Pesquisa

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Operação da Linha 5-Lilás do Metrô será privatizada

Frota F da Linha 5-Lilás do Metrô
O Governador Geraldo Alckmin anunciou ontem (21/07/2015), o plano de entregar a Linha 5-Lilás, em obras entre as Estações Adolfo Pinheiro e Chácara Klabin, na zona sul da capital, para operação pela iniciativa privada. Ele, no entanto, não detalhou qual será o tipo de concessão. 

Em obras desde 2011, a linha já teve previsão de entrega para os anos de 2014, 2015 e 2016. Agora, está prometida para 2018 e segue “rigorosamente no prazo”, nas palavras do governador. Orçada inicialmente em R$ 6,9 bilhões, a empreitada já é estimada em R$ 9 bilhões pelo governo. 

“Estamos abrindo o edital de concessão e a empresa que ganhar vai operar toda a Linha 5-Lilás, até mesmo a parte já concluída e em operação. Toda a Linha 5-Lilás será privada”, disse Alckmin, afirmando ainda estar “otimista” com o efeito da medida sobre emprego e melhoria na logística.

O Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse também ontem que uma das possibilidades seria exigir como contrapartida da iniciativa privada a construção de uma extensão da linha na outra ponta, em direção à zona sul, do Capão Redondo até o Jardim Ângela. Isso, porém, ainda não está definido - o projeto para esse possível trecho, planejado desde 2012, nunca foi feito.

O governador preferiu não falar em detalhes e disse que as possibilidades estão em aberto. “Vamos verificar qual a melhor modelagem disso. Nós podemos fazer a concessão por mais investimento, em que ganha quem oferecer mais investimento, ou onerosa, em que vence quem paga mais para o governo”, continuou Alckmin.

O Governador salientou, por outro lado, que a concessão na Linha 5-Lilás seria diferente da que foi feita na Linha 4-Amarela, que já é uma PPP. 

A ViaQuatro, empresa que opera a Linha 4, é por enquanto a única entidade privada a operar o Metrô. Ela é formada pelas empresas Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Grupo Soares Penido. Entre 2013 e Junho de 2015, a companhia recebeu R$ 42,6 milhões para operar a linha - teve de investir cerca de US$ 450 milhões para a compra de trens e outros equipamentos necessários à operação do ramal, que está em obras há mais de uma década. 

Empregos

Na Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos, a informação é que uma das justificativas para a mudança seria facilitar a gestão de pessoal. 

Atualmente, o Metrô só pode contratar funcionários mediante concurso público, e os aprovados têm estabilidade de emprego. O Estado vem enfrentado paralisações quase anuais durante as campanhas salariais dos metroviários - e briga, na Justiça, para demitir 38 grevistas desligados da empresa no ano passado. Em primeira instância, os funcionários tiveram de ser readmitidos, mas o processo ainda é analisado pelo TRT. 

A possibilidade despertou a ira do Sindicato dos Metroviários, que já promete paralisações caso a medida prossiga. “Já temos funcionários trabalhando na Linha 5-Lilás, no trecho entre Chácara Klabin e Capão Redondo. Se é para melhorar a gestão, que o Metrô quer fazer a concessão, o que está dizendo para a sociedade é que não consegue gerir as linhas sozinho”, disse o secretário-geral da entidade, Alex Fernandes.
 
Obras. Há dois “tatuzões” na Linha 5-Lilás, que trabalham na interligação das dez estações em obras. A promessa é que o ramal tenha conexão com as Linhas 1-Azul e 2-Verde, e desafogue tanto a Linha 4-Amarela quanto a Linha 9-Esmeralda da CPTM, que hoje operam no limite da capacidade.
 
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária 
Créditos da Imagem Reservados ao Autor

Nenhum comentário:

Postar um comentário