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segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Polícia investiga tentativa de estupro na Linha 3-Vermelha

Estação Bresser-Mooca (Linha 3-Vermelha)
A polícia investiga caso de abuso sexual contra uma mulher na Estação Bresser-Mooca do Metrô, na Linha 3-Vermelha. Segundo relato divulgado nas redes sociais, um homem passou a mão em uma das passageiras nesta quinta (20/08/2015). A vítima chegou a procurar a segurança do Metrô, mas o suspeito já havia saído da estação.

Outras mulheres ouvidas pelo SPTV disseram que são constrangidas em diversos momentos enquanto estão no trem, principalmente nos horário de pico. A vendedora Erica Carolina da Silva informou que já sofreu abuso nos trens da CPTM. “A primeira sensação que eu tenho é um desconforto fora do comum, porque eu sei o que eu posso passar”, disse.

Ela disse ter sido abusada em uma manhã no final de julho. Erica desceu do ônibus e embarcou no trem. Na Estação Palmeiras-Barra Funda, o vagão encheu. “Eu começou a sentir uma movimentação estranha. Porém, tinha uma mãe com uma criança que se mexia muito. Então, na minha cabeça era a perna da criança e a mãe tentando segurar. Mas aí eu senti algo quente na minha calça”, contou.

Depois de notar que era vítima de abuso, Erica saiu do vagão e procurou um segurança. “Falei ‘moço, olha a minha mão, olha o meu estado. Não sei o que é, mas tá visível. É bem visível. Ele falou: ‘Você veio de trem?’ Eu falei ‘isso mesmo’. Ele completou ‘infelizmente, você viu quem foi?’ Eu disse que não”. Segundo Erika, o segurança disse que, como os trens não têm câmera, fica difícil de identificar os criminosos.

A auxiliar de limpeza Margarida Alves de Amorim disse que chegou a discutir com um dos homens na mesma estação de Erica. “O trem estava cheio e o homem encostou em mim. Eu belisquei ele, que achou porque belisquei. Xinguei ele de safado e sem vergonha. Tem muitos homens safados no trem que fazem isso”, disse.

Já a estudante Larissa do Nascimento Caetano conta que todos os passageiros chegaram a ver o assédio, mas ninguém ajudou. “Estava indo para a faculdade e pego um trem em Caieira às 6h. É um pouco cheio, mas consigo me movimentar. Tinha um moço que mora perto da minha casa e ele estava se encostando em mim”. Larissa contou que ficou incomodada e tentou sair de perto do homem. “Ele continuou atrás de mim. Aí uma outra moça viu e trocou de lugar comigo. Outro rapaz também viu e ninguém fez nada. Fiquei desesperada. Eu tremia. Fiquei nervosa”, disse.

A jovem ainda disse que, como ficou muito envergonhada, preferiu se preservar e não chegou a chamar outras pessoas e denunciar. Drieli Prado, operadora de telemarketing, é uma das testemunhas de casos de abuso nos vagões. “O cara abusou dela. Ele ejaculou, sujou toda a roupa dela. Ela desceu na estação, inclusive a mesma que eu desço, e denunciou para os guardas. Ninguém fez nada. O rapaz se recusou a descer do trem. O trem parado, o pessoal reclamando, querendo ir para casa e ficou por isso mesmo”, contou.

No começo de Abril de 2015, o Metrô lançou uma campanha “Você não está sozinha” contra o assédio sexual e divulgou um número de celular para os usuários poderem fazer denúncias. No final de julho, uma vítima ganhou ação na Justiça uma indenização de R$ 20 mil por assédio na Linha 1-Azul do Metrô.

Outros casos

Em Março de 2014, a Polícia Civil já investigava a ação de homens que abusavam de mulheres no metrô. Além de abusar e assediar mulheres no transporte público, os criminosos filmavam, fotografavam e divulgavam imagens na internet. Dezessete suspeitos foram presos. O fenômeno, conhecido como “frotteurismo” (ato de esfregar-se em outra pessoa), é chamado nas comunidades investigadas pelos termos “encoxadas” e “encoxadores”.

Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Felipe Golfeto

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