Obras do Monotrilho da Linha 15-Prata |
Seis das propostas, no valor de R$ 13
bilhões, já haviam tido estudos ou licitação anunciados pela gestão,
como a construção e operação de seis fóruns, de três complexos
prisionais, de pátios para veículos apreendidos, da Linha 20-Rosa do
Metrô e do Expresso ABC da CPTM
O Governo informou que "não está excluindo projetos, mas ideias de
empresas ou consórcios privados que não são prioritárias para o Estado
ou cuja execução pode ser feita de forma mais eficiente e menos onerosa
para o contribuinte".
Em
nota, disse também que "o Conselho Gestor de PPP pedirá que sejam
submetidas propostas atualizadas, em face da mudança do cenário
econômico e regulatório".
A
área de mobilidade urbana foi a mais afetada com o arquivamento dos
projetos, decidido por unanimidade pelo Conselho Gestor do Programa
Estadual de Parcerias Público-Privadas em julho. A ata da reunião só foi
publicada no sábado no Diário Oficial do Estado. Ao todo, 11 propostas
envolvendo linhas de trem, Metrô e corredor de ônibus foram excluídas da
carteira de PPPs.
Entre
elas está a Linha 19-Celeste do Metrô, que ligaria o bairro Campo Belo,
na zona sul paulistana, a Guarulhos, e o Expresso Jundiaí, com 45 km de
extensão unindo a capital à cidade do interior.
No
caso do Expresso ABC, uma linha de trem com 25,2 quilômetros que
ligaria a Estação da Luz, no centro, à cidade de Mauá, na região
metropolitana, a desistência da PPP afeta uma promessa feita por Alckmin
em 2006, no seu terceiro mandato.
Já
a PPP do Expresso Bandeirantes, que previa a ligação São
Paulo-Campinas, foi abandonada após ter sido engavetada em 2008 pelo
então Governador José Serra.
Segundo
o Conselho Gestor das PPPs, 15 projetos foram extintos após as
secretarias apontarem "incompatibilidade das propostas com as demais
ações prioritárias de cada uma das pastas", como a operação de 11
unidades assistenciais de saúde e a construção de 10 mil unidades
habitacionais.
Outras
5 propostas, feitas pela iniciativa privada, não cumpriam os requisitos
mínimos para análise, e 7 sequer foram avaliadas ou estavam paralisadas
no governo.
No
caso das linhas 19 e 20 do Metrô e do pátio para veículos apreendidos, a
decisão foi tomada "em face do cenário de restrição orçamentária
vigente", uma vez que o governo teria de aplicar dinheiro de
contraprestação nos próximos anos.
A
crise econômica tem afetado São Paulo de forma mais intensa. Só no
primeiro semestre, a arrecadação com tributos encolheu 2,9% na
comparação com 2014.
Já
as propostas de construção de fóruns regionais e de prédios do
Ministério Público receberam parecer contrário do CNJ porque "as atividades exercidas pelo Poder Judiciário não
seriam passíveis de delegação à iniciativa privada", o que levaria à
"submissão" do Judiciário ao conselho e "violaria a separação dos
Poderes".
Para
Sérgio Lazzarini, professor de Estratégia do Insper, as PPPs continuam
sendo de extrema importância para o Estado. "A chave é atrair mais o
capital privado, ainda mais neste momento de crise, apresentando bons
projetos e reduzindo o risco para o investidor."
Readequação
Dos
43 projetos que existiam na carteira de Parcerias Público-Privadas do
Ggoverno Geraldo Alckmin, apenas 11 continuarão sendo estudados e têm
alguma chance de sair do papel.
Mas,
de acordo com o Conselho Gestor das PPPs, todas as propostas serão
"readequadas e atualizadas" e ainda não têm prazo de execução previsto.
Imagem de Fernando Giolo
Nenhum comentário:
Postar um comentário