O Itaú Unibanco quer assumir os bicicletários do Metrô de São Paulo – a
maioria fechados desde o ano passado por falta de patrocínio. Caso a
tacada se confirme, o banco dará um passo à frente na disputa com o
Bradesco, que opera na capital paulista as ciclofaixas de lazer aos
domingos, para atrelar sua imagem à cultura da bicicleta na cidade.
“A gente está em vias de fazer uma parceria com o Metrô de São Paulo
para assumir os bicicletários para quem tem bicicleta própria”, diz
Cícero Araújo, diretor de Relações Institucionais e de Governo do Itaú
Unibanco.
Dos 17 bicicletários nas estações de metrô de São Paulo,
apenas cinco estão em funcionamento, segundo dados do Metrô e da Via
Quatro, que opera a Linha 4-Amarela: Anhangabaú, Guilhermina-Esperança,
Palmeiras-Barra Funda, Butantã e Pinheiros. Com isso, das 677 vagas, só
328 estão disponíveis.
O projeto dos bicicletários foi pioneiro em termos de parcerias entre
o Poder Público e a iniciativa privada para estimular a "mobilidade
suave" (como bicicleta e patins) em São Paulo. Além das vagas para
bicicletas próprias, em alguns pontos era possível emprestar
gratuitamente o veículo para viagens curtas.
O sistema era operado com o Instituto Parada Vital (IPV),
em parceria com o governo do Estado e com o patrocínio de empresas. ATé
março de 2011, segundo estatísticas disponíveis no site do IPV, houve
200,5 mil utilizações, entre estacionamentos e empréstimos de
bicicletas.
A partir de 2012, porém, após o fim do apoio da Sabesp,
começaram os problemas. O presidente do IPV, Ismael Caetano, diz que
ainda continua em busca de parcerias. A expectativa é chegar a uma
conclusão em até 30 dias.
“Há algumas possibilidades em curso mas não tem nada
fechado, nada concreto”, diz Caetano. “A maior dificuldade é encaixar a
proposta com a identidade da marca que esteja patrocinando.”
O Metrô não disponibilizou um porta-voz para comentar os
planos e a proposta do Itaú. Em nota, atribuiu o fechamento dos
bicicletários a “problemas operacionais e de gestão apresentados pelo
Instituto Parada Vital” e disse que “está à procura de novos parceiros
(e) trabalha na elaboração de uma nova modelagem para a cessão dos seus
espaços, visando à manutenção e possível ampliação desses serviços”.
Uso das laranjinhas cresce mais em SP
O Itaú também pretende antecipar, de 2014 para
este ano, a meta de ampliar de 96 para 300 o número de estações do Bike
Sampa – projeto de empréstimo de bicicletas iniciado em 2012 na cidade.
Com isso, o número de veículos disponíveis na capital paulista aumentará
de 960 para 3 mil.
“Vamos chegar a todas as zonas da cidade,
inclusive à zona leste”, afirma Araújo, que adianta também que algumas
estações deverão ser realocadas.
A utilização das laranjinhas – como ficaram conhecidas as bicicletas,
em razão de ostentarem a cor do banco – ainda é muito menor em São
Paulo em comparação com o que ocorre no Rio, onde o projeto foi lançado
em 2011. Ali, existem 60 estações e 600 bicicletas. Na capital carioca, o
sistema tinha, até meados de fevereiro, 138.815 usuários cadastrados,
que realizaram 1.558.531 viagens. Em São Paulo, são 118.272 registros e
128.216 viagens no mesmo período.
Mas o uso tem se expandido mais rapidamente em São Paulo
nos últimos meses. De novembro de 2011 a janeiro de 2013, o número de
viagens cresceu 43%, enquanto no Rio a alta foi de 17% (veja tabela).
Até 17 de fevereiro, o Bike Sampa registrou 20.801 viagens e o Bike Rio,
50.799.
O FERROVIÁRIO.
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