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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Ministério das Cidades diz que Linha 18-Bronze “pode não ser a melhor solução”

 
Mapa da Linha 18-Bronze
Sem previsão de início das obras, com estimativa de custo atual de R$ 305 milhões por quilômetro e capacidade de atendimento para 430 mil pessoas por dia, o Monotrilho da Linha 18-Bronze, projetado para ligar o ABC Paulista à Capital, continua rendendo muita polêmica e ainda é uma incerteza.

Semana passada, a Comissão de Transportes e Comunicações da Assembleia Legislativa recebeu o Secretário Estadual de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, e o Secretário Nacional da Mobilidade Urbana, do Ministério das Cidades, Dario Rais Lopes, para discutir os motivos pelos quais o trem, que circula em elevados , ainda não teve as obras iniciadas.

Enquanto o governo do estado diz que as obras não começaram por questões financeiras, o governo federal garante que a maior preocupação é sobre a viabilidade do modal.

Clodoaldo Pelissioni disse que a PPP para a Linha 18-Bronze foi assinada em agosto de 2014, sendo que a partir dessa data haveria ainda mais seis meses para a execução do contrato, prazo que já foi esgotado. Como as obras do monotrilho não começaram, o governo do estado de São Paulo e o Consórcio ABC Integrado assinaram um aditamento de contrato que termina em fevereiro de 2016.

Segundo Pelissioni, o governo do estado aguarda R$ 1,2 bilhão do Governo Federal por meio do BNDES. Mas este valor só seria liberado caso fossem realizadas as desapropriações, que demandariam em torno de R$ 500 milhões, recursos que dependem de um aval da Caixa Econômica Federal por meio do Cofiex – Comitê de Financiamento Externo. O deputado estadual Orlando Morando disse que recebeu um e-mail da instituição informando que não há previsão de o recurso ser liberado.

Já o secretário nacional da Mobilidade Urbana, Dario Rais Lopes, comentou que o governo federal não tem objeções pela ligação contar com um monotrilho em vez de outro modal, mas que o meio de transporte parece não ser a melhor solução. Como prevê o contrato de execução de obras, é necessário primeiro a Linha 17-Ouro, da Zona Sul de São Paulo, começar a operar para verificar eventuais problemas técnicos e operacionais.

“Nos causa preocupação a forma pela qual se trabalha a solução. Não estamos convencidos de que a solução será a mais adequada … Isso não quer dizer que nós boicotemos” – disse, segundo a agência da Assembleia.

Dario acrescentou ainda que um dos temores, pela estrutura exigida por um monotrilho, com estações e pilastras para os elevados, é que eventualmente, não havendo dinheiro para a conclusão ou não se comprovando a viabilidade técnica depois da operação em outras linhas, o Monotrilho da Linha 18-Bronze se torne um “esqueleto”.

Para exemplificar, Dario citou as obras da Linha 15-Prata (zona Leste de São Paulo) e 17-Ouro (zona Sul), que contaram com recursos federais, e estão com estações congeladas, o que segundo ele, gera um “desconforto”.

Pelissioni reagiu e disse que as obras de monotrilho não são esqueletos: “São Paulo não tem esqueleto. Na Linha 17-Ouro temos 1.500 empregados trabalhando e na Linha 15-Prata, 1.900.”

O secretário municipal de transportes de São Bernardo do Campo, Oscar José Garneiro Silveira Campos, defendeu o monotrilho que, segundo ele, já é um modal “comprovado em outros países”.

No entanto, um estudo intitulado “A verdadeira realidade dos monotrilhos urbanos – Sonho ou Utopia: De volta ao Futuro?”, do engenheiro e mestre em Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia – IME, Marcus Vinicius Quintella Cury, mostrou que diversos países desativaram suas redes de monotrilho por causa de altos custos e problemas operacionais.

No dia 01/12/2010, a Revista Exame publicava uma matéria da repórter Alexa Salomão, intitulada “A conta não fecha com os monotrilhos”, também apresentando dados de especialistas sobre custos em relação à demanda atendida e modelos abandonados no mundo.

Se houver liberação dos recursos para desapropriação, com a liberação dos R$ 500 milhões pelo Cofiex, as obras só devem começar no segundo semestre de 2016 e serão concluídas em 2020.

Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus
Créditos do Mapa Reservados ao Autor

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