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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

SP vai definir em dez dias como a PM vai atuar em tumulto no Metrô

O Governo do estado de São Paulo vai definir em dez dias um protocolo que dirá como a Polícia Militar poderá atuar em situações de emergência em estações do Metrô, da CPTM e da EMTU. O prazo foi definido na manhã de hoje em reunião entre o secretário da Segurança Pública, Fernando Grella, e o de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes. A ideia é que a polícia possa atuar em conjunto com seguranças do Metrô e da CPTM em caso de tumulto.

A medida é uma resposta à confusão ocorrida no Metrô na última terça-feira (4), quando um trem da Linha 3-Vermelha falhou. Passageiros desceram e andaram sobre os trilhos, e parte da linha ficou interrompida por cerca de cinco horas. Houve depredação na Estação Sé.

"Depois das discussões todas nós concluímos pela constituição de um grupo de trabalho formado por representantes da Policia Militar, Técnico-Cientifica e Civil, com representantes do Metrô, da CPTM e da EMTU para discutir um plano de contingência e também um protocolo de  procedimento de atuação de todos os setores", disse o secretário Grella.

O grupo de trabalho criado nesta terça-feira terá o prazo de dez dias para definir a forma de atuação. "Os policiais não estão acostumados a fazer uma intervenção e nem é normal acontecer isso, saber se eles podem adentrar o trilho, em que condições, como deve ser o comportamento da polícia", disse Grella. "O objetivo é de agilizarmos as intervenções de maneira preventiva", completou.

Ele disse que as investigações sobre o tumulto na Linha 3 continuam. "As investigações prosseguem, nós recebemos as imagens [da confusão] na sexta-feira do Metrô e está em posse do presidente do inquérito, elas serão objeto de perícia", afirmou ele.

Falha

O problema da última terça-feira começou por volta das 18h24, quando uma composição apresentou falha na estação Sé, afetando a circulação da linha no horário de pico. Segundo o Metrô, apesar de "a ocorrência operacional ter sido sanada às 18h27, usuários acionaram botões de emergência de sete trens que vinham atrás, em sequência, e desceram às passarelas de emergência, causando a interrupção da operação no trecho entre Palmeiras-Barra Funda e Sé".

De acordo com o Metrô, os usuários caminharam pelas passarelas laterais e foi preciso desenergizar toda a linha. A circulação de trens foi plenamente normalizada às 23h20 de terça-feira.
O secretário Jurandir Fernandes afirmou ao SPTV que vai instalar mais 1.500 câmeras de segurança nas estações e contratar mais vigilantes para os horários de pico.

O governador de São Paulo disse não acreditar que o fato tenha sido "geração espontânea". "É preciso ser investigado porque não é uma coisa espontânea. [Foi] Muita coincidência", avaliou. 
Alckmin afirmou, ainda, que houve grupos invadindo as estações. Segundo o governador, serão estudadas medidas que possam evitar esse tipo de situação no Metrô. "Aumentar policiamento, segurança, câmera de vídeo e como tecnologicamente evitar esse tipo de questão", declarou.

O governador chegou a usar o termo "sabotagem" para se referir às medidas. "Tecnologia no sentido de evitar que sistemas de segurança possam ser usados por pessoas para fazer sabotagem, para causar prejuízos", disse.

Controle de fluxo

A grande concentração de passageiros provocou desentendimentos entre usuários e seguranças na estação Sé, e a Polícia Militar precisou ser acionada. Às 21h15, os portões da estação estavam fechados, e os funcionários orientavam os passageiros a pegar ônibus ou caminhar até a estação São Bento, da Linha 1-Azul do Metrô. Segundo funcionários do Metrô, todas as estações da Linha 3-Vermelha foram esvaziadas. A assessoria do Metrô, porém, não confirmava no horário a interrupção integral da circulação.

Dentro da estação Sé, passageiros ainda aguardavam às 22h o retorno da circulação. Nervosos, alguns usuários se negavam a deixar a estação e protestavam contra a falta de transporte. Outras pessoas esperavam que o tumulto diminuísse para deixar o local.

A SPTrans informou que, nos trechos onde houve problemas na circulação dos trens do Metrô, o serviço de transporte coletivo municipal operou "com frota cheia, ou seja, com a frota de ônibus disponibilizada pelas operadoras nos horários de pico dos dias úteis". Segundo a SPTrans, o Metrô e a CPTM não solicitaram o acionamento do Paese.

Reflexo na linha

O analista de nutrição Juliano Silva Vieira dos Santos, de 30 anos, estava na composição que ficou parada entre as estações Marechal Deodoro e Santa Cecília. Segundo ele, os passageiros se desesperaram quando o ar-condicionado foi desligado.

"O trem já tinha ficado parado na Barra Funda por um bom tempo. Depois, na estação Deodoro. Quando parou no túnel (entre Deodoro e Santa Cecília), o ar-condicionado estava gelado, mas daí ficou quente de repente. Todo mundo ficou desesperado, porque não conseguia respirar. Algumas pessoas começaram a gritar: 'Vamos sair! Vamos sair!' Foi quando bateram nos botões [de emergência] e abriram as portas. Saímos caminhando em direção à estação Deodoro", contou.

Juliano disse que, em momento algum, os passageiros foram informados por meio do sistema de som ou por algum funcionário sobre o que estava acontecendo.

"Só diziam que um trem estava com problema, mas não falavam o que era nem davam qualquer previsão de retorno da circulação. Depois, anunciaram que havia usuários andando pela via", relatou.

Fonte da Notícia: G1

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