Linha 3-Vermelha é a mais lotada do Metrô de São Paulo |
1 – Emprego longe de casa
Talvez a maior razão para lotação dos sistemas de transporte é
ausência de planejamento urbano, onde os postos de trabalham ficam longe
das moradias. O maior exemplo disto é a linha 3-Vermelha, saturada nos
horários de picos, e ociosa em alguns outros horários, onde muitos
passageiros que moram na zona leste precisam atravessar a cidade para
chegar ao trabalho, geralmente na zona central, ou sul. Para isso, a
capital precisa aprovar o novo plano diretor.
2 – Eficiência do sistema
Em uma entrevista, o Secretário de Transportes Metropolitanos
Jurandir Fernandes disse que o Metrô “paga o preço do sucesso”. Apesar
de parecer uma frase com um tom sarcástico, e que foi amplamente
criticada, o secretário de estado tem até razão na sua afirmação. A rede
metroviária é o modal com mais confiabilidade, ou seja, mais de 98% das
viagens programadas são cumpridas. Apesar dos números crescentes de
falhas, o paulistano ainda prefere andar de Metrô ao invés do ônibus.
60% dos paulistanos consideram o metrô como solução de mobilidade, dados
da sexta edição da Pesquisa sobre Mobilidade Urbana, divulgada em pela
Rede Nossa São Paulo.
3 – Falta de corredores de ônibus
É uma ilusão achar que um dia São Paulo será cortado por linhas de
Metrô. As obras não são baratas, não ficam prontas rapidamente, este
fator que explica o porquê de muito governos (imediatistas) às vezes
relutam em construir novas linhas. Claro que é necessário muito mais
ramais, mas enquanto a rede não se expande, a solução são os corredores
de ônibus, mais baratos e de fácil inserção.
4 – Integração com o Bilhete Único
Outra razão para explicar a procura grande do Metrô é a integração
com o bilhete único do sistema paulistano de ônibus. A medida foi
implantada na década passada e desde então o sistema metroviário vem
batendo recorde atrás de recordes de passageiros transportados, tudo
isso graças ao desconto na tarifa para quem usa os dois modais no
período de 2 horas. O metrô paulistano carrega em média cinco milhões de
passageiros por dia, contra a 2,3 milhões registrados há 10 anos atrás.
5 – Falta de estrutura para viagens de bicicleta
Apesar do número de viagens de bicicletas ter crescido nos últimos
anos, existe ainda o que podemos chamar de demanda reprimida, já que nem
todos estão dispostos a se aventurar pelas ruas de São Paulo com sua
“magrela”. Falta estrutura e, sobretudo educação dos motoristas de
carros para conviver pacificamente com o ciclista. Se São Paulo tivesse
uma estrutura dessas, muitos passageiros poderiam realizar suas viagens
de bicicleta.
6 – Falta de flexibilidade dos horários de trabalho
Já parou para pensar por que quase todo mundo necessita trabalhar em
horário comercial? Ou pior, que todos nós precisamos trabalhar no mesmo
horário? É uma questão cultural que deve ser discutida com empregadores e
governo. Nem todos os cargos tem a necessidade do empregado cumprir o
horário comercial das 8h00 ás 18h00. Muitos profissionais podem
trabalhar em casa, o chamado “home office”, por exemplo. Se fossem
criadas outras jornadas de trabalho com horários alternativos, talvez a
demanda do metrô e do trem poderia ser melhor distribuída.
7 – Falta de linhas
Este talvez seja o motivo mais lembrado pelos passageiros. A rede
metroviária é muito acanhada, com cerca de apenas 75 km de trilhos, já
que aqui não contamos a malha ferroviária da CPTM, esta que, por sua vez
ainda possui um intervalo entre trens maior do que o Metrô. Todas as
esferas de governos deveriam juntar esforços para ampliar a construção
de Metrô e melhorias dos serviços dos trens. Ainda que a cidade tenha
hoje quatro obras ao mesmo tempo acontecendo, quando estas construções
forem concluídas, São Paulo terá 100 km de rede metroviária, extensão
pequena para o tamanho da cidade, ou seja, as novas linhas já serão
insuficientes para atender a demanda cada vez mais crescente de
passageiros.
Fonte da Notícia: Via Trólebus
Imagem: UOL
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