Pesquisa

quarta-feira, 24 de setembro de 2014

A lotação de cada dia do sistema metroferroviário de SP

O drama do transporte público em São Paulo é conhecido há muitos anos e, como um bom paulistano, já enfrentei as mazelas das mais diversas linhas de trens e metrô da região metropolitana. Moro, há cerca de três anos, no centro da capital paulista e, desde então, uso o transporte sobre trilhos apenas nos finais de semana. Antes disso, pegava toda a Linha 11-Coral e a Linha 3-Vermelha do Metrô, fazendo o caminho entre Mogi das Cruzes e o centro de São Paulo.

Com uma câmera acoplada, voltei a fazer parte deste caminho ao lado da repórter Ana Lis Soares para mostrar como está o horário de pico do Metrô e da CPTM em São Paulo e o que percebi é que nada mudou. Acompanhe essa jornada:

Uma das coisas que percebi com o passar do tempo foi que o horário de pico se ampliou significativamente. Antes, ele começava às 18h, mas hoje já é possível ver o caos às 17h. E foi neste horário que iniciamos nossa jornada, na Estação Berrini.

Logo no primeiro trem, tudo lotado. Fomos em pé, mas com espaço para movimentação dentro do vagão. Era o início do horário de pico.
Ao chegar à estação Pinheiros, que faz integração com a Linha 4-Amarela, veio a primeira grande aglomeração. Pessoas apressadas pelos corredores e passando com muita rapidez pelas escadas rolantes. A pressa típica dos paulistanos me fez passar praticamente invisível, mesmo estando com uma câmera acoplada no peito e com uma luz vermelha piscante. Ninguém percebia.

Ao descer a quase infinidade de escadas da estação Pinheiros, o que chamou a atenção foi o fluxo na “contramão”, principalmente nas escadas convencionais, quando os passageiros subiam correndo como se estivessem fugindo de algo.

Ao chegar à Estação da Luz, logo na saída do vagão, nos deparamos com uma enorme fila no único elevador da plataforma. Idosos, mulheres com crianças no colo e portadores de necessidades especiais aguardavam para subir de maneira mais rápida e confortável.

Ao subir os lances de escada, chegamos à integração entre duas linhas do Metrô (1-Azul e 4-Amarela) e outras duas da CPTM (7-Rubi e 11-Coral). Lá, a coisa fica realmente séria.

Conheço a Estação da Luz de longa data e, neste local, a beleza da arquitetura acaba ficando em segundo plano, já que o movimento único dos passageiros praticamente te proíbe de fazer qualquer parada. A ordem aqui é correr e correr.
 
Minha companheira de reportagem, a mineira Ana Lis Soares, acabou se surpreendendo com a “disposição” das pessoas na luta pelo espaço. “Fiquei embasbacada com a capacidade de correr e se empurrar das pessoas ali. Quanta energia essas pessoas têm para correr e disputar por seu espaço”.

Lembrando o meu tempo de Mogi das Cruzes, entrei no trem do Expresso Leste em meio ao empurra-empurra tão típico. Mais típica ainda é a reclamação diária de quem usa esse meio de transporte, pois a cada viagem é possível ouvir a história de alguém que se machucou em alguma das composições. Virou parte do cotidiano.

O trem que já saiu lotado da Estação da Luz, ficou ainda mais apertado com a entrada de passageiros no Brás. Mas, apesar dos pesares, era um dia “tranquilo”, já que naquela quarta-feira não havia nenhum problema técnico nas linhas da CPTM, algo que ocorre com frequência.

Chegando à Estação Tatuapé, na zona leste, descemos e passamos a acompanhar as tentativas, muitas vezes frustradas, de embarque no trem que seguia sentido Guaianases. Cronometrando um trem a cada três minutos, o que vimos foi muito empurra-empurra para que as pessoas pudessem entrar. Um dos passageiros ficou com a mochila presa e os seguranças da plataforma tiveram que entrar em ação, para liberar a saída do trem.

Voltando no sentido centro, pegamos um vagão completamente vazio e aproveitamos, por alguns minutos, a maravilha do contra fluxo. Tudo mudou, porém, quando chegamos à estação Brás, que faz ligação com a Linha 3-Vermelha do Metrô e com as linhas 10-Turquesa e 12-Safira da CPTM.

A imagem mais emblemática desta estação foi a escada sentido metrô, na plataforma da Linha 10, completamente vazia e a escada sentido CPTM abarrotada de gente. Também vimos o fluxo insano de pessoas deixando os trens nas linhas 11 e 12.

Finalizamos a nossa aventura na Estação da Luz, já em pleno horário de pico. Quem fica sobre as plataformas olhando pode observar alguns minutos de paz extrema, seguidos por outros de correria generalizada.

Na volta para a Linha 4-Amarela, pegamos o maior aperto do caminho e ficamos alguns minutos parados na transição. Como se não bastasse a superlotação, algum passageiro deixou escapar uma flatulência que deixou a situação ainda mais incômoda.

Na “marcha do pinguim”, prosseguimos até os trens da Linha 4-Amarela, onde seguimos finalmente no contra fluxo. Antes de chegar em casa ainda peguei a Linha 3-Vermelha no Metrô, na estação República e a situação não era muito diferente do que vimos na CPTM, mas o lado bom era que o movimento já começava a diminuir e as pessoas, finalmente, chegavam às suas casas.

Fonte da Notícia e Imagens: Portal Terra

Nenhum comentário:

Postar um comentário