Lotação excessiva na Estação Sé (Linha 3-Vermelha) |
A Linha 3-Vermelha, a mais lotada do Metrô, está no "limite" e
assim continuará por mais um ano, pelo menos, afirma o diretor de
operações da companhia paulista, Mário Fioratti Neto.
Isso porque a troca do sistema de sinalização, que permitirá reduzir o intervalo entre os trens, está atrasada.
Hoje, esse período é de 105 segundos. O novo sistema reduziria esse tempo para 90 segundos.
Com o intervalo menor, seria possível aumentar o número de trens em circulação. Hoje, são 40 trens na linha vermelha
A
implantação da tecnologia, chamada de CBTC, sigla em inglês para
Controle de Trens Baseado em Comunicação, resultaria em 20% a mais de
trens para o sistema, diz o diretor do Metrô.
A
sinalização usada hoje é da década de 1980. "É uma tecnologia boa, mas
que tem limite. Para aumentar o número de trens em operação na linha, é
preciso mudar de patamar tecnológico", afirma Fioratti Neto.
Sem Salto
A
consequência é que mais passageiros poderiam ser transportados na linha
3, responsável por quase 40% do movimento das quatro linhas sob gestão
do Metrô --o dado exclui a linha 4-amarela, concedida à iniciativa
privada.
A linha 3-vermelha transportou, em 2013, 1,5 milhão de passageiros por dia.
Foi
nessa linha que uma falha em um trem desencadeou um tumulto na terça. O
Metrô diz que alguém acionou um botão "secreto" na plataforma sem
autorização, o que piorou a situação.
Nos
horários de pico, oito pessoas chegam a dividir um metro quadrado no
interior dos trens. O recomendado é até seis por metro quadrado.
Segundo
previsões de três anos atrás do governo do Estado, a implementação do
CBTC deveria estar pronta até a Copa, o que não ocorrerá.
Alstom
O
contrato foi assinado em 2008 com a multinacional Alstom por mais de R$
700 milhões, valor não corrigido. A empresa é investigada por formação
de cartel.
O Metrô diz ter aplicado multas à
Alstom e que tenta resolver a situação com a mediação de um comitê de
arbitragem, tipo de conciliação sem recorrer à Justiça.
Ainda
assim, de acordo com o diretor do Metrô, há um CBTC instalado na linha
2-verde que funciona apenas aos domingos, em caráter de teste. Segundo
ele, a estratégia foi implantá-lo primeiro em uma linha de menor
movimento para depois adaptá-lo às demais.
Equipamentos
do CBTC estão em instalação nas linhas 1-azul e 3-vermelha. Também está
em desenvolvimento "a parte de software", diz.
A previsão de instalação total da nova tecnologia, segundo ele, é 2015. O mês, Fioratti não soube dizer.
Questionado
se a previsão era otimista, o diretor disse que não. "A empresa nos
passou um planejamento de que durante o ano de 2015, isso seria
implantado. Não tenho como afirmar algo diferente", disse Fioratti.
A
promessa do Governador Geraldo Alckmin era chegar ao final de
2014, último desta gestão, com mais 30 km de linhas de metrô. Deve
acabar o ano com 14 km, revelou a Folha em janeiro.
Na
ocasião, o governo disse que as obras atrasaram e que, até o final do
ano, mais alguns quilômetros ainda podem ser acrescentados à rede, hoje
com 74,3 km.
Fonte da Notícia e Imagem: Folha de São Paulo
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