Coletivos feministas se reuniram na estação República, das Linhas
3-Vermelha e 4-Amarela do Metrô na tarde de ontem (31/08/2015) para
protestar contra a violência e o assédio sexual no transporte público.
O grupo reivindica que mais seguranças mulheres, treinadas para lidar
com a violência, sejam contratadas e que os demais funcionários sejam
capacitados para com casos de agressão sexual. As manifestantes também
pedem a divulgação do número de abusos e a instalação de uma delegacia
da mulher em uma estação do Metrô na região central da cidade.
Na estação onde foi realizado o protesto, uma funcionária foi estuprada dentro de um guichê de recarga
do Bilhete Único, em abril deste ano. Segundo José Carlos Martinelli,
diretor de contratos da Prodata, empresa que presta serviço de
bilhetagem para o Metrô há quatro anos, a jovem foi surpreendida por
assaltantes ao encerrar o expediente, por volta das 23h30.
Ela deixava a cabine, localizada na Rua do Arouche, quando um dos
bandidos invadiu o local e a violentou. Ainda de acordo com Martinelli,
os assaltantes destruíram as câmeras de segurança da cabine.
Vítimas
O SPTV ouviu mulheres que disseram que são constrangidas em diversos
momentos enquanto estão no trem, principalmente nos horário de pico. A
vendedora Erica Carolina da Silva informou que já sofreu abuso nos trens
da CPTM. “A primeira
sensação que eu tenho é um desconforto fora do comum, porque eu sei o
que eu posso passar”, disse.
Ela disse ter sido abusada em uma manhã no final de Julho de 2015. Erica desceu
do ônibus e embarcou no trem. Na Estação Barra Funda, o vagão encheu.
“Eu comeceu a sentir uma movimentação estranha. Porém, tinha uma mãe com
uma criança que se mexia muito. Então, na minha cabeça era a perna da
criança e a mãe tentando segurar. Mas aí eu senti algo quente na minha
calça”, contou.
Já a estudante Larissa do Nascimento Caetano conta que todos os
passageiros chegaram a ver o assédio, mas ninguém ajudou. “Estava indo
para a faculdade e pego um trem em Caieira às 6h. É um pouco cheio, mas
consigo me movimentar. Tinha um moço que mora perto da minha casa e ele
tava se encostando em mim”. Larissa contou que ficou incomodada e tentou
sair de perto do homem. “Ele continuou atrás de mim. Aí uma outra moça
viu e trocou de lugar comigo. Outro rapaz também viu e ninguém fez nada.
Fiquei desesperada. Eu tremia. Fiquei nervosa”, disse.
No começo de abril, o Metrô lançou uma campanha “Você não está sozinha”
contra o assédio sexual e divulgou um número de celular para os
usuários poderem fazer denúncias. No final de julho, uma vítima ganhou ação na Justiça uma indenização de R$ 20 mil por assédio na Linha 1-Azul do Metrô.
Fonte da Notícia: G1-SP
Imagem de Dario Oliveira
Nenhum comentário:
Postar um comentário