensão total do trecho que deveria ter 17,6 quilômetros de extensão.

Se as obras forem recomeçadas em 2017, a previsão é de que sejam concluídas em até 30 meses. Assim os trechos e estações devem ser entregues somente entre 2018 e Julho de 2019. Os trechos suspensos são dos extremos do trajeto, da Estação Morumbi, que faria conexão com a Linha 9-Esmeralda da CPTM, na região da Marginal Pinheiros, até a futura Estação Morumbi-São Paulo da Linha 4-Amarela do Metrô, que também está atrasada e só deve ser entregue em 2018.

No outro extremo estão suspensas as obras entre o Aeroporto de Congonhas e Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul do Metrô, que também faz conexão física com o Corredor Metropolitano ABD.

Assim apenas um trecho de 7,7 quilômetros entre Congonhas e a Linha 4-Amarela está em construção pelo consórcio das empresas Andrade Gutierrez e CR Almeida.

A Promessa inicial é de que esse trecho deveria estar pronto em 2010, mas agora somente deve sair do papel no segundo semestre de 2017.

De acordo com reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, a gestão Alckmin responsabilizou a crise econômica financeira que o país atravessa, a alta da inflação, o crescimento do dólar, a queda do PIB e os juros altos para os atrasos.

Construções de monotrilhos têm significado fracassos e modelo de transporte é questionado:


A construção dos monotrilhos em São Paulo até o momento tem representado fracasso. Problemas financeiros e técnicos colocam em dúvida sobre se o monotrilho é a melhor escolha para os transportes na capital e região metropolitana.

Ao jornal O Estado de São Paulo, o especialista e mestre em Transportes pela USP Horácio Augusto Figueira, diz que o Monotrilho não é o melhor meio de transporte por atender poucas pessoas diante do custo de construção e operação. Ele usa como exemplo a própria Linha 17-Ouro

“A demanda por passageiros no trecho que o Metrô vai priorizar é “pífia”. Um corredor de ônibus à esquerda, com os coletivos entrando no aeroporto, ficaria bem mais acessível. Ele já estaria operando e com um custo bem menor.” 

No entanto, ele defende a conclusão do que foi iniciado.

Obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro
O insucesso do monotrilho é tão grande que a gestão Alckmin prometeu até o final de 2015 a conclusão de 38,6 quilômetros do modal de transporte que consiste em trens de média capacidade que circulam sobre elevados usando pneus.

Seriam três linhas de Monotrilho: a Linha 15-Prata, entre Vila Prudente e Cidade Tiradentes; a Linha 17-Ouro, do Jabaquara até a região posterior do Morumbi; e a linha 18 bronze, entre a região do ABC Paulista e a estação Tamanduateí de trem e metrô.

Destes 38,6 quilômetros, que deveriam ter sido concluídos até o final de 2015, apenas 2,9 quilômetros estão em operação e em horário reduzido, das 06h às 20h, na linha 17 Prata, entre as Estações Terminal Vila Prudente e Oratório.

Obras estão ficando cada vez mais caras

A lentidão para conclusão das obras do Monotrilho é tão grande que, de acordo com comparação feita pelo Jornal Estado de São Paulo, tem sido mais difícil a construção deste modal do que do próprio metrô subterrâneo, que transporta em torno de sete vezes mais passageiros, consegue desafogar o trânsito com maior eficiência e atrair mais pessoas para o transporte público.

“Se cumprido o novo cronograma da Linha 17, em seis anos de obras, a gestão Alckmin terá aberto sete estações e construído 7 km de monotrilho na capital. Para efeito de comparação, também ao longo de seis anos, entre 1968 e 1974, o Metrô abriu sete estações da Linha 1-Azul, com obras subterrâneas, consideradas mais complexas e mais caras.

A Linha 17-Ouro foi orçada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, mas já está custando R$ 5,5 bilhões, um aumento real de 41%.” – releva a reportagem deste dia 31/12/2015, assinada pelos repórteres Bruno Ribeiro, Fabio Leite e Rafael Italiani.

Problemas não são apenas financeiros: 

Apesar de o governo do estado insistir na tese de que o problema principal dos monotrilhos é financeiro, a própria Companhia do Metrô admite que existem entraves técnicos que evidenciam a dificuldade para implantação do meio de transporte. Segundo o Metrô, além dos problemas ordem econômica no país, “há a necessidade de equacionar pendências e duplicação de vários trechos de vias para implementação das colunas e vigas dos monotrilhos das Linhas 15-Prata e 17-Ouro”

Além disso, sobre a Linha 17-Ouro do Monotrilho, o Metrô informou que faltam a emissão da Licença Ambiental de Instalação pela Secretaria Municipal do Verde e do Meio Ambiente e o prolongamento da Avenida Hebe Camargo, além do remanejamento de 10 mil famílias que serão retiradas do trajeto por onde deveria passar o monotrilho.

Em relação à Linha 15-Prata do Monotrilho, segundo o Metrô ao TCE, falta o remanejamento da galeria do Córrego da Mooca, além da duplicação e adequação da Avenida Ragueb Chohfi. O Tribunal de Contas do Estado questionou os atrasos das obras.

O Monotrilho da Linha 18-Bronze, conhecido como monotrilho do ABC, não tem previsão para ser iniciado. O Governo do Estado de São Paulo também atribui o atraso a condições financeiras, mas também ocorrem problemas técnicos. Primeiro porque as obras só podem ser iniciadas depois de testes da Linha 17-Ouro, que não tem nenhum trecho em operação. Além disso, há dúvidas sobre a capacidade financeira da empresa MPE de fornecer os trens do monotrilho, reveladas pelo Metrô ao Ministério das Cidades. Há entraves também na construção da estrutura do modal, como galerias de água Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São Bernardo do Campo, que inicialmente não foram previstas no projeto desta linha de trens suspensos.

Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus 
Imagem 1: Sérgio Mazzi
Imagem 2: Nexo Jornal

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