Monotrilho da Linha 15-Prata |
Depois de se aposentar, o taxista Jacyr Corrêa, 78,
evita ao máximo tirar o carro da garagem e prefere rodar São Paulo de Metrô. A vida dele seria mais fácil, porém, se as obras da Linha 15-Prata tivessem avançado. E se a promessa
da gestão Geraldo Alckmin de ampliar o horário de funcionamento
do ramal fosse cumprida.
Em Março de 2015, o Secretário Estadual de Transportes, Clodoaldo Pelissioni,
disse que a linha funcionaria 12 horas por dia no início de Abril de 2015. Junho
já chegou, mas ela continua aberta só das 9h às 14h. O Monotrilho hoje
tem apenas 2,9 km e duas estações, Oratório e Terminal Vila Prudente.
“Eu
já desisti de usar esse Monotrilho. Prefiro pegar um ônibus e ir direto
para a Vila Prudente e entrar logo no Metrô. Agora, se tivesse mais
estações, é óbvio que eu usaria o Monotrilho e desceria na Vila Tolstói
[prevista para a 15-Prata]. Mas no ritmo que andam as coisas, eu vou
morrer sem ver isso”, disse.
Inaugurado
em Agosto de 2014, a nova estimativa do Metrô é que o monotrilho
passe a funcionar das 7h às 19h no fim de Junho de 2015s.
O
diretor de engenharia do Metrô, Walter Castro, disse que o adiamento
ocorreu devido a atrasos de empresas que participam do consórcio que
implanta a linha, principalmente a fabricante Bombardier, que não
liberou novos trens para circulação.
Ele
afirmou ainda que os atrasos na liberação dos veículos e em “ajustes
nos trens, como abertura de porta e implantação de sinalização de via”
já renderam multas às empresas responsáveis.
O
consórcio informou que “trabalha para atender as necessidades do Metrô,
mesmo considerando as limitações de infraestrutura impostas por outras
empresas contratadas pelo próprio Metrô e que não são de
responsabilidade da Bombardier.”
Para
piorar a situação na Linha 15-Prata, por uma falha no projeto, a construção
de parte das estações está parada. A Folha de S.Paulo revelou que
engenheiros “descobriram” galerias de um córrego que passam embaixo das
futuras estações e que estão sendo remanejadas para que as obras possam
continuar.
Este
foi o primeiro Monotrilho de alta capacidade a entrar em operação no
Brasil. Os trens funcionam sem operadores e cada um possui sete vagões,
com capacidade para 1.002 pessoas: 122 sentadas e 880 em pé.
Segundo
Castro, atualmente cerca de mil pessoas usam o monotrilho por dia.
Considerando que sua capacidade hoje é de 69 mil, a linha transporta
diariamente apenas 1,4% do que poderia.
O
Metrô diz que, quando estiver concluída, a linha terá 26,6 km e poderá
transportar até 500 mil em um dia. A meta inicial era que a linha toda,
com 17 estações, estivesse pronta até 2015. A nova previsão da
gestão Alckmin é que três estações sejam entregues até 2016. Isso faria
Jacyr Corrêa aposentar também o braço esticado para pegar um ônibus.
Fonte da Notícia: Diário da CPTM
Imagem de Francisco Giolo
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