Os metroviários de São Paulo, que ameaçaram promover uma nova greve ontem (1/06/2016) , obtiveram reajuste acima da inflação em nove
dos últimos dez anos. O ano de 2010 foi a única exceção, quando os
trabalhadores do Metrô conseguiram somente a reposição do índice
inflacionário.
Nos últimos dez anos,
os funcionários do Metrô promoveram cinco greves que levaram a cidade a
suspender o rodízio de veículos: em Agosto de 2006, em Junho e Agosto
de 2007, em Maio de 2012 e em Junho de 2014 –uma semana antes da
abertura da Copa em São Paulo.
Em todas essas paralisações, os
metroviários conseguiram obter mais do que a reposição da inflação
medida pelo IPC/Fipe. Em nota, o Metrô diz que "sempre empenhou todos os
esforços para atender da melhor maneira possível aos pleitos de seus
funcionários".
A empresa afirma que, neste ano, "continua buscando
a melhor alternativa econômica que, ao mesmo tempo, atenda aos
trabalhadores e seja suportada pela companhia para não comprometer seu
equilíbrio financeiro".
A situação econômica do Metrô tem se deteriorado recentemente. No ano passado, a gestão Geraldo Alckmin deu um calote de R$ 66 milhões na empresa, um dinheiro que seria usado para cobrir os custos da política de gratuidades no transporte. Haverá novo corte nos repasses neste ano.
Outro calote do governo
paulista ao Metrô, este de R$ 333 milhões, ocorreu para pagar obrigações
contratuais com a operadora privada da Linha 4-Amarela. Sem essas
verbas, a companhia é forçada a cortar custos e abrir mão de
investimentos e de melhorias no serviço que presta à população e no
quadro de funcionários.
Alex Fernandes, secretário-geral do
Sindicato dos Metroviários, diz que o salário não é o eixo principal das
reivindicações: "O mais importante para nós é ter melhores condições de
trabalho, mais contratações de funcionários e não haver aumento do
preço da tarifa".
Fernandes também questiona o levantamento da Folha de São Paulo: "É preciso considerar que nossa reivindicação é sempre segundo o índice feito pelo Dieese, não pela Fipe. Nessa conta, nós nunca conseguimos ter o reajuste que pleiteamos".
O secretário-geral do sindicato
diz ainda que a categoria estaria disposta a trabalhar no dia proposto
para a greve, desde que o Metrô aceite manter catracas abertas para a
população. O Metrô tem cerca de 9.500 funcionários, sendo que dois
terços deles estão diretamente envolvidos na operação dos trens e
estações.
Fonte da Notícia: Folha de São Paulo
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