Manifestação contra a privatização da Linha 5-Lilás essa semana |
Mais de 150 pessoas participaram na última terça-feira (01/09/2015) à
noite na Estação Capão Redondo do primeiro ato contra a privatização da
Linha 5-Liás do Metrô de SP, convocado pelo Comitê contra a Privatização.
Mesmo a fina garoa e a temperatura abaixo dos 20 graus, não impediram
que os manifestantes fizessem o uso da palavra e deixassem claro o
recado à população e aos trabalhadores que ali passavam no momento: NÃO À
PRIVATIZAÇÃO DA LINHA 5-LILÁS!
Marília Rocha, operadora de trem da Linha 3-Vermelha e demitida na Greve da categoria em 2014, falou em nome do grupo de mulheres Pão e
Rosas e ressaltou que “a privatização também significa maior
precarização do transporte e por isso significa mais assédio às mulheres
dentro do transporte público, significa piora dos serviços para atender
as mulheres que são vítimas de violência e assédio dentro do transporte
público.”
Narciso, operador de trem da linha 5 e diretor do Sindicato dos
Metroviários de SP, salientou que “essa privatização, na verdade, é não
levar a promessa do governo de levar o Metrô até o ‘fundão’ do Capão
Redondo, até o Jardim Ângela e toda a região que sofre diariamente com
ônibus superlotado, há 15 anos esperando essa linha ficar pronta.”
Felipe Guarnieri, metroviário e delegado sindical da Estação Santa
Cruz disse que "em resposta ao caos do transporte público o nosso
governador Geraldo Alckmin anunciou recentemente esse ataque da
privatização da linha 5 do Metrô, que é parte de um projeto mais de
conjunto de privatização de toda linha estatal do Metrô de São Paulo.
Ele faz esse ataque colocando como desculpa a modernização do Metrô, mas
a gente tem que perguntar: o que há de moderno de tirar o nosso
dinheiro, dos nossos impostos, e colocar na mão das empreiteiras? O que
há de moderno nisso? Não tem nada de moderno. Esse é o atraso que vigora
nesse país desde muito tempo, é o que dá pro rico e pro patrão cada vez
mais lucro e para o pobre, para o trabalhador, o prejuízo da conta!". O
metroviário disse que também no cenário nacional estão em curso ajustes
aos trabalhadores "Ficam falando de um golpe da direita, mas o que está
em jogo é a governabilidade para aplicar os ajustes aos trabalhadores".
E finalizou afirmando "A saída para lutar por um Metrô estatal é a
mesma saída que temos que lutar para os trabalhadores: independência
política dos trabalhadores e aliança com a população."
Altino Prazeres, presidente do Sindicato dos Metroviários de SP,
agradeceu o apoio dos moradores da região, os moradores das ocupações
que compuseram o ato como o “Nós da Sul”, “Ocupação Plínio Resiste” e
alguns integrantes do MTST, além
de agradecer o apoio dos partidos e organizações de esquerda que
compareceram. Altino frisou a importância de se estar junto nesse
momento: “cada vez que tem um ataque a um trabalhador, a uma
trabalhadora, a uma organização, essa solidariedade de classe dos
trabalhadores e do povo mais oprimido é necessária. Quando tem uma
ocupação de terra e a tropa de choque vem tentar desocupar quem está na
ocupação, é uma obrigação nossa de ajudar os companheiros a resistir, a
garantir sua moradia”. E finalizou dizendo que “nós vamos resistir, nós
vamos lutar e nós vamos chamar a população pra se sublevar e não
permitir a entrega do patrimônio público”.
Marilia Lacerda, trabalhadora do Hospital Universitário da USP e
membro do Conselho de Delegados de Base do SINTUSP, foi ao ato saudar a iniciativa e dizer que “ano
passado os trabalhadores da USP enfrentaram uma dura greve contra a
privatização do HU que a Reitoria queria implementar. Mas por trás da
Reitoria estava o governador Alckmin, o mesmo que quer privatizar o
Metrô.” E completou reafirmando que “hoje eu estou aqui pra saudar, mas
pra dizer também que a gente tem que travar essa luta juntos porque
somente unidos, a classe trabalhadora e os usuários, podem dar uma saída
de fundo e barrar esse processo de privatização tanto no HU quanto no
Metrô.”
Fonte da Notícia & Imagem: Esquerda Diário
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