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quinta-feira, 4 de agosto de 2016

Nove pessoas são denunciadas pelo Ministério Público por compra da Frota P para a Linha 5-Lilás

O Ministério Público de São Paulo denunciou nove pessoas, entre elas o atual presidente do Metrô, pela compra de trens na gestão de Geraldo Alckmin.

O promotor afirma que a maior parte dos trens já foi entregue e eles nunca entraram em operação por causa do atraso nas obras da linha.

Ao todo, dez trens novinhos estão parados no pátio da fabricante, a CAF, que fica em Hortolândia, no interior de São Paulo.

Segundo o Ministério Público do Estado, eles fazem parte de um pacote de 26 trens comprados durante o Governo Geraldo Alckmin por R$ 615 milhões; 16 já foram entregues.

Na denúncia de improbidade administrativa, a promotoria afirma que os trens estão abandonados.

“Os trens estão sendo vandalizados, os trens estão perdendo garantia, e a população está perdendo a possibilidade de usar esse trem”, disse o promotor Marcelo Milani.

O presidente do Metrô, Paulo Menezes Figueiredo, diz que, por contrato, a garantia só começa a valer quando os trens entram em uso.

“Nós não entendemos que há uma questão de trens ao relento em Hortolândia. Os trens que aqui estão, estão no pátio do metrô. Assim como os outros trens, das outras linhas também ficam à disposição nos pátios, esses igualmente também estão lá”, disse ele.

Os trens foram comprados para a Linha 5-Lilás, que tem sete estações e ainda está em expansão.

O problema é que as obras atrasaram. Em 2010, o Governo de São Paulo determinou a paralisação, depois de denúncias de irregularidades nas licitações.

O Ministério Público afirma que o Metrô determinou a compra dos trens mesmo sabendo que as obras estavam paralisadas e que a decisão provocou prejuízos ao Governo do Estado.

O Metrô diz que a compra foi feita de acordo com o cronograma do empreendimento. O MP diz que as obras foram retomadas em Julho de 2011, 11 dias depois da assinatura da compra dos trens.

Ainda segundo o Ministério Público, os trens novos têm bitolas, que é a distância entre os trilhos, menores do que as que já existem na mesma linha. O Metrô nega que tenha havido erro.

Sergio Avelleda, presidente do Metrô na época, e outras oito pessoas são denunciadas na ação. Entre elas, o ex-secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, e o atual Secretário, Clodoaldo Pelissioni.

O atual presidente do Metrô, que também foi denunciado na ação, diz que os trens devem entrar em operação nos próximos meses.

“Eles estão em testes, existem oito trens que já estão testados, aptos a entrar em operação, e já em agosto, setembro, devemos estar operando já com esses oito trens já no trecho que hoje opera a Linha 5-Lilás”, disse o presidente do Metrô.

O Governo do Estado de São Paulo e o Secretário de Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, declararam que não vão se pronunciar e que quem fala oficialmente pelo assunto é o atual presidente do Metrô.

O ex-secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, disse que vai se inteirar do caso para prestar todos os esclarecimentos necessários.

O ex-presidente do Metrô, Sergio Avelleda, disse que não pode se pronunciar porque desconhece o teor da ação. Avelleda afirmou que não foi ele quem assinou o contrato.

A CAF Brasil declarou que não comenta contratos em andamento em razão das cláusulas de confidencialidade.

Fonte da Notícia: G1-Jornal Nacional

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