Maioria dos Trens da Linha 1-Azul são antigos |
Pioneira, a Linha 1-Azul ainda desperta interesse do mercado, 40 anos
após sua inauguração. Bairros atendidos pelo ramal, como Saúde e Vila
Mariana, concentraram boa parte dos empreendimentos dos últimos três
anos na capital, segundo o estudo da Lopes com base em dados de
inteligência de mercado, que incluem registros na Prefeitura e projeções
das construtoras. Foram lançados ao menos 39 empreendimentos nos dois
bairros, de um total de 634 projetos na cidade.
A explicação, de acordo com o diretor de Atendimento da imobiliária,
João Henrique, está no traçado da linha, que atravessa um grande número
de bairros consolidados. Todos dotados de boa infraestrutura, entre
Tucuruvi, na zona norte, e Jabaquara, na zona sul.
A possibilidade de integração com outros dois ramais também atrai
moradores ao longo da Linha 1. Nas Estações Ana Rosa e Paraíso, por
exemplo, é possível fazer baldeação com a Linha 2-Verde e, na Sé, com a
Linha 3- Vermelha. "Morar perto do metrô é um grande benefício, chega
quase a ser um sonho de consumo", diz Henrique. Segundo ele, as estações
mais afastadas, porém, ainda não despertam muito interesse. Tanto
compradores quanto construtores dão preferência a trechos de linhas do
centro expandido.
A escolha, porém, pesa no bolso. Imóveis perto de estações são mais
caros - para compra ou aluguel. A regra vale especialmente para os
bairros mais valorizados, como Paraíso e Vila Mariana. O preço vale a
pena, segundo a assistente administrativa Vanessa Walendowsky, de 25
anos. "A Vila Mariana é um bairro mais seguro e residencial", afirma.
Ainda em obras e sem prazo de inauguração, a Linha 17-Ouro, monotrilho
que ligará o Aeroporto de Congonhas ao Morumbi, leva milhares de novos
moradores a bairros da zona sul, como Chácara Santo Antonio, Campo Belo e
Brooklin.
Na zona oeste, a mesma lógica fez de Perdizes o bairro campeão de
lançamentos da região nos últimos três anos. Localizado nas proximidades
da Estação Barra Funda, da Linha 3-Vermelha, e Sumaré, da Linha
2-Verde, possibilita fácil acesso a vários bairros que vão do centro à
periferia. Por causa da Linha 4-Amarela, Pinheiros também intensificará
as construções.
No setor de flats e hotéis, encontrar um ponto nas redondezas de uma
estação de metrô não é opção, mas regra. A tendência faz com que 100%
dos lançamentos hoje se concentrem nesses eixos. O fenômeno ocorre por
uma exigência dos hóspedes. Com o trânsito congestionado de São Paulo e o
alto preço pago por uma corrida de táxi, ficar hospedado em um ponto de
referência da cidade, com boa mobilidade, é mais vantajoso para quem é
de fora. "Para você ter um hotel, é preciso uma localização muito
conhecida e estratégica", diz Henrique.
Investimentos em torres corporativas seguem o mesmo conceito. Em três
anos, 81% dos prédios comerciais foram erguidos perto do Metrô.
Fonte da Notícia: Estadão
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