Novo Trem do Monotrilho da Linha 15-Prata na Estação Terminal Vila Prudente |
O maior Monotrilho do mundo abriu ontem para a população, de
forma experimental, na primeira linha deste tipo de modal do Metrô de
São Paulo. Com capacidade para mil passageiros em cada trem - metade de
uma composição convencional -, o sistema ainda passa por testes e deve
funcionar plenamente a partir de Outubro de 2014. As duas primeiras estações da
Linha 15-Prata, apesar de atrasos para a
inauguração, serão entregues ao público inacabadas.
Por enquanto, o ramal só vai operar aos sábados e domingos,
das 10 às 15 horas, e com intervalos grandes entre as viagens. No resto
da semana, continuarão a ser feitos ajustes e medições por parte do
Metrô e da empresa canadense Bombardier, fabricante dos trens.
O Estado encontrou ontem técnicos avaliando a composição
enquanto ela circulava entre as Estações Terminal Vila Prudente e Oratório, em
uma viga de concreto armado a 15 metros de altura. A vertigem de estar
suspenso em um trem sobre uma avenida extremamente movimentada, como a
Professor Luiz Ignácio de Anhaia Mello, é ampliada pelas grandes janelas
de 1,2 metro de altura dos vagões do monotrilho. E também pela ausência
de qualquer tipo de barreira na lateral externa da estrutura.
As vidraças são maiores do que as das composições
convencionais do Metrô e, em determinados pontos, os passageiros ficam
"grudados" na janela, algo impossível nos trens comuns, onde os assentos
impedem uma aproximação maior do vidro. "Ai, meu Deus, não quero nem
chegar perto!",disse uma repórter ao ver a altura, aproximando-se de um
janelão.
O trem do monotrilho tem outras distinções. Ele não tem
operadores - sua navegação é realizada por meio de um sistema de
comunicação computadorizado. Na viagem de ontem, a reportagem notou que a
trepidação do monotrilho, em seu deslocamento, é maior do que a dos
demais trens, o que torna a viagem menos confortável. "Ele (o trem) com
carga, com peso, diminui um pouco o balanço. Precisa de um lastro para
ele firmar um pouco", afirmou um técnico do Metrô que acompanhou a
viagem e preferiu não se identificar.
Estrutura
A superlotação, porém, não será algo raro quando a Linha
15-Prata estiver completa, em 2016, entre a região da Vila Prudente e
Cidade Tiradentes, em um trajeto de 18 estações e 26,6 quilômetros. O
ramal passa por bairros populosos, como Sapopemba e São Mateus. "Para as
demandas da zona leste, deveria ser metrô mesmo, parrudo", diz o
engenheiro Horácio Augusto Figueira, especialista em Transportes pela USP e que já trabalhou no Metrô. Ele teme
que a ligação do monotrilho com a Linha 2-Verde, na Estação Terminal Vila
Prudente, se torne um gargalo inviável quando a Linha 15 estiver pronta.
Também há menos assentos: cada trem tem 120 vaga, ante 264 dos da Frota
K e 368 da antiga Frota C, ambas na Linha 3-Vermelha.
O Secretário Estadual dos Transportes Metropolitanos,
Jurandir Fernandes, disse ontem que investimentos em monotrilho têm sido
comuns pelo mundo, em países como China e Índia. A previsão do
dirigente era de que outras estações da Linha 15-Prata abrissem neste ano, o
que não vai acontecer. "Não tenho o cronograma aqui", respondeu ao ser
perguntado ontem. Ponto de drogas. A Estação Oratório abre hoje só com
uma de suas duas entradas aberta. A outra não tem ainda grande parte dos
vidros que recobrem as escadas rolantes. Há muito lixo no local e
moradores da Rua Nupeba, onde fica o acesso, reclamam que o espaço virou
ponto de consumo de drogas à noite, porque não há iluminação. "É muito
perigoso, enche de gente", afirma o eletricista Sidnei Koja, de 37 anos. A Linha 15-Prata custará R$ 6,4 Bilhões
para ser construída.
Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
Imagem de Sérgio Mazzi
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