Um
mês e meio depois do início das aulas, o passe livre estudantil ainda
beneficia um número pequeno de alunos na cidade de São Paulo. Até a
semana passada, 118.000 estudantes tinham se cadastrado para obter a
gratuidade nos ônibus. Desse total, 71.000 já utilizaram o desconto nas
catracas, o que corresponde a 14,2% dos 500.000 alunos que precisam ser
auxiliados com a tarifa zero - segundo estimativas da prefeitura de São
Paulo e do governo do Estado.
A
maior parte do público-alvo do benefício continua pagando
o valor integral das passagens, que subiu de R$ 3,00 para R$ 3,50 em
06/01/2015. O passe livre começa a vigorar nesta segunda-feira também
para
trens da CPTM e Metrô.
Entre as reclamações de quem não conseguiu o benefício
estão: a grande quantidade de filas, a falta de divulgação da
abrangência do programa e problemas no cadastro - o que inclui falha
para participantes do Fies.
Segundo Carina Vitral, presidente da UEE, a entidade tem recebido muitas reclamações de alunos
do Fies a respeito de sua impossibilidade de conseguir o passe livre. O
decreto que estabelece o benefício o concede automaticamente a
estudantes no programa. Além disso, ela afirma que muitos estudantes
reclamam de dificuldades técnicas para o cadastro no site da SPTrans e que a UEE vem reivindicando à empresa melhorias
no sistema.
Por meio de nota, a SPTrans informou que não há influência
de filas nos postos no número de cadastrados e que o posto central -
localizada na Rua 15 de Novembro - atende, por dia, cerca de 800
pessoas, e metade delas são alunos. Além disso, diariamente, mais de
12.000 estudantes, em média, conseguem fazer a solicitação pela internet
ou nos postos de atendimento.
Cota
Dados da SPTrans revelam que 95% dos
cadastrados para o passe livre até agora têm direito à cota máxima
disponível, ou seja, 48 viagens por mês, pois estudam em curso com
frequência padrão (ensino fundamental, ensino médio, e ensino superior).
Os outros 5% representam os estudantes que têm carga
horária "reduzida", com menos aulas ao longo da semana, matriculados em
cursos técnicos e de pós-graduação. A empresa, subordinada à Secretaria
Municipal dos Transportes, foi questionada pela reportagem, mas não
respondeu quantos dos cadastrados estudam em universidades públicas e
privadas. Tampouco foi divulgado o número de alunos de escolas públicas
que já solicitaram o benefício.
A medida do Passe Livre limita a quantidade de deslocamentos gratuitos conforme o número de aulas dos alunos durante a semana.
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