São Paulo não terá aumento na passagem de ônibus em 2014,
é o que afirma o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad em entrevista
ao jornal El Pais/Brasil.
Ainda sobre passagem, o prefeito da maior cidade brasileira diz ser
possível chegar a tarifa zero: “é possível aumentar o subsídio à tarifa
até o ponto de chegar a 100%? A minha opinião é que sim, se tiver uma
fonte de financiamento. A municipalização da CIDE. Se os prefeitos forem
autorizados a tributar a gasolina para subsidiar a tarifa, você poderia
avançar no subsídio e diminuir o preço da tarifa no bolso do
trabalhador” disse Haddad.
O prefeito contou também que na escolha da priorização do transporte
público, enfrenta interesses: “A questão da mobilidade é clássica no
mundo inteiro. Todo mundo sabe que deve priorizar o transporte público,
mas tomar a decisão de priorizá-lo é difícil porque incomoda aqueles que
estão comodamente utilizando o transporte individual.”
O petista também admitiu que as manifestações ocorridas em junho,
quando o Movimento Passe Livre iniciou um movimento para a redução da
tarifa, fez com que a prefeitura reforçasse a prioridade nos
transportes: “Já tínhamos anunciado na campanha que faríamos (faixas de
ônibus), mas impulsionados pelas manifestações de junho, fizemos em seis
meses o que faríamos em quatro anos, o que resultou em um incremento na
velocidade do ônibus, superior a verificada em Nova York e Paris, que
tomaram a mesma decisão.”
Apesar da boa aprovação nas faixas exclusivas, alguns institutos de
pesquisas apontam baixa popularidade de Haddad. Mas o prefeito parece
não disposto a mudar de estratégia, e declarou que só com perseverança é
possível enfrentar o problema de mobilidade em São Paulo, que segundo
ele, é cultural: “É a perseverança. O trânsito em São Paulo piorou menos
em 2013 do que em 2012, quando não se investiu um centavo em transporte
público. O trânsito aumentou 11% de 2011 para 2012, sem uma faixa, sem
um corredor. E de 2012 para 2013, 7%. Óbvio que é uma mudança de
cultura, talvez geracional. No meu tempo, o presente de quem entrava na
faculdade era um carro. Outro dia, meu filho me disse que pensava em se
desfazer do carro, em função dos custos associados. Paga-se muito mais
de seguro de carro em São Paulo do que de IPTU.”
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