Obras da Linha 17-Ouro do Monotrilho |
O Metrô de São Paulo rescindiu contrato com o consórcio formado por
Andrade Gutierrez e CR Almeida para a construção de parte da Linha
17-Ouro, que liga o Aeroporto de Congonhas à Estação Morumbi da CPTM, na
zona Sul da capital paulista. O Metrô diz que as empreiteiras
abandonaram a obra e pode multar o consórcio em mais de R$ 100 milhões. É
o segundo caso de abandono de obras do Metrô em seis meses. O primeiro
foi anunciado em Julho de 2015, quando o governo rompeu, por atraso, contrato
que tinha com a espanhola Isolux para a construção de estações da Linha
4-Amarela.
Segundo fontes ouvidas pelo Valor, a Andrade Gutierrez e
a CR Almeida abandonaram as obras do monotrilho no fim do ano. As
companhias eram responsáveis pela construção do pátio de manobras de
trens e por três das oito estações. Procurada, a Andrade Gutierrez não
quis comentar. Já a CR Almeida retornou os pedidos de entrevista. As
duas empresas estão sendo investigadas pela Polícia Federal no âmbito da
operação Lava-Jato, que apura desvios em contratos da Petrobras.
O
ex-presidente da Andrade Gutierrez Otávio Azevedo está preso desde
junho. Na quinta-feira passada, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, negou habeas corpus a Azevedo e Elton
Negrão, outro executivo da construtora.
A CR Almeida é uma das
empresas citadas em planilha apreendida no escritório do doleiro e
delator Alberto Youssef - peça central da Operação Lava-Jato - em São
Paulo, que relaciona 747 projetos suspeitos de irregularidades em
estatais, órgãos públicos estaduais, prefeituras e empresas privadas.
Vistorias
feitas pelo Metrô no começo de dezembro indicaram o abandono da obra do
monotrilho. Ao longo do mês, as empresas foram notificadas para retomar
os trabalhos, o que não ocorreu. Na semana passada, as empresas
formalizaram a saída alegando dificuldades para executar as obras dentro
do orçamento previsto.
A construção do pátio era orçada em mais
de R$ 268 milhões e recebeu aditivo superior a R$ 48 milhões. Já as três
estações custariam mais de R$ 129 milhões, mas o valor da obra foi
reduzido para quase R$ 120 milhões. Do total de R$ 436 milhões das
obras, R$ 199 milhões foram pagos até Dezembro de 2015
O Valor apurou que
o Metrô vai procurar o segundo colocado na licitação das obras para ver
se há interesse em assumir os trechos abandonados pelas construtoras.
No caso das estações da Linha 4-Amarela, o Governo Paulista foi obrigado a
lançar um novo edital. O monotrilho foi prometido para ser entregue
antes da Copa de 2014, ligando Congonhas ao bairro do Morumbi. Após
adiamentos, a expectativa é que parte das obras seja concluída no ano
que vem e outra em 2019.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
Imagem de Marco Staffa
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