Mapa da Futura Linha 18-Bronze |
Após reunião na Assembleia Legislativa no início desta semana, o
estado de São Paulo admitiu que o monotrilho da Linha 18-Bronze,
previsto para ligar o ABC Paulista à Capital, deve ficar pronto somente a
partir de 2020. A previsão inicial era final de 2014 ou início de 2015.
Há embates financeiros, técnicos e até políticos partidários em torno
da obra que deve custar, pelos preços atuais, R$ 4,8 bilhões para
atender por dia a 430 mil pessoas em 15,7 quilômetros de extensão total.
O Governo do Estado de São Paulo disse que as obras ainda não tiveram
início porque o Governo Federal não liberou verbas para as
desapropriações. Já o Governo Federal diz que há dúvidas técnicas em
relação à viabilidade do monotrilho como modal ligando as cidades de São
Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo.
A novela do Monotrilho da Linha 18-Bronze, no entanto, tem mais um capítulo. Ontem, dia 25/11/2015, o Secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo, Tarcisio Secoli, apresentou,
em entrevista ao jornalista Anderson Afonso, da Rádio ABC, o que
considera ser mais um problema para a linha de trens que circulam em
elevados: a presença de rios e córregos nas proximidades do traçado e
também galerias sob Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São
Bernardo do Campo.
O trajeto do Monotrilho abrange, principalmente, o Córrego dos
Meninos (até Avenida Lauro Gomes), Ribeirão dos Meninos (a partir da
Avenida Lauro Gomes) e Rio Tamanduateí.
Vale lembrar que a Linha 15-Prata, da zona leste de São Paulo, também
de monotrilho, teve atraso nas obras, segundo engenheiros ferroviários,
porque o metrô descobriu galerias de água sob a Avenida Professor Luiz
Inácio de Anhaia Mello. O metrô alegou que já tinha conhecimento das
estruturas pluviais.
No caso do ABC Paulista, o secretário de São Bernardo do Campo, diz
que é favorável ao monotrilho, no entanto, ele defendeu a realização de
uma nova licitação prevendo estes entraves. Tarcisio Secoli ainda disse
que o plano de 12 corredores de ônibus municipais levava em conta a
conclusão do monotrilho. Ele, no entanto, garantiu que as obras
municipais, que também estão atrasadas, vão continuar mesmo com o
impasse em relação ao Monotrilho.
“Nós vamos fazer os corredores [de ônibus] para
melhorar a mobilidade interna urbana. Nós pensamos os corredores para
trazer as pessoas para o centro e aí do centro as pessoas pegarem o
metrô [monotrilho] para poderem ir a São Paulo ou para onde quiserem
dentro da linha do metrô [monotrilho]. Se atrasou o metrô [monotrilho],
nós ainda continuamos a fazer nossos corredores de ônibus para trazer as
pessoas para o centro, onde tem o trólebus e outros meios de transporte
coletivo. Mas gostaríamos muito de estar casados, chegando os
corredores até o centro de São Bernardo com o metrô [monotrilho] em
funcionamento. Agora…o governo do estado precisa sempre explicar porque
as obras do metrô [monotrilho] não estão andando a contento. Hoje tem
uma desculpa ou uma pseudo argumentação de que é porque não tem as
verbas para as desapropriações…há dois anos atrás existia verba para
desapropriação, depois que foi licitada [ a obra do monotrilho], a verba
deve ter sido usada para outras coisas provavelmente e agora precisa
buscar dinheiro para desapropriação. O fato é que o projeto do metrô
[monotrilho], do jeito que ele foi licitado, ele vai ter de ser mexido e
mudado bastante porque não havia um projeto executivo claro e agora tem
vários problemas na hora de executar. Por exemplo: como é que você vai
colocar os suportes, as vigas, para segurar o metrô de superfície… que
vai ficar de seis a nove metros de superfície? Como é que você coloca
isso na Avenida Faria Lima, onde estão previstas três estações? Na Faria
Lima embaixo tem um rio canalizado, que é o rio que eu tou trabalhando
né [obras de combate à enchente] ..Então você não consegue colocar [as
vigas] furando a caixa que está lá embaixo, a caixa de concreto, o rio
está canalizado. Se você furar e for para baixo, minha mãe ensinou que
água mole em pedra dura tanto bate até que dá problema. Então você não
pode furar, então como é que você faz? Tem de determinar uma estrutura
para que não balance. Tem uma discussão equivocada de que a tecnologia
[monotrilho] é ruim porque balança . A tecnologia não é ruim, a
tecnologia é boa. A obra é que tem de segurar para não balançar, que é o
problema. Porque quando você vai fazer margeando os rios, como está
previsto este projeto, antes de colocar as pilastras, você precisa achar
terra dura, porque do lado do rio tem muita terra mole. Eu não sei
quantos metros tem de perfurar para achar terra dura para depois colocar
a estrutura, mas não tem nenhum risco, nenhum problema .. o que precisa
fazer é uma obra de engenharia adequada. O que foi licitado não previa
tudo isso. A companhia do metropolitano tem um grave problema na mão.
Eu acho que esta obra deveria ser relicitada. Mas aí, como é que se faz?
A empresa [consórcio] que assinou o contrato não vai topar isso. Agora,
o dinheiro que foi colocado lá é insuficiente para isso [para o metrô –
monotrilho].”
Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus
Imagem: Metrô
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