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quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Obras da Linha 17-Ouro são paralisadas e atrasarão ainda mais

Mapa da Linha 17-Ouro do Monotrilho
O que já estava atrasado e com trechos de obras congelados, vai registrar uma demora maior ainda para ser concluído.

O Metrô de São Paulo rescindiu o contrato com consórcio das empresas Andrade Gutierrez e CR Almeida para construção de três das oito estações e de um pátio de manobras dos trens que deveriam estar em andamento da Linha 17-Ouro do Monotrilho, que era prevista para ligar o aeroporto de Congonhas, na zona sul da capital paulista, à região do Morumbi.

De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, o motivo é o abandono das obras que teria ocorrido no final do ano de 2015 pelo consórcio, que pode ser multado em R$ 100 milhões.

O Metrô fez vistoria nas obras em dezembro e constatou o abandono. As empresas foram notificadas, mas decidiram não optar pela continuação dos trabalhos da Linha 17-Ouro do monotrilho. Na última semana, as empresas então formalizaram a desistência da obra , alegando dificuldades para executar as intervenções dentro do orçamento previsto.

A construção do pátio era orçada em mais de R$ 268 milhões e recebeu aditivo superior a R$ 48 milhões. Já as três estações custariam mais de R$ 129 milhões, mas o valor da obra foi reduzido para quase R$ 120 milhões. Do total de R$ 436 milhões das obras, R$ 199 milhões foram pagos até dezembro. – diz a matéria.

Tanto a Andrade Gutierrez como a CR Almeida são citadas na Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que investiga o maior esquema de corrupção verificado até o momento no país envolvendo integrantes do Governo Federal, Petrobrás, partidos políticos, empreiteiras e bancos.

O Metrô não deve inicialmente fazer uma nova licitação. A companhia estatal deve procurar a segunda colocada da licitação anterior para convidar à continuidade das obras.

O atraso da Linha 17-Ouro do Monotrilho, que já tem os trechos das extremidades com obras congeladas, pode interferir em outra linha do trem que circula em elevados.

De acordo com uma cláusula de contrato, a Linha 18-Bronze, do Monotrilho do ABC, só pode ser construído depois de testes com a Linha 17-Ouro. O Metrô não tem esta interpretação.

Além deste entrave, a Linha 18-Bronze possui dúvidas técnicas, como qual a atitude a ser tomada diante de galerias de água que não estavam no projeto na Avenida Brigadeiro Faria Lima, no centro de São Bernardo do Campo, desapropriações e a questão de financiamento, também não definida. Há contestações técnicas sobre se vale a pena ou não iniciar a construção da Linha 18-Bronze, mesmo com contrato assinado.

Já é o segundo problema deste tipo envolvendo obras para o Metrô. No ano de 2015, foi rompido o contrato entre o Metrô e o Consórcio Isolux-Corsán-Corviam para obras do prolongamento da Linha 4 Amarela, de um pátio de manobra de trens e de um terminal de ônibus na Vila Sônia.

Matéria do jornal El País, que ouviu especialistas em transportes, traz a opinião unânime destes técnicos que o sistema hoje representa sinais de atrasos e controversas. 

Fonte da Notícia: Blog Ponto de Ônibus
Imagem: Mobilize

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