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quinta-feira, 27 de março de 2014

7 razões para explicar a lotação do Metrô de São Paulo

Linha 3-Vermelha é a mais lotada do Metrô de São Paulo


1 – Emprego longe de casa

Talvez a maior razão para lotação dos sistemas de transporte é ausência de planejamento urbano, onde os postos de trabalham ficam longe das moradias. O maior exemplo disto é a linha 3-Vermelha, saturada nos horários de picos, e ociosa em alguns outros horários, onde muitos passageiros que moram na zona leste precisam atravessar a cidade para chegar ao trabalho, geralmente na zona central, ou sul. Para isso, a capital precisa aprovar o novo plano diretor.

2 – Eficiência do sistema

Em uma entrevista, o Secretário de Transportes Metropolitanos Jurandir Fernandes disse que o Metrô “paga o preço do sucesso”. Apesar de parecer uma frase com um tom sarcástico, e que foi amplamente criticada, o secretário de estado tem até razão na sua afirmação. A rede metroviária é o modal com mais confiabilidade, ou seja, mais de 98% das viagens programadas são cumpridas. Apesar dos números crescentes de falhas, o paulistano ainda prefere andar de Metrô ao invés do ônibus. 60% dos paulistanos consideram o metrô como solução de mobilidade, dados da sexta edição da Pesquisa sobre Mobilidade Urbana, divulgada em pela Rede Nossa São Paulo.

3 – Falta de corredores de ônibus

É uma ilusão achar que um dia São Paulo será cortado por linhas de Metrô. As obras não são baratas, não ficam prontas rapidamente, este fator que explica o porquê de muito governos (imediatistas) às vezes relutam em construir novas linhas. Claro que é necessário muito mais ramais, mas enquanto a rede não se expande, a solução são os corredores de ônibus, mais baratos e de fácil inserção.

4 – Integração com o Bilhete Único

Outra razão para explicar a procura grande do Metrô é a integração com o bilhete único do sistema paulistano de ônibus. A medida foi implantada na década passada e desde então o sistema metroviário vem batendo recorde atrás de recordes de passageiros transportados, tudo isso graças ao desconto na tarifa para quem usa os dois modais no período de 2 horas. O metrô paulistano carrega em média cinco milhões de passageiros por dia, contra a 2,3 milhões registrados há 10 anos atrás.

5 – Falta de estrutura para viagens de bicicleta

Apesar do número de viagens de bicicletas ter crescido nos últimos anos, existe ainda o que podemos chamar de demanda reprimida, já que nem todos estão dispostos a se aventurar pelas ruas de São Paulo com sua “magrela”. Falta estrutura e, sobretudo educação dos motoristas de carros para conviver pacificamente com o ciclista. Se São Paulo tivesse uma estrutura dessas, muitos passageiros poderiam realizar suas viagens de bicicleta.

6 – Falta de flexibilidade dos horários de trabalho

Já parou para pensar por que quase todo mundo necessita trabalhar em horário comercial? Ou pior, que todos nós precisamos trabalhar no mesmo horário? É uma questão cultural que deve ser discutida com empregadores e governo. Nem todos os cargos tem a necessidade do empregado cumprir o horário comercial das 8h00 ás 18h00. Muitos profissionais podem trabalhar em casa, o chamado “home office”, por exemplo. Se fossem criadas outras jornadas de trabalho com horários alternativos, talvez a demanda do metrô e do trem poderia ser melhor distribuída.

7 – Falta de linhas

Este talvez seja o motivo mais lembrado pelos passageiros. A rede metroviária é muito acanhada, com cerca de apenas 75 km de trilhos, já que aqui não contamos a malha ferroviária da CPTM, esta que, por sua vez ainda possui um intervalo entre trens maior do que o Metrô. Todas as esferas de governos deveriam juntar esforços para ampliar a construção de Metrô e melhorias dos serviços dos trens. Ainda que a cidade tenha hoje quatro obras ao mesmo tempo acontecendo, quando estas construções forem concluídas, São Paulo terá 100 km de rede metroviária, extensão pequena para o tamanho da cidade, ou seja, as novas linhas já serão insuficientes para atender a demanda cada vez mais crescente de passageiros.

Fonte da Notícia: Via Trólebus
Imagem: UOL

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