Frota F da Linha 5-Lilás do Metrô |
O Governador Geraldo Alckmin anunciou ontem (21/07/2015), o
plano de entregar a Linha 5-Lilás, em obras entre as Estações Adolfo
Pinheiro e Chácara Klabin, na zona sul da capital, para operação pela
iniciativa privada. Ele, no entanto, não detalhou qual será o tipo de
concessão.
Em obras desde 2011, a linha já teve previsão de
entrega para os anos de 2014, 2015 e 2016. Agora, está prometida para
2018 e segue “rigorosamente no prazo”, nas palavras do governador.
Orçada inicialmente em R$ 6,9 bilhões, a empreitada já é estimada em R$ 9
bilhões pelo governo.
“Estamos abrindo o edital de concessão e a
empresa que ganhar vai operar toda a Linha 5-Lilás, até mesmo a parte já
concluída e em operação. Toda a Linha 5-Lilás será privada”, disse Alckmin,
afirmando ainda estar “otimista” com o efeito da medida sobre emprego e
melhoria na logística.
O Secretário de Transportes Metropolitanos,
Clodoaldo Pelissioni, disse também ontem que uma das possibilidades
seria exigir como contrapartida da iniciativa privada a construção de
uma extensão da linha na outra ponta, em direção à zona sul, do Capão
Redondo até o Jardim Ângela. Isso, porém, ainda não está definido - o
projeto para esse possível trecho, planejado desde 2012, nunca foi
feito.
O governador preferiu não falar em detalhes e disse que as
possibilidades estão em aberto. “Vamos verificar qual a melhor modelagem
disso. Nós podemos fazer a concessão por mais investimento, em que
ganha quem oferecer mais investimento, ou onerosa, em que vence quem
paga mais para o governo”, continuou Alckmin.
O Governador
salientou, por outro lado, que a concessão na Linha 5-Lilás seria diferente da
que foi feita na Linha 4-Amarela, que já é uma PPP.
A ViaQuatro, empresa que opera a Linha 4, é por enquanto a
única entidade privada a operar o Metrô. Ela é formada pelas empresas
Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Grupo Soares Penido. Entre 2013 e Junho de 2015, a companhia recebeu R$ 42,6 milhões para operar a linha -
teve de investir cerca de US$ 450 milhões para a compra de trens e
outros equipamentos necessários à operação do ramal, que está em obras
há mais de uma década.
Empregos
Na Secretaria de Estado dos
Transportes Metropolitanos, a informação é que uma das justificativas
para a mudança seria facilitar a gestão de pessoal.
Atualmente, o
Metrô só pode contratar funcionários mediante concurso público, e os
aprovados têm estabilidade de emprego. O Estado vem enfrentado
paralisações quase anuais durante as campanhas salariais dos
metroviários - e briga, na Justiça, para demitir 38 grevistas desligados
da empresa no ano passado. Em primeira instância, os funcionários
tiveram de ser readmitidos, mas o processo ainda é analisado pelo TRT.
A possibilidade despertou a
ira do Sindicato dos Metroviários, que já promete paralisações caso a
medida prossiga. “Já temos funcionários trabalhando na Linha 5-Lilás, no
trecho entre Chácara Klabin e Capão Redondo. Se é para melhorar a
gestão, que o Metrô quer fazer a concessão, o que está dizendo para a
sociedade é que não consegue gerir as linhas sozinho”, disse o
secretário-geral da entidade, Alex Fernandes.
Obras. Há dois “tatuzões” na Linha 5-Lilás, que trabalham na interligação das dez estações em obras. A promessa é que o ramal tenha conexão com as Linhas 1-Azul e 2-Verde, e desafogue tanto a Linha 4-Amarela quanto a Linha 9-Esmeralda da CPTM, que hoje operam no limite da capacidade.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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