Em um dos galpões industriais da empresa de transportes canadense Bombardier, dois esqueletos de “vagão” em processo de montagem estão suspensos sobre estruturas de vigas metálicas. “Não são vagões, são carros. Vagão é para carga”, diz Manuel Gonçalves, diretor geral da fábrica, corrigindo os jornalistas reunidos para conhecer o processo de construção do monotrilho. Daqui a um ano, se tudo correr conforme o cronograma, os “carros” estarão imersos na paisagem da capital paulista, no polêmico projeto do monotrilho da Zona Leste.
Os 378 carros do monotrilho da linha 15 – Prata do metrô virão de mais longe, da cidade de Hortolândia, a 20 minutos de Campinas. O projeto estipula 2016 como o prazo para ligar o bairro Cidade Tiradentes à estação Vila Prudente, da linha 2 – Verde, num total de 24 quilômetros e 17 estações. Mas já no fim do próximo ano, o primeiro trecho deve ser inaugurado, percorrendo os 2,9 quilômetros que separam a estação Vila Prudente da futura parada Oratório.
Para mensurar o impacto desse novo sistema no transporte da cidade, basta imaginar que um ônibus circulando no trecho entre a Avenida Jaguaré, na zona oeste, até a Avenida Paulista, de pouco mais de10 quilômetros, leva em torno de 40 minutos – se o trânsito não estiver muito ruim. Com o mesmo tempo, seria possível percorrer quase toda a extensão do monotrilho, estimada pelo fabricante em 50 minutos. Praticamente o dobro da distância. O ônibus transporta até 34 pessoas sentadas e 54 em pé, um total de 88 passageiros. Já o trem com traços futuristas carregará cerca de 15 passageiros sentados e 128 em pé, num total de 143 passageiros. Por carro.
A estimativa é que o serviço receba 500 mil usuários diariamente, algo como toda a população do Grajaú, bairro mais populoso da capital, somada aos moradores da Vila Mariana. Segundo o diretor de comunicação da Bombardier na América Latina, Luis Ramos, a linha vai ajudar a suprir a carência da região leste por transporte coletivo. “O principal problema das cidades é que houve um grande crescimento da população, mas não da infra-estrutura”, diz.
Para transportar um contingente tão expressivo, é preciso algumas inovações. A Bombardier, que também atua no ramo da aviação, trouxe tecnologia aeronáutica para reduzir o peso dos carros, e assim aumentar o número de usuários transportados. São 15 toneladas de alumínio, estruturadas em forma de colmeia. “É um truque para reduzir espaço e ganhar performance”, explica o diretor Manuel Gonçalves. O motor é de ímã permanente e fica dentro do cubo da roda de borracha, gerando um nível de ruído quase nulo.
A multinacional classifica o sistema como “de alta capacidade”, único no mundo com cara de metrô. Na China, um monotrilho carrega 30 mil pessoas por hora, e no Japão, 25 mil. No Brasil serão 40 mil pessoas por hora. “Um trem com a nossa capacidade é inédito”, explica Luis Ramos, que vê um futuro promissor para a exportação. A fábrica já tem encomendas de 12 carros para a Arábia Saudita, e as cidades de Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro já demonstraram interesse. A meta para o auge de produção é de um carro pronto a cada dia. Se o monotrilho entregar tudo o que promete, a Zona Leste terá muito mais carros na garagem a partir de 2016. “O que é mais confortável, estar sozinho na sua ‘poltrona’ e ficar duas horas parado no trânsito, ou chegar em 50 minutos?”, pergunta Luis Ramos. Como se fosse preciso responder.
Os 378 carros do monotrilho da linha 15 – Prata do metrô virão de mais longe, da cidade de Hortolândia, a 20 minutos de Campinas. O projeto estipula 2016 como o prazo para ligar o bairro Cidade Tiradentes à estação Vila Prudente, da linha 2 – Verde, num total de 24 quilômetros e 17 estações. Mas já no fim do próximo ano, o primeiro trecho deve ser inaugurado, percorrendo os 2,9 quilômetros que separam a estação Vila Prudente da futura parada Oratório.
Para mensurar o impacto desse novo sistema no transporte da cidade, basta imaginar que um ônibus circulando no trecho entre a Avenida Jaguaré, na zona oeste, até a Avenida Paulista, de pouco mais de10 quilômetros, leva em torno de 40 minutos – se o trânsito não estiver muito ruim. Com o mesmo tempo, seria possível percorrer quase toda a extensão do monotrilho, estimada pelo fabricante em 50 minutos. Praticamente o dobro da distância. O ônibus transporta até 34 pessoas sentadas e 54 em pé, um total de 88 passageiros. Já o trem com traços futuristas carregará cerca de 15 passageiros sentados e 128 em pé, num total de 143 passageiros. Por carro.
A estimativa é que o serviço receba 500 mil usuários diariamente, algo como toda a população do Grajaú, bairro mais populoso da capital, somada aos moradores da Vila Mariana. Segundo o diretor de comunicação da Bombardier na América Latina, Luis Ramos, a linha vai ajudar a suprir a carência da região leste por transporte coletivo. “O principal problema das cidades é que houve um grande crescimento da população, mas não da infra-estrutura”, diz.
Para transportar um contingente tão expressivo, é preciso algumas inovações. A Bombardier, que também atua no ramo da aviação, trouxe tecnologia aeronáutica para reduzir o peso dos carros, e assim aumentar o número de usuários transportados. São 15 toneladas de alumínio, estruturadas em forma de colmeia. “É um truque para reduzir espaço e ganhar performance”, explica o diretor Manuel Gonçalves. O motor é de ímã permanente e fica dentro do cubo da roda de borracha, gerando um nível de ruído quase nulo.
A multinacional classifica o sistema como “de alta capacidade”, único no mundo com cara de metrô. Na China, um monotrilho carrega 30 mil pessoas por hora, e no Japão, 25 mil. No Brasil serão 40 mil pessoas por hora. “Um trem com a nossa capacidade é inédito”, explica Luis Ramos, que vê um futuro promissor para a exportação. A fábrica já tem encomendas de 12 carros para a Arábia Saudita, e as cidades de Belo Horizonte, Recife e Rio de Janeiro já demonstraram interesse. A meta para o auge de produção é de um carro pronto a cada dia. Se o monotrilho entregar tudo o que promete, a Zona Leste terá muito mais carros na garagem a partir de 2016. “O que é mais confortável, estar sozinho na sua ‘poltrona’ e ficar duas horas parado no trânsito, ou chegar em 50 minutos?”, pergunta Luis Ramos. Como se fosse preciso responder.
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