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quinta-feira, 11 de setembro de 2014

Governo de SP rebate Justiça e diz que contrato da Linha 6-Laranja é legal

Mapa da Futura Linha 6-Laranja do Metrô de São Paulo
O Governo de São Paulo rebateu a Justiça e disse que o contrato da Linha 6-Laranja do Metrô é legal. A Justiça barrou parte do processo para a implantação da linha após entender que as desapropriações de imóveis não podem ser feitas com verba do governo. A decisão afirma que isso deveria ser feito com dinheiro do consórcio que toca a obra.

Quando pronta, a linha vai ligar o bairro de Brasilândia, na Zona Norte, à região central de São Paulo, passando por bairros como Higienópolis e Perdizes.

São R$ 673 milhões que sairão dos cofres públicos para o pagamento de indenizações aos donos das propriedades. O governo decidiu pagar as desapropriações após o primeiro edital de licitação da linha, publicado em julho de 2013, não atrair interessados.

Em nota, a Secretaria dos Transportes Metropolitanos nega que o contrato seja ilegal. “No acórdão da 6ª Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo, de 01/09/2014, os desembargadores reconhecem a legitimidade da concessionária na condução do processo de desapropriação, criando assim jurisprudência sobre a questão.”

A pasta afirma ainda que os processos de desapropriação para a implantação da Linha 6 estão em andamento. “Dos 371 imóveis necessários para a construção dos 15,9 km entre São Joaquim e Brasilândia, 179 já obtiveram sentença favorável da Justiça para imissão de posse, inclusive com depósito dos valores determinados à favor do desapropriado.”

O governo acrescenta que, nos processos de desapropriação, “é o Estado que define a área e emite o Decreto de Utilidade Pública dos terrenos, fazendo uma estimativa do valor dos imóveis”. O valor da desapropriação em si, porém, “é definido pela Justiça, evitando distorção no processo e possível lesão aos interessados e aos cofres públicos”.

Governador vai recorrer

O Governador Geraldo Alckmin disse na manhã desta sexta que vai recorrer da decisão judicial sobre a Linha 6-Laranja. “Normalmente, o que tem sido feito: o governo faz o decreto de utilidade pública, o concessionário privado apenas operacionaliza isso para ganhar tempo.”

O tucano acrescentou que o que ocorreu foi uma questão apenas operacional. “Para alguns juízes não tem problema. Outros entendem que o estado é que tem que fazer essa parte operacional. Conversei com o procurador-geral do estado. Ele está absolutamente tranquilo de que é uma questão só de interpretação”, afirmou.

A Concessionária Move São Paulo, que venceu a licitação após o lançamento do segundo edital, é formada pelas empresas Odebrecht, Queiroz Galvão, UTC Participações e Eco Realty Fundo de Investimentos. O contrato é de 25 anos e a obra custará cerca de R$ 9,6 bilhões. A concessionária afirmou que também vai recorrer das decisões.

O grupo terá seis anos para construir a linha, que deverá funcionar em 2020, mas dificuldades nas desapropriações poderiam atrasar a obra. A Linha 6-Laranja terá inicialmente 15 estações e vai percorrer cerca de 16 km. A expectativa é transportar 633 mil passageiros por dia.

São pelo menos duas as decisões vetando as desapropriações. Em uma delas, a juíza Cynthia Thomé, da 6ª Vara da Fazenda Pública, afima que a Lei Federal nº 8.897/95 estabelece que o poder público determina o ente responsável pelas desapropriações. Caso ele dê à concessionária o poder desapropriatório, os recursos devem sair da iniciativa privada.

Segundo a juíza, o pagamento das desapropriações, neste caso, representam “evidente burla à fila de precatórios”. ”A ausência de interessados não justifica a manobra realizada pelo Estado, ao arrepio da lei, curvando-se, de forma flagrante ao interesse particular em detrimento do interesse público”, afirmou a juíza em decisão de Agosto de 2014.

Fonte da Notícia: G1
Imagem: Governo de SP

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