Mapa da Linha 18-Bronze |
Sem início de obras após mais de um ano e três meses da assinatura de
contrato – as intervenções eram para começar em Junho de 2015 –, o prazo para
conclusão da Linha 18-Bronze do Metrô (Tamanduateí-Djalma Dutra), que
ligará o Grande ABC à Capital por monotrilho, foi estendido para, no
mínimo, 2020. Essa informação foi admitida ontem em audiência pública na
Assembleia Legislativa. A entrega estava prevista para 2018.
Representantes de União e Estado mantiveram divergência sobre o aval a
financiamento para desapropriações, trâmite hoje paralisado na Cofiex, órgão ligado ao Ministério do
Planejamento.
No total, as obras da Linha 18-Bronze custarão R$ 4,2
bilhões, sendo R$ 407 milhões para desapropriações, sob responsabilidade
do Palácio dos Bandeirantes. A proposta original do governo paulista
era obter financiamento junto à Caixa Econômica Federal, mas a crise
econômica afetou o acordo. Diante do impasse, mudou-se a fórmula e houve
autorização a firmar operação de crédito com banco internacional. Essa
negociação necessita de sinal verde da Cofiex. Reunião entre os
envolvidos para tratar do caso sofreu suspensão em agosto. Isso porque o
Tesouro Nacional solicitou à Cofiex que retire da pauta a análise de
todos os pedidos de empréstimo.
Secretário estadual de Transportes
Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni descartou, durante a atividade,
qualquer entrave técnico para andamento das intervenções e afirmou que
espera por aprovação da Cofiex no primeiro trimestre de 2016, alegando
que o governo possui limite para endividamento. “Vamos tomar dinheiro no
Exterior, sem onerar diretamente a União. Por isso, acreditamos que é
possível obter aval a esse financiamento. Com esse quadro, o BNDES
tende a assinar
contrato. Esse acordo está faltando para viabilizar o contrato, e até o
fim do ano que vem iniciarmos as obras. Entre 2019 e 2020 hoje é a
realidade. ”
Diante da falta de aporte, o contrato com o Consórcio
ABC Integrado está até agora sem efetividade. Conforme previsto na
licitação, houve aditamento por mais seis meses, prazo que se expirou em
fevereiro. Com o problema, o governo estadual fez novo aditivo de prazo
já em comum acordo com o privado por mais 180 dias, que venceu em Agosto de 2015. O máximo de tempo, segundo ajustes, seria renovação pelo mesmo
período em Fevereiro de 2016. “Não queremos essa prorrogação”, disse
Pelissioni, deixando poucas chances de emplacar plano B e consolidar
outra forma de financiamento.
O Secretário Nacional de Transporte e
Mobilidade Urbana, Dario Rais Lopes, sustentou que o Estado poderia,
“com um pouco de criatividade”, superar os impasses com verba – ele
disse isso em audiência em Brasília há três semanas. Segundo ele, o
Palácio dos Bandeirantes deveria transferir para a iniciativa privada
algumas responsabilidades e renegociar o contrato. O titular da Pasta
falou em risco em acelerar a negociação devido à tecnologia ser nova. “O
fato de não começar a obra é bom, pois o pessoal técnico discute
solução. Não vejo isso como problema. Permite que se faça melhor a
implantação, resolvendo bem, primeiramente, as Linhas 15-Prata (Vila
Prudente-Iguatemi) e 17-Ouro (Congonhas-Morumbi). ”
Responsável
por convocar a audiência para debater o atraso, o presidente da
Comissão de Transportes da Assembleia, Deputado Orlando Morando,
discordou que seja preciso finalização das linhas que estão em obras
para ter outro modal. “A dificuldade é financeira. Infelizmente, fomos
surpreendidos pela crise. O que ficou claro é que não existe risco de o
modal não existir. O Consórcio reconheceu que fez contrato da compra dos
materiais rodantes, que são os trens. ”
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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