Composições da Frota P do Metrô de São Paulo |
O Ministério Público Estadual instaurou inquérito civil para
apurar eventuais irregularidades no contrato de compra antecipada de 26
novos trens da empresa espanhola CAF para a Linha 5-Lilás do Metrô de
São Paulo. Os trens estão parados em um pátio, conforme mostrou
reportagem do Estado. A Linha 5-Lilás deveria ter sido entregue em 2014.
Já os trens foram entregues antes de a obra física ter sido concluída. A
Promotoria de Defesa do Patrimônio Público quer saber se essa situação
causou prejuízo aos cofres públicos.
O MPE vai apurar se, por
falta de espaço próprio para guardar os trens, o governo solicitou área
da CAF e pagou aluguel. A representação feita na quarta-feira tem por
base uma denúncia recebida pela promotoria, que apontou sete supostas
irregularidades. Ela instaurou inquérito para investigar cinco.
A
denúncia acusa o Metrô de ter
comprado os trens sabendo que tanto a extensão da Linha 5-Lilás quanto o Pátio
Guido Caloi não ficariam prontos a tempo. O governo do Estado nega.
Responsável pelo inquérito, o promotor Marcelo Camargo Milani disse que
será investigada a veracidade das informações.
A representação
denunciou ainda irregularidades que teriam sido praticadas por um
gerente da empresa. “O Metrô teria providenciado locação de espaço com a
referida empresa espanhola, provocando um prejuízo ao Metrô, que paga
aluguel para a guarda dos trens já entregues”, diz a representação do
inquérito. O gerente do Metrô negou ligação com o contrato.
Segundo
a promotoria, o Metrô já admitiu que houve atrasos na obra do Pátio
Guido Caloi, o que motivou “a busca de outros locais para estacionar os
trens entregues pela CAF, tendo sido firmado contrato de cessão de uso
não oneroso para armazenamento de trens por tempo determinado em área
cedida pela CAF, contígua a planta industrial em Hortolândia, não
existindo contrato de aluguel nem compra antecipada”.
Em nota, o
Metrô nega o aluguel de espaço ou pagamento para guarda de trens já
entregues pela CAF. E diz que a citação ao seu gerente é “um equívoco”
porque ele não é gestor desse contrato e não tem relação com a guarda
dos trens.
“Quanto ao inquérito, o Metrô aguarda ser notificado
oficialmente para tomar conhecimento de seu conteúdo. A companhia
prestará todos os esclarecimentos”, informou o Metrô. Procurada, a CAF
disse, via assessoria, que não se manifestará sobre o assunto.
Esclarecimentos.
Foram expedidos ofícios ao Metrô solicitando cópias do contrato e do
procedimento licitatório para a construção do pátio, além do contrato de
cessão de uso para armazenamento dos trens em área cedida pela CAF. O
ex-secretário dos Transportes Jurandir Fernandes, que assinou contrato
de R$ 615 milhões para a compra dos trens, foi convocado a prestar
esclarecimentos. O Estado o procurou, mas não conseguiu encontrá-lo.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
Créditos da Imagem Reservados ao autor
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