Mapa da Futura Linha 6-Laranja |
A Futura Estação Higienópolis-Mackenzie da Linha 6-Laranja do Metrô, a
“linha das universidades”, deve ser o ponto mais difícil da construção
do novo ramal. O solo frágil e muito argiloso requer cuidados
adicionais, segundo o Consórcio Expresso Linha 6-Laranja, grupo à frente da
obra. Os imóveis ao redor da parada, na região central de São Paulo,
estão sendo vistoriados e as análises, registradas em cartório.
“É uma garantia para nós e para eles (o Metrô)”, afirma o
gerente de Operações do consórcio, Nicolas Eduardo Vasquez Tanwing. A
medida é para evitar problemas como o da Linha 4-Amarela, que sofreu
desabamento, em 2007, matando sete pessoas. Se durante as obras for
identificado algum dano, o consórcio afirma que se responsabilizará pela
restauração.
A empresa já começou a operar a primeira fábrica
relacionada à construção da linha. Trata-se de um complexo de 2,6 mil m²
em Perus, na zona norte da capital, que fará as estruturas do túnel que
ligará São Joaquim (centro) a Brasilândia (zona norte). Serão erguidas
15 estações no total.
Além do cuidado especial com a região de Higienópolis, a
obra apresenta outro ponto crítico: a Estação Pacaembu. É que ali o
projeto prevê a abertura de um ponto de abastecimento da escavadora, o
que vai significar movimento constante e intenso de caminhões pelo
bairro.
Diariamente, cem caminhões vão atravessar a cidade para
transportar peças. Há também os veículos para o transporte da terra
retirada dos túneis, que será depositada em Carapicuíba, segundo o
licenciamento ambiental aprovado para o projeto.
Desapropriações
A construção da Linha 6-Laranja é uma PPP. O consórcio tem como principal acionista um fundo
de investimentos, além de empresas como Odebrecht, Queiroz Galvão e
UTC. O investimento é de R$ 9,6 bilhões. Ao Estado, cabem as
desapropriações – são 371, das quais 180 já tiveram a imissão de posse
definida pela Justiça. Outro trecho crítico, cujo atraso já arriscava
comprometer a obra, fica no extremo norte: o pátio de manobras em Morro
Grande. Segundo o consórcio, o acordo judicial do terreno já foi
fechado.
Conforme cronograma do governo do Estado, a obra deve ficar
pronta em 2019. A previsão é de que a linha seja usada por 633 mil
pessoas diariamente.
Aduelas. A fábrica inaugurada em Perus está fazendo as
“aduelas”, peças de concreto que, unidas, dão sustentação ao túnel por
onde passarão os 22 trens previstos para a linha. Cada anel do túnel tem
nove aduelas. A obra terá 7,3 mil anéis.
Essas peças são fixadas no solo pela mesma máquina que faz a
escavação do túnel, equipamento apelidado de tatuzão. Há dois comprados
para a construção da Linha 6-Laranja, segundo o consórcio. “Um para o solo, que
ficará do lado do centro, e outro para solo e rocha, que fica na zona
norte”, diz o gerente de Operações Tanwing.
O plano é que os tatuzões sejam montados em uma área de
operações entre a Marginal do Tietê e a Rua Balsa, do lado norte do rio,
onde ficará a Estação Freguesia do Ó, e entre a Marginal e a Rua
Aquinos, no lado centro. De lá, os tatuzões vão seguir em direção aos
extremos da linha. A construção das estações, do miolo para as pontas,
tem de acompanhar o avanço das obras no subsolo.
O primeiro dos tatuzões deve chegar à capital em março do
ano que vem; e o segundo, em junho. Até lá, os engenheiros encarregados
do projeto esperam ter um estoque de ao menos 2 quilômetros de aduelas
para abastecer as máquinas – cada anel do túnel tem 1,8 metro.
O concreto produzido na fábrica de Perus terá um tratamento
específico. A mistura de cimento, areia e pedra é acrescentada de
pequenos filetes de ferro, para dar mais resistência ao material, e por
pequenos fios de plástico especial.
“Fazemos isso porque temos de pensar na segurança. Durante a
fabricação, algumas gotas de água ficam presas no concreto. Se há um
incêndio no túnel, existe risco de explosão, uma vez que a água ferve e
não tem como sair. O polipropileno cria um ‘caminho’ para a água sair
com segurança”, diz Tanwing.
A água usada na mistura do concreto vem de um lago dentro
da própria pedreira onde a fábrica está instalada e é reutilizada. “Tem
tratamento da água e do esgoto”, afirma o gerente. Os moldes das aduelas
e de outros equipamentos usados na formação das peças são importados da
França.
Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
Imagem: Governo do Estado de São Paulo
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