Estação Bresser-Mooca (Linha 3-Vermelha) |
A polícia investiga caso de abuso sexual contra uma
mulher na Estação Bresser-Mooca do Metrô, na Linha 3-Vermelha. Segundo
relato divulgado nas redes sociais, um homem passou a mão em uma das
passageiras nesta quinta (20/08/2015). A vítima chegou a procurar a
segurança do Metrô, mas o suspeito já havia saído da estação.
Outras
mulheres ouvidas pelo SPTV disseram que são constrangidas em diversos
momentos enquanto estão no trem, principalmente nos horário de pico. A
vendedora Erica Carolina da Silva informou que já sofreu abuso nos trens
da CPTM. “A primeira
sensação que eu tenho é um desconforto fora do comum, porque eu sei o
que eu posso passar”, disse.
Ela
disse ter sido abusada em uma manhã no final de julho. Erica desceu do
ônibus e embarcou no trem. Na Estação Palmeiras-Barra Funda, o vagão encheu. “Eu
começou a sentir uma movimentação estranha. Porém, tinha uma mãe com uma
criança que se mexia muito. Então, na minha cabeça era a perna da
criança e a mãe tentando segurar. Mas aí eu senti algo quente na minha
calça”, contou.
Depois
de notar que era vítima de abuso, Erica saiu do vagão e procurou um
segurança. “Falei ‘moço, olha a minha mão, olha o meu estado. Não sei o
que é, mas tá visível. É bem visível. Ele falou: ‘Você veio de trem?’ Eu
falei ‘isso mesmo’. Ele completou ‘infelizmente, você viu quem foi?’ Eu
disse que não”. Segundo Erika, o segurança disse que, como os trens não
têm câmera, fica difícil de identificar os criminosos.
A
auxiliar de limpeza Margarida Alves de Amorim disse que chegou a
discutir com um dos homens na mesma estação de Erica. “O trem estava
cheio e o homem encostou em mim. Eu belisquei ele, que achou porque
belisquei. Xinguei ele de safado e sem vergonha. Tem muitos homens
safados no trem que fazem isso”, disse.
Já
a estudante Larissa do Nascimento Caetano conta que todos os
passageiros chegaram a ver o assédio, mas ninguém ajudou. “Estava indo
para a faculdade e pego um trem em Caieira às 6h. É um pouco cheio, mas
consigo me movimentar. Tinha um moço que mora perto da minha casa e ele
estava se encostando em mim”. Larissa contou que ficou incomodada e
tentou sair de perto do homem. “Ele continuou atrás de mim. Aí uma outra
moça viu e trocou de lugar comigo. Outro rapaz também viu e ninguém fez
nada. Fiquei desesperada. Eu tremia. Fiquei nervosa”, disse.
A
jovem ainda disse que, como ficou muito envergonhada, preferiu se
preservar e não chegou a chamar outras pessoas e denunciar. Drieli
Prado, operadora de telemarketing, é uma das testemunhas de casos de
abuso nos vagões. “O cara abusou dela. Ele ejaculou, sujou toda a roupa
dela. Ela desceu na estação, inclusive a mesma que eu desço, e denunciou
para os guardas. Ninguém fez nada. O rapaz se recusou a descer do trem.
O trem parado, o pessoal reclamando, querendo ir para casa e ficou por
isso mesmo”, contou.
No
começo de Abril de 2015, o Metrô lançou uma campanha “Você não está sozinha”
contra o assédio sexual e divulgou um número de celular para os usuários
poderem fazer denúncias. No final de julho, uma vítima ganhou ação na
Justiça uma indenização de R$ 20 mil por assédio na Linha 1-Azul do
Metrô.
Outros casos
Em
Março de 2014, a Polícia Civil já investigava a ação de homens que
abusavam de mulheres no metrô. Além de abusar e assediar mulheres no
transporte público, os criminosos filmavam, fotografavam e divulgavam
imagens na internet. Dezessete suspeitos foram presos. O fenômeno,
conhecido como “frotteurismo” (ato de esfregar-se em outra pessoa), é
chamado nas comunidades investigadas pelos termos “encoxadas” e
“encoxadores”.
Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Felipe Golfeto
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