Obras do Monotrilho da Linha 15-Prata |
A discussão sobre mobilidade é muito mais profunda do que se imagina,
e quando se fala em obras grandiosas, muitas questões devem ser levadas
em conta. Na contramão disso, o que se lê por ai são um apanhados de
informações, muitas delas sem a profundidade devida para esclarecer os
fatos ou pelo menos entender a situação, dando a impressão simplista de
que o poder público atrasa por atrasar.
O editorial do jornal “Folha de São Paulo” com o título “A sina do Metrô”
faz criticas a expansão da rede metroviária paulista, com os já
conhecidos atrasos. É compreensível a indignação da população, refletida
no texto, onde todos sabem dos benefícios propiciados por linhas de
metrô, que corresponde a redução no tempo dos deslocamento, na redução
do tempo de viagem, na redução de acidentes com menos carros nas ruas,
na redução de índices de poluição.
Porém cabem análises mais profundas em relação a alguns pontos
descritos no textos. O editorial começa com o exemplo da Linha 5-Lilás:
“o trecho que deverá ligar as estações Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin
havia sido prometido para 2014. Após sucessivos adiamentos, a conclusão
foi protelada para 2018″. Faltou dizer que a linha ficou parada
por uma suspeita de cartel, onde a concorrência foi suspensa no final de
2010, e retomada em 2012. A suspeita na verdade nunca foi de fato
comprovada, tanto que as obras foram retomadas.
“40 anos após ser inaugurada, a malha metroviária paulistana
continua irrisória para os 21 milhões de habitantes da região
metropolitana. Seus 78 km são constrangedores diante do sistema da
Cidade do México (21,4 milhões de pessoas), com 225 km de trilhos”.
O texto ignora a existência da CPTM, e seus 130 km de trilhos presentes
dentro da capital paulista. Algumas das linhas possuem o chamado
“padrão metrô”, com intervalos de 4 minutos. A cidade do México possuí
serviços de Metrô similares à CPTM.
Ainda que o serviço da CPTM carece de melhorias, houveram avanços na
operação, com a aquisição de trens e redução dos intervalos, além de
reforma de estações.
Outro ponto de questionamento é relacionado a Linha 4-Amarela: “a
entrega completa dos 12,8 km de trilhos deve demorar ao menos mais um
ano. Se nada mais der errado, as obras, iniciadas em 2004, devem agora
terminar em 2018″. As obras da primeira fase foram iniciadas em
2004, junto com o túnel entre Luz e Vila Sônia. Porém, as estações da
segunda fase foram licitadas em 2012, portanto a informação induz a erro
ao dizer que as estações restantes estão em obras desde 2004.
O caso da Linha 4-Amarela é mais traumático, já que o próprio governo havia
prometido a operação de toda a linha antes do final da década, sem ao
menos ter contratado obras da 2ª Fase.
Fonte da Notícia: Portal Via Trólebus
Imagem de Sérgio Mazzi
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