Confronto entre policiais e metroviários na Greve de 2014 |
A 72ª Vara do Trabalho de São Paulo determinou nesta quinta-feira, 10
de dezembro, a reintegração de Paulo Pasin, presidente da Fenametro e
um dos 42 metroviários demitidos após a greve de 2014.
Na sentença a juíza determina o restabelecimento do contrato de
trabalho do réu, suspenso desde 09/06/2014, com reintegração
imediata no prazo de 10 dias. Para Pasin, a vitória é importante, mas só
será completa com a readmissão de todos demitidos. “Enquanto todos os
metroviários demitidos de 2007 e 2014 não forem readmitidos,
continuaremos em luta”, afirmou.
Histórico de perseguição
O processo de demissão enfrentado por Pasin não foi o primeiro, e se
soma a uma série de tentativas do Metrô e do PSDB de criminalização dos
trabalhadores e da luta sindical.
Além da demissão de 2014, Pasin também foi demitido em 2007 e
enfrentou outros processos e acusações. Em 2007, a demissão foi
revertida pela Justiça, e o Metrô foi condenado pela OIT por prática anti-sindical. Pasin venceu
também um processo de danos morais contra o Metrô, referente a mesma
greve. A Companhia foi condenada após realizar acusações infundadas de
que ele teria sabotado o sistema, sendo obrigada a desmentir a
informação nos jornais O Globo e Folha de S.Paulo.
De
acordo com Pasin, as perseguições se dão com diversos trabalhadores, e
mostram uma prática recorrente do Metrô. “Em 2006, eu e o companheiro
Godoy, na época presidente do Sindicato dos Metroviários,chegamos a ser
investigados pela Polícia Federal após 24h de paralisação contra a
privatização da Linha 4-Amarela. A perseguição é a toda essa incansável
categoria que luta pelos seus direitos e por um transporte público de
qualidade,” disse.
O metroviário acredita que esse enfrentamento no judiciário contra o
Metrô é político, fruto da luta coletiva e defesa dos direitos dos
trabalhadores.”Fizemos enquanto Federação uma denúncia sistemática do
Cartel dos Trens, munindo o CADE, o Ministério Público Estadual,
apontando não só o papel do Metrô como também do PSDB”, explicou.
A Greve de 2014 e as demissões
Em Junho de 2014, às vésperas da Copa Mundo, os metroviários
realizaram um greve de 5 dias, que recebeu repressão policial e terminou
com 42 trabalhadores demitidos. Algumas demissões já foram revertidas
na Justiça e os metroviários seguem em luta pela reintegração de todos
os demitidos.
Fonte da Notícia: Fenametro
Imagem: UOL
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