Obras do Monotrilho da Linha 15-Prata |
O Governo do Estado de São Paulo suspendeu até pelo menos 2017, o
começo da construção de dois trechos do Monotrilho da Linha 17-Ouro,
que deveria ligar a região do bairro Jabaquara até área posterior do
Morumbi, na zona sul da capital paulista.
As obras paralisadas envolvem a construção de dez quilômetros de
linha que correspondem a 57% da extensão total do trecho que deveria ter
17,6 quilômetros de extensão.
Se as obras forem recomeçadas em 2017, a previsão é de que sejam
concluídas em até 30 meses. Assim os trechos e estações devem ser
entregues somente entre 2018 e Julho de 2019. Os trechos suspensos são
dos extremos do trajeto, da Estação Morumbi, que faria conexão com a Linha 9-Esmeralda da CPTM, na região da Marginal Pinheiros, até a futura
Estação Morumbi-São Paulo da Linha 4-Amarela do Metrô, que também está
atrasada e só deve ser entregue em 2018.
No outro extremo estão suspensas as obras entre o Aeroporto de
Congonhas e Estação Jabaquara, da Linha 1-Azul do Metrô, que também faz
conexão física com o Corredor Metropolitano ABD.
Assim apenas um trecho de 7,7 quilômetros entre Congonhas e a Linha 4-Amarela está em construção pelo consórcio das empresas Andrade
Gutierrez e CR Almeida.
A Promessa inicial é de que esse trecho deveria estar pronto em 2010,
mas agora somente deve sair do papel no segundo semestre de 2017.
De acordo com reportagem do Jornal O Estado de São Paulo, a gestão
Alckmin responsabilizou a crise econômica financeira que o país
atravessa, a alta da inflação, o crescimento do dólar, a queda do PIB e
os juros altos para os atrasos.
Construções
de monotrilhos têm significado fracassos e modelo de transporte é questionado:
A construção dos monotrilhos em São Paulo até o momento tem
representado fracasso. Problemas financeiros e técnicos colocam em
dúvida sobre se o monotrilho é a melhor escolha para os transportes na
capital e região metropolitana.
Ao jornal O Estado de São Paulo, o especialista e mestre em
Transportes pela USP Horácio Augusto
Figueira, diz que o Monotrilho não é o melhor meio de transporte por
atender poucas pessoas diante do custo de construção e operação. Ele usa
como exemplo a própria Linha 17-Ouro
“A demanda por passageiros no trecho que o Metrô vai priorizar é
“pífia”. Um corredor de ônibus à esquerda, com os coletivos entrando no
aeroporto, ficaria bem mais acessível. Ele já estaria operando e com um
custo bem menor.”
No entanto, ele defende a conclusão do que foi iniciado.
Obras do Monotrilho da Linha 17-Ouro |
O insucesso do monotrilho é tão grande que a gestão Alckmin prometeu
até o final de 2015 a conclusão de 38,6 quilômetros do modal de
transporte que consiste em trens de média capacidade que circulam sobre
elevados usando pneus.
Seriam três linhas de Monotrilho: a Linha 15-Prata, entre Vila
Prudente e Cidade Tiradentes; a Linha 17-Ouro, do Jabaquara até a
região posterior do Morumbi; e a linha 18 bronze, entre a região do ABC
Paulista e a estação Tamanduateí de trem e metrô.
Destes 38,6 quilômetros, que deveriam ter sido concluídos até o final
de 2015, apenas 2,9 quilômetros estão em operação e em horário
reduzido, das 06h às 20h, na linha 17 Prata, entre as Estações Terminal Vila
Prudente e Oratório.
Obras estão ficando cada vez mais caras
A lentidão para conclusão das obras do Monotrilho é tão grande que,
de acordo com comparação feita pelo Jornal Estado de São Paulo, tem sido
mais difícil a construção deste modal do que do próprio metrô
subterrâneo, que transporta em torno de sete vezes mais passageiros,
consegue desafogar o trânsito com maior eficiência e atrair mais pessoas
para o transporte público.
“Se cumprido o novo cronograma da Linha 17, em seis anos de
obras, a gestão Alckmin terá aberto sete estações e construído 7 km de
monotrilho na capital. Para efeito de comparação, também ao longo de
seis anos, entre 1968 e 1974, o Metrô abriu sete estações da Linha 1-Azul,
com obras subterrâneas, consideradas mais complexas e mais caras.
A Linha 17-Ouro foi orçada inicialmente em R$ 3,9 bilhões, mas já está custando R$ 5,5 bilhões, um aumento real de 41%.” – releva a reportagem deste dia 31/12/2015, assinada pelos repórteres Bruno Ribeiro, Fabio Leite e Rafael Italiani.
Problemas não são apenas financeiros:
Apesar de o governo do estado insistir na tese de que o problema
principal dos monotrilhos é financeiro, a própria Companhia do Metrô
admite que existem entraves técnicos que evidenciam a dificuldade para
implantação do meio de transporte. Segundo o Metrô, além dos problemas
ordem econômica no país, “há a necessidade de equacionar pendências e
duplicação de vários trechos de vias para implementação das colunas e
vigas dos monotrilhos das Linhas 15-Prata e 17-Ouro”
Além disso, sobre a Linha 17-Ouro do Monotrilho, o Metrô informou que
faltam a emissão da Licença Ambiental de Instalação pela Secretaria
Municipal do Verde e do Meio Ambiente e o prolongamento da Avenida Hebe
Camargo, além do remanejamento de 10 mil famílias que serão retiradas do
trajeto por onde deveria passar o monotrilho.
Em relação à Linha 15-Prata do Monotrilho, segundo o Metrô ao TCE, falta o
remanejamento da galeria do Córrego da Mooca, além da duplicação e
adequação da Avenida Ragueb Chohfi. O Tribunal de Contas do Estado
questionou os atrasos das obras.
O Monotrilho da Linha 18-Bronze, conhecido como monotrilho do ABC, não tem
previsão para ser iniciado. O Governo do Estado de São Paulo também
atribui o atraso a condições financeiras, mas também ocorrem problemas
técnicos. Primeiro porque as obras só podem ser iniciadas depois de
testes da Linha 17-Ouro, que não tem nenhum trecho em operação. Além
disso, há dúvidas sobre a capacidade financeira da empresa MPE de
fornecer os trens do monotrilho, reveladas pelo Metrô ao Ministério das
Cidades. Há entraves também na construção da estrutura do modal, como
galerias de água Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São
Bernardo do Campo, que inicialmente não foram previstas no projeto desta
linha de trens suspensos.
Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus
Imagem 1: Sérgio Mazzi
Imagem 2: Nexo Jornal
Nenhum comentário:
Postar um comentário