Foto da assembleia realizada na semana passada |
No dia 14/05/2015, em Assembleia, os metroviários decidiram
decretar Estado de Greve em São Paulo - para esta quarta está marcada
nova assembleia, que deve determinar paralisação geral. Junto dos
metroviários, os funcionários da CPTM também já estão em Estado de
Greve. E não é só: o caos no transporte pode agravar ainda mais depois
dos motoristas e cobradores da cidade rejeitaram a proposta das empresas
de 8,5% de aumento salarial.
A orelha do Governador Geraldo Alckmin e do Prefeito
Fernando Haddad já devem estar até vermelhas. Ambos tiveram um primeiro
semestre agitado: o tucano enfrenta até hoje uma forte greve dos
professores da rede estadual de ensino, que já dura mais de 60 dias. E
ainda tem outros problemas para lidar: o aumento dos casos de dengue no
ano e a grave situação da seca no estado. Já o petista Haddad parece ter
a vida um pouco mais fácil - parece. Recentemente, após ação
violenta coordenada pela prefeitura na Cracolândia, a popularidade do
prefeito com a base de esquerda e setores mais pobres se agrava cada vez
mais.
E tudo ainda pode piorar. Você já imaginou uma cidade completamente parada, sem serviços de transporte público?
Isso pode acontecer nos próximos dias em São Paulo. Os
metroviários e os ferroviários decretaram na semana passada o Estado de
Greve em ambas as categorias, e tudo leva a crer que até quarta-feira
esteja determinada uma data para paralisação geral dos serviços. Os
ferroviários pedem um reajuste salarial de 7,89%, mais 10% de aumento
real. Além disso, querem uma garantia de pagamento mínimo de R$ 5.000,00 de
PLR este ano, além de
vale-refeição no valor de R$ 840,00, vale-alimentação de R$ 400,00 e auxílio
materno-infantil de R$ 500,00.
Segundo o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São
Paulo, Eluiz Alves de Matos, “após várias rodadas de negociações, a CPTM
informou que não poderia oferecer mais do que 6,65% de reajuste
salarial, com reflexos às demais cláusulas econômicas, e zero de aumento
real”. “A proposta da CPTM, além de desrespeitosa, é vergonhosa
porque não atende aos anseios da categoria. O Sindicato dos Ferroviários
sempre deu chances e priorizou as negociações. Mas de que adianta essa
nossa atitude, de que adianta tanta dedicação e esforço por parte dos
trabalhadores, se ao final não recebem reconhecimento?”, atacou o
sindicalista.
Já os metroviários pedem um aumento de 17% no salário, além
da reintegração dos demitidos na greve do ano passado - já a empresa
oferece apenas o aumento de 7,21%. Uma nova assembleia da categoria está
marcada para o dia 20 - e segundo informações conseguidas pelo
Guerrilha, a possibilidade de tanto os metroviários como os ferroviários
aprovarem a paralisação é muito grande.
Os rodoviários completam a crise: os trabalhadores pediram
um aumento de 15,5% no salário, sendo 8% referentes a correlação
inflacionária e 7,5% de aumento real - na semana passada, eles
rejeitaram a proposta das empresas de apenas 8,5% de reajuste.
Ano passado, tanto os metroviários como os
rodoviáriosparalisaram a cidade por vários dias - porém não ao mesmo
tempo. Tratou-se de uma guinada, em especial pelos motoristas e
cobradores de ônibus, totalmente independente - contrariando a decisão
dos sindicalistas de acabar com a greve, os rodoviários mantiveram a
paralisação. Já os metroviários foram brutalmente reprimidos e
perseguidos pelo governo do estado, em um dos episódios mais trágicos da
história de luta da categoria.
O ingrediente que falta no bolo: a paralisação geral do dia 29/05/2015, marcada por diversas frentes sindicalistas, partidárias e
de movimentos sociais. Além de grandes manifestações marcadas para o
dia, a possibilidade real de vários trabalhadores de diversos setores
cruzarem os braços é forte. A paralisação geral é uma resposta dos
trabalhadores contra o ajuste fiscal de Dilma Rousseff e também contra o
projeto de terceirização que foi recentemente aprovado no Congresso.
Fonte da Notícia e Imagem: Diário da CPTM
Nenhum comentário:
Postar um comentário