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sexta-feira, 15 de março de 2013

Itaú quer assumir Bicicletários do Metrô de São Paulo

O Itaú Unibanco quer assumir os bicicletários do Metrô de São Paulo – a maioria fechados desde o ano passado por falta de patrocínio. Caso a tacada se confirme, o banco dará um passo à frente na disputa com o Bradesco, que opera na capital paulista as ciclofaixas de lazer aos domingos, para atrelar sua imagem à cultura da bicicleta na cidade.

“A gente está em vias de fazer uma parceria com o Metrô de São Paulo para assumir os bicicletários para quem tem bicicleta própria”, diz Cícero Araújo, diretor de Relações Institucionais e de Governo do Itaú Unibanco.

Dos 17 bicicletários nas estações de metrô de São Paulo, apenas cinco estão em funcionamento, segundo dados do Metrô e da Via Quatro, que opera a Linha 4-Amarela: Anhangabaú, Guilhermina-Esperança, Palmeiras-Barra Funda, Butantã e Pinheiros. Com isso, das 677 vagas, só 328 estão disponíveis.

O projeto dos bicicletários foi pioneiro em termos de parcerias entre o Poder Público e a iniciativa privada para estimular a "mobilidade suave" (como bicicleta e patins) em São Paulo. Além das vagas para bicicletas próprias, em alguns pontos era possível emprestar gratuitamente o veículo para viagens curtas.

O sistema era operado com o Instituto Parada Vital (IPV), em parceria com o governo do Estado e com o patrocínio de empresas. ATé março de 2011, segundo estatísticas disponíveis no site do IPV, houve 200,5 mil utilizações, entre estacionamentos e empréstimos de bicicletas.

A partir de 2012, porém, após o fim do apoio da Sabesp, começaram os problemas. O presidente do IPV, Ismael Caetano, diz que ainda continua em busca de parcerias. A expectativa é chegar a uma conclusão em até 30 dias.

“Há algumas possibilidades em curso mas não tem nada fechado, nada concreto”, diz Caetano. “A maior dificuldade é encaixar a proposta com a identidade da marca que esteja patrocinando.”

O Metrô não disponibilizou um porta-voz para comentar os planos e a proposta do Itaú. Em nota, atribuiu o fechamento dos bicicletários a “problemas operacionais e de gestão apresentados pelo Instituto Parada Vital” e disse que “está à procura de novos parceiros (e) trabalha na elaboração de uma nova modelagem para a cessão dos seus espaços, visando à manutenção e possível ampliação desses serviços”.
 
Uso das laranjinhas cresce mais em SP
 
O Itaú também pretende antecipar, de 2014 para este ano, a meta de ampliar de 96 para 300 o número de estações do Bike Sampa – projeto de empréstimo de bicicletas iniciado em 2012 na cidade. Com isso, o número de veículos disponíveis na capital paulista aumentará de 960 para 3 mil.

“Vamos chegar a todas as zonas da cidade, inclusive à zona leste”, afirma Araújo, que adianta também que algumas estações deverão ser realocadas.

A utilização das laranjinhas – como ficaram conhecidas as bicicletas, em razão de ostentarem a cor do banco – ainda é muito menor em São Paulo em comparação com o que ocorre no Rio, onde o projeto foi lançado em 2011. Ali, existem 60 estações e 600 bicicletas. Na capital carioca, o sistema tinha, até meados de fevereiro, 138.815 usuários cadastrados, que realizaram 1.558.531 viagens. Em São Paulo, são 118.272 registros e 128.216 viagens no mesmo período.

Mas o uso tem se expandido mais rapidamente em São Paulo nos últimos meses. De novembro de 2011 a janeiro de 2013, o número de viagens cresceu 43%, enquanto no Rio a alta foi de 17% (veja tabela). Até 17 de fevereiro, o Bike Sampa registrou 20.801 viagens e o Bike Rio, 50.799.
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