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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Galerias de água e rios podem complicar obra da Linha 18-Bronze

Mapa da Futura Linha 18-Bronze
Após reunião na Assembleia Legislativa no início desta semana, o estado de São Paulo admitiu que o monotrilho da Linha 18-Bronze, previsto para ligar o ABC Paulista à Capital, deve ficar pronto somente a partir de 2020. A previsão inicial era final de 2014 ou início de 2015. Há embates financeiros, técnicos e até políticos partidários em torno da obra que deve custar, pelos preços atuais, R$ 4,8 bilhões para atender por dia a 430 mil pessoas em 15,7 quilômetros de extensão total.

O Governo do Estado de São Paulo disse que as obras ainda não tiveram início porque o Governo Federal não liberou verbas para as desapropriações. Já o Governo Federal diz que há dúvidas técnicas em relação à viabilidade do monotrilho como modal ligando as cidades de São Bernardo do Campo, Santo André, São Caetano do Sul e São Paulo.

A novela do Monotrilho da Linha 18-Bronze, no entanto, tem mais um capítulo. Ontem, dia 25/11/2015, o Secretário de Serviços Urbanos de São Bernardo do Campo, Tarcisio Secoli, apresentou, em entrevista ao jornalista Anderson Afonso, da Rádio ABC, o que considera ser mais um problema para a linha de trens que circulam em elevados: a presença de rios e córregos nas proximidades do traçado e também galerias sob Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São Bernardo do Campo.

O trajeto do Monotrilho abrange, principalmente, o Córrego dos Meninos (até Avenida Lauro Gomes), Ribeirão dos Meninos (a partir da Avenida Lauro Gomes) e Rio Tamanduateí.

Vale lembrar que a Linha 15-Prata, da zona leste de São Paulo, também de monotrilho, teve atraso nas obras, segundo engenheiros ferroviários, porque o metrô descobriu galerias de água sob a Avenida Professor Luiz Inácio de Anhaia Mello. O metrô alegou que já tinha conhecimento das estruturas pluviais.

No caso do ABC Paulista, o secretário de São Bernardo do Campo, diz que é favorável ao monotrilho, no entanto, ele defendeu a realização de uma nova licitação prevendo estes entraves.  Tarcisio Secoli ainda disse que o plano de 12 corredores de ônibus municipais levava em conta a conclusão do monotrilho. Ele, no entanto, garantiu que as obras municipais, que também estão atrasadas, vão continuar mesmo com o impasse em relação ao Monotrilho.

  “Nós vamos fazer os corredores [de ônibus] para melhorar a mobilidade interna urbana. Nós pensamos os corredores para trazer as pessoas para o centro e aí do centro as pessoas pegarem o metrô [monotrilho] para poderem ir a São Paulo ou para onde quiserem dentro da linha do metrô [monotrilho]. Se atrasou o metrô [monotrilho], nós ainda continuamos a fazer nossos corredores de ônibus para trazer as pessoas para o centro, onde tem o trólebus e outros meios de transporte coletivo. Mas gostaríamos muito de estar casados, chegando os corredores até o centro de São Bernardo com o metrô [monotrilho] em funcionamento. Agora…o governo do estado precisa sempre explicar porque as obras do metrô [monotrilho] não estão andando a contento. Hoje tem uma desculpa ou uma pseudo argumentação de que é porque não tem as verbas para as desapropriações…há dois anos atrás existia verba para desapropriação, depois que foi licitada [ a obra do monotrilho], a verba deve ter sido usada para outras coisas provavelmente e agora precisa buscar dinheiro para desapropriação. O fato é que o projeto do metrô [monotrilho], do jeito que ele foi licitado, ele vai ter de ser mexido e mudado bastante porque não havia um projeto executivo claro e agora tem vários problemas na hora de executar. Por exemplo: como é que você vai colocar os suportes, as vigas, para segurar o metrô de superfície… que vai ficar de seis a nove metros de superfície? Como é que você coloca isso na Avenida Faria Lima, onde estão previstas três estações? Na Faria Lima embaixo tem um rio canalizado, que é o rio que eu tou trabalhando né [obras de combate à enchente] ..Então você não consegue colocar [as vigas] furando a caixa que está lá embaixo, a caixa de concreto, o rio está canalizado.  Se você furar e for para baixo, minha mãe ensinou que água mole em pedra dura tanto bate até que dá problema.  Então você não pode furar, então como é que você faz? Tem de determinar uma estrutura para que não balance. Tem uma discussão equivocada de que a tecnologia [monotrilho] é ruim porque balança . A tecnologia não é ruim, a tecnologia é boa. A obra é que tem de segurar para não balançar, que é o problema.  Porque quando você vai fazer margeando os rios, como está previsto este projeto, antes de colocar as pilastras, você precisa achar terra dura, porque do lado do rio tem muita terra mole. Eu não sei quantos metros tem de perfurar para achar terra dura para depois colocar a estrutura, mas não tem nenhum risco, nenhum problema .. o que precisa fazer é uma obra de engenharia adequada.  O que foi licitado não previa tudo isso. A companhia do metropolitano tem um grave problema na mão. Eu acho que esta obra deveria ser relicitada. Mas aí, como é que se faz? A empresa [consórcio] que assinou o contrato não vai topar isso. Agora, o dinheiro que foi colocado lá é insuficiente para isso [para o metrô – monotrilho].”

Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus 
Imagem: Metrô

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