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quarta-feira, 10 de julho de 2013

Modernização das composições do Metrô de SP. Vale a Pena?

Frota L (Modernização da Frota D)
O Metrô de SP ao que se vê na operação cotidiana sempre se preocupou em manter a sua frota parecendo nova e funcionando a contento. Mesmo os carros mais antigos têm suas carrocerias parecendo que saíram da fábrica há pouco tempo, apesar do tempo de uso de cada carro. Isso é um ponto muito positivo para a equipe de manutenção do Metrô.  Normalmente, as frotas de metrô e trem podem rodar até 50 anos sem problemas, tendo, claro, manutenção regular.

Para quem não sabe ou nunca prestou atenção, a frota do Metrô de SP tem as seguintes identificações: os carros com as letras: A, B, C, D e E são os carros mais antigos do Metrô de SP. Já os carros que começam com a Letra G foram comprados há mais ou menos 5 anos e vieram através de uma licitação feita pelo governo do estado e ganha pela empresa espanhola CAF (H) e a brasileira Alston (G).  E os carros identificados pelas letras I, J, K e L são os carros das frotas antigas (A, B, C, D) que estão sendo modernizados e voltando à operação com outras nomenclaturas.  E a frota F opera na Linha 5 – Lilás. Com estes “dados técnicos” na mão, surgem algumas perguntas:

1) A modernização do Metrô está custando realmente tão caro que era melhor comprar uma frota nova e não retirar os carros antigos da operação?

Infelizmente, a mídia informa que a modernização da frota vem custando 86% do que seria gasto na compra de uma frota nova. Não se sabe ao certo se esta informação é correta ou não. E se for correta, é uma porcentagem muito alta, levando-se em conta que os carros são retirados da operação e deixando os usuários ainda mais apertados na superlotação atual.

2) Por que a modernização dos carros demora tanto?

Aqui, o assunto é bastante controverso: de um lado, o Metrô argumenta que os carros modernizados voltam como novos, por que tudo deles é retirado e apenas a carroceria externa é aproveitada. São colocadas novas tecnologias de motorização, controle, segurança dentre outros e isso, claro, leva tempo. No outro lado, engenheiros, blogueiros e curiosos afirmam que se for colocado um número maior de operários, tal processo demoraria menos tempo. Na lógica destas pessoas, é uma progressão aritmética simples. E na verdade, é mesmo.

É importante ressaltar que, após o processo de “refabricação” dos carros, eles ainda precisam voltar ao Metrô para passar por testes de segurança entre outros para só então poder retornar à operação e atenderem aos usuários. Além disso, é feita uma alteração importante nestes carros: eles voltam das fábricas configurados para operarem no sistema de controle de tráfego chamado CBTC, sigla em inglês que significa “Controle de Trens Baseados em Comunicação” o qual a mídia classifica como “anti-lotação”. Mas o Metrô de SP não está operando neste sistema ainda, ele ainda opera no ATO, que mesmo sendo mais antigo ainda é confiável e seguro. Ou seja, a demora para retornar à operação depende da confiabilidade que esta “gambiarra” dá a cada carro para ele retornar aos sistemas de controle do Metrô

3) Por que os usuários reclamam tanto da falta de conforto dos carros novos?

Outro assunto bastante controverso: a frota H que é espanhola tem pouco tempo de operação e já possui vários problemas, tais como bolhas no assoalho (que descolou com o calor de SP), bancos laterais que ficam parecendo gangorras quando os usuários sentam e os “trancos” que estes carros dão nos usuários para frear e parar entre as estações. E aqui estão sendo abordados apenas e somente os problemas de ordem estrutural e motora, deixemos para falar sobre o ar-condicionado em outro momento, já que é bastante subjetivo falar de calor e frio com os usuários.

4) Por que nos projetos de modernização as empresas que ganharam as licitações não mantiveram um padrão (estético e de operação) para facilitar quem iria operar os trens?

Tendo em mente as empresas que fabricam trens e barcos seguem exatamente o que o cliente pede e neste caso, o cliente é o Metrô de SP, por que, mesmo assim, as séries modernizadas são tão heterogêneas na estética e no comportamento operacional? Onde foram respeitados e desrespeitados os dados técnicos enviados para que fosse seguido um padrão? Um exemplo brasileiro foi à compra dos carros chineses pela concessionária Metrô Rio. Muita polêmica se deu na época, já que os carros pareciam não terem sido feitos para operar nas linhas do RJ. A empresa chinesa vencedora da licitação pareceu não levar a sério os gabaritos enviados pelos engenheiros cariocas para fabricar os “salamandras” como os carros novos do Metrô Rio são chamados. Mesma situação passou-se aqui em SP com os 4 consórcios que, por meio também de licitação, ganharam o direito de modernizar os carros.

A modernização da frota, assim como a modernização das estações e plataformas mostra algum interesse por parte do governo em melhorar o serviço que o Metrô de SP oferece aos usuários. Mas com tantas perguntas e problemas surgindo, realmente tal modernização vai melhorar o cotidiano do usuário? E já que estamos falando em modernizações, alguém sabe aí do andamento da implantação do CBTC? Ele não seria instalado na Linha 2 – Verde até o final do ano passado?


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