Assento preferencial para "leitores" no Metrô de SP |
Ao lado dos tradicionais alertas de assentos
preferenciais de idosos, gestantes ou deficientes, usuários do Metrô de
São Paulo talvez se deparem com avisos improvisados e incomuns sobre
alguns bancos: "assento preferencial para leitores".
Os adesivos foram criados por dois amigos, o
publicitário Fabiano Gonçalves, 26, e o estudante de publicidade
Vinicius Dias, 20, em uma campanha para tentar incentivar a leitura e a
interação entre leitores (e não leitores) nos vagões subterrâneos da
cidade.
"A gente pega o metrô todos os dias e sempre tem gente
lendo. Pensamos, por que não criar um símbolo que os una?", diz Dias à
BBC Brasil.
Há cerca de dois meses, eles desenharam os adesivos,
imprimiram vários (dizem já ter colado mais de 300 nos vagões),
distribuíram a amigos e montaram um site para quem quiser imprimir e
colar o seu (http://vagaodosleitores.tumblr.com/). "Não existe lei
preferencial para leitores, mas poderia", diz a placa improvisada.
Fotos dos avisos foram postadas nas redes sociais com a
hashtag #vagaodosleitores. "O objetivo da ação é ganhar um vagão
exclusivo para leitores, e enquanto isso não acontece nós vamos
incentivando a leitura no metrô", afirma Dias, no momento lendo O Beijo
no Asfalto, de Nelson Rodrigues.
"Um vagão dos leitores seria um ponto de encontro",
justifica Gonçalves, fã de Fiódor Dostoiévski. "(A ideia da campanha) é
fazer com que as pessoas façam da leitura um hábito de todos os lugares.
Pode começar no metrô, mas não precisa se limitar a isso. E também tem a
ideia da gentileza: posso ceder o meu lugar a uma pessoa que esteja
lendo de pé."
Campanha visa estimular o hábito da leitura
Dias e Gonçalves não fizeram nenhum contato oficial com o
metrô paulistano. "Fizemos para sentir a reação das pessoas, mas
esperamos que o metrô abrace a ideia", dizem.
Mas a assessoria de imprensa do metrô informa que,
apesar de a campanha ter ideais nobres, o órgão não encampa práticas do
tipo, para não incentivar usuários a colar avisos e placas
indiscriminadamente nos vagões. Por isso, os adesivos têm sido
retirados.
O #vagaodosleitores já aparece em fotos postadas em redes sociais como Instagram e Twitter, ainda que timidamente.
Os dois amigos contam que já receberam pedidos para
estender a campanha para os ônibus da cidade e até para traduzir o selo
para outras línguas, para ser usado no transporte público de outros
países. E se defendem: dizem que nenhum adesivo de "assento preferencial
para leitores" é colado em cima dos assentos preferenciais já previstos
em lei.
"Nossa iniciativa é sutil, mas poética", filosofa Gonçalves.
Fonte da Notícia: Portal Terra
Imagem: BBC
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