Assembleia dos metroviários e ferroviários em 20/05/2015 |
Os trabalhadores do Metrô e da CPTM decidiram entrar em GREVE a partir do próximo dia 27/05/2015. A
decisão foi tomada em assembleias realizadas em vários pontos da cidade, na noite de 20/05/2015. Segundo os sindicatos, a ação se dá em
virtude da falta de respostas das empresas para as reivindicações
salariais das categorias, que estão em campanha salarial. Novas
assembleias serão realizadas dia 26/05 para ratificar e organizar as
paralisações, caso não haja fato novo nas negociações.
No ano passado, os metroviários paralisaram as atividades
durante seis dias, de 04 à 09/06/2014. Houve piquetes em estações e a
Polícia Militar foi acionada pelo Governo de Geraldo Alckmin para
impedir o fechamento de estações. Ao final da mobilização, Alckmin
mandou demitir 42 trabalhadores por justa causa, situação que se arrasta
na Justiça até hoje. A CPTM não teve paralisações em 2014.
Dois oficiais de Justiça compareceram à assembleia, antes
mesmo de ser tomada qualquer decisão. E notificaram a diretoria do
sindicato de que a entidade estaria sujeita a multa de R$ 100 mil ao dia
caso não mantivesse em funcionamento 70% da operação em horário normal e
100% em horários de pico. A decisão determina ainda a presença de
integrantes do TRT no Centro de Controle Operacional para fiscalizar o
cumprimento da notificação pelos trabalhadores.
O presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo
Prazeres Júnior, disse que a entidade denunciará o governo paulista por
prática sindical intimidatória, por violar violação de diversas
resoluções da OIT no que diz
respeito aos direitos de organização e de greve.
Reivindicações
As reivindicações dos metroviários são reajuste salarial de
8,24%, referente à reposição da inflação, mais aumento real de 9,49%.
Eles querem ainda aumento de 10,08% no vale-refeição (hoje em R$
669,16 por mês) e fixação do vale-alimentação em R$ 422,84, ante os
atuais R$ 290, o que corresponde a 45,8% de aumento. A data-base da
categoria é 1º de maio. Segundo o sindicato, o Metrô recusou todas as
reivindicações dos trabalhadores. A companhia não se manifestou.
Os trabalhadores também exigem a reintegração
dos 37 demitidos na greve de 2014 que ainda não foram reincorporados. As
demissões dos metroviários foram consideradas ilegais pelo juiz da 34ª
Vara do Trabalho em São Paulo, Thiago Melosi Sória.
Porém, a decisão não teve efeito porque o mesmo TRT não
julgou ainda um recurso dos trabalhadores contra um mandado de segurança
impetrado pelo Metrô paulista, que já havia impedido o regresso dos
trabalhadores no ano passado. Como o mandado está em segunda instância, a
decisão de primeira não pode modificá-lo.
Amanhã, às 19h, haverá audiência pública na Assembleia
Legislativa paulista para discutir alternativas para reverter as
demissões ocorridas em 2014 e também em 2007. O evento foi convocado
pelos deputados Raul Marcelo e Leci Brandão. A comunista
apresentou um projeto de lei no ano passado, propondo anistia aos
metroviários grevistas.
Ferroviários
Os trabalhadores da CPTM reivindicam reposição de 7,89%,
mais 10% de aumento real, e a garantia de pagamento mínimo de R$ 5 mil
referentes ao Programa de Participação nos Resultados de 2015.
Eles também reivindicam vale-refeição R$ 840, vale-alimentação de R$ 400
e auxílio materno-infantil de R$ 500. A CPTM ofereceu 6,65% de aumento
salarial, com reajuste igual para a garantia mínima do PPR.
A categoria está dividida entre três sindicatos,
correspondentes às empresas ferroviárias que mantinham sistemas em São
Paulo, antes da unificação na CPTM. São os sindicatos dos Ferroviários
de São Paulo, dos Ferroviários da Zona Sorocabana e dos Ferroviários da
Central do Brasil. Parte dos trabalhadores da estatal está organizada
ainda no Sindicato dos Engenheiros de São Paulo.
A CPTM opera os trens que ligam cidades da região
metropolitana – Jundiaí (norte) ao ABC, Mogi das Cruzes (leste) a
Itapevi (oeste) – cruzando a capital paulista. O sistema transporta
cerca de 3,5 milhões de pessoas todos os dias.
Em nota divulgada à noite, a Secretaria dos Transportes
Metropolitanos disse lamentar a "decisão arbitrária" dos sindicatos de
metroviários e ferroviários, afirmando que a paralisação do sistema
prejudicará a população e que ofereceu reajuste com base no IPC-Fipe.
Fonte da Notícia & Imagem: Rede Brasil Atual
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