Portas Plataforma da Estação Vila Matilde |
O Governo de São Paulo convive há quase quatro anos com uma prova
irrefutável da incompetência administrativa na manutenção do Metrô. Quem
passa diariamente pela estação Vila Matilde, da Linha 3-Vermelha, se
depara com uma série de portas automatizadas para evitar quedas na linha
férrea que servem apenas como uma “decoração”.
Na
última semana, passei mais uma vez por esta estação e é triste ver todo
aquele dinheiro gasto em algo que não serve para nada. A estação da
Vila Matilde foi a primeira a ser contemplada pelas novas portas na
Linha-3, ainda em 2010. O projeto previa a adoção da tecnologia em
outras estações na zona leste e isso, como bem sabemos, nunca aconteceu.
A
falta de uso das portas automáticas virou alvo de investigação do
Ministério Público, que apura, desde o ano passado, suspeitas de
“prejuízo ao erário e atos de improbidade administrativa” na compra dos
equipamentos. Não é preciso ser muito inteligente para perceber que
houve um grande erro no processo de contratação desse serviço.
Portas
semelhantes já funcionam, há algum tempo, nas linhas 4-Amarela e
2-Verde, que operam nas regiões mais nobres da cidade, longe da
periferia e da sempre esquecida zona leste.
Nesta
semana, questionei mais uma vez o Metrô sobre o motivo de tal
incoerência na estação Vila Matilde e a resposta enviada pela empresa
foi vaga, demonstrando que o problema deverá persistir por um bom tempo.
“As
portas de plataforma já instaladas na Estação Vila Matilde fazem parte
de um plano para a implantação do equipamento nas estações de linhas
mais antigas do Metrô. O consórcio vencedor da licitação, contudo, não
tem cumprido o cronograma de implantação e foi multado”, disse o Metrô.
Segundo
reportagem publicada pelo jornal Folha de S. Paulo no ano passado, o TCE disse que a proposta original previa
48 portas (em 18 estações) por R$ 72,5 milhões, mas essa quantidade foi
modificada para 24 e o valor se manteve o mesmo.
O
processo de licitação contou com a participação de apenas um consórcio,
formado pelas empresas Trends Engenharia, de ex-funcionários do Metrô, e
pela fabricante sul-coreana Poscon.
Segundo
declaração dada ao jornal pelo Metrô em setembro do ano passado, a
previsão era de que as portas automáticas começassem a funcionar até o
final do ano passado. Pelo visto, esta será mais uma vergonha pela qual
vamos passar no ano da Copa do Mundo, justamente na principal linha que
liga a região central à Arena Corinthians, palco da abertura do Mundial
no dia 12 de junho.
E
ainda teve governante dizendo que seria possível a construção de uma
linha para o trem bala até o Rio de Janeiro. Alguém realmente acreditou
nisso?
Fonte da Notícia: Portal Terra/Folha de SP
Imagem: Via Trólebus
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