Em assembleias realizadas na noite de ontem,
os trabalhadores do Metrô e da CPTM decidiram adiar as greves
marcadas para hoje. As categorias resolveram aguardar o
resultado das reuniões agendadas para a semana que vem, no TRT da 2ª Região, que está intermediando as
negociações. O TRT marcou novas reuniões para 01/06/2015 para o
Metrô e no dia seguinte para a CPTM. Se nesses encontros as propostas
não evoluírem, as categorias podem decidir pela paralisação.
Em
audiência de conciliação ontem pela manhã no TRT, a CPTM melhorou a
proposta de reajuste salarial, de 6,65% para 7,72%, aplicável a todos os
benefícios. O desembargador Wilson Fernandes pediu que a CPTM avalie
aplicar mais 0,5 ponto percentual somente aos benefícios, para se
aproximar do índice sugerido por ele na véspera (25/05/2015), de 8,25% de
reajuste.
Os
ferroviários indicaram concordaram com a proposta apresentado pelo TRT
nem com a forma pouco criteriosa com que foi levada à mesa. E decidiram
apresentar uma contraproposta: reposição correspondente ao INPC (8,34%
em 12 meses, até abril) acrescida de 1,5% de aumento real, para os
salários e o PPR; e
equiparação dos vales alimentação e refeição aos pagos pelo Metrô. Essa
posição será discutida em nova audiência marcada para dia 02/06/2015 no tribunal, e o resultado será avaliado em assembleias
no mesmo dia.
Novo patamar
Para
efetivar a equiparação como os trabalhadores do Metrô, o VA teria de
ser corrigido em cerca de R$ 50 e o VR, em R$ 30. Como são três
sindicatos – Ferroviários de São Paulo, da Zona Sorocabana e da Central
do Brasil –, as assembleias seriam realizadas em locais diferentes.
Atualmente, os ferroviários recebem R$ 600 de vale-refeição e R$ 247 de
vale-alimentação.
Os
metroviários reivindicam reajuste salarial de 18,64%. O Metrô ofereceu
7,21%, referente à variação acumulada do IPC-Fipe. O TRT sugeriu 8,82%,
mas o Metrô não aceitou. A assembleia decidiu suspender a decretação da
greve e insistir na negociação. Segundo o presidente do Sindicato dos
Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior, a proposta foi considerada
insuficiente, mas criou um novo patamar de negociação. "Queremos
avançar em vários pontos e o Metrô tem condições para isso", disse. A
data-base da categoria é 01/05.
Ambas
as categorias mantêm o indicativo de greve. Os metroviários para
terça-feira (2) e os ferroviários para o dia seguinte. Os sindicatos têm
contra si liminares expedidas pelo TRT, respondendo a pedido das
companhias, que limitam a paralisação dos trabalhadores.
Na
assembleia do dia 20/05/2015 os metroviários foram
surpreendidos por dois oficiais de Justiça, mandados pelo TRT, com uma
liminar determinando que, caso entrassem em greve, deviam manter 100%
dos trabalhadores nos horários de pico (das 6h às 9h e das 16h às 19h) e
70% no restante do dia. Para a categoria, essa determinação é o mesmo
que proibir a greve, pois corresponde ao funcionamento normal do Metrô.
Dia 2/205/2015, o TRT concedeu liminar à CPTM, proibindo a liberação
de catracas pelos trabalhadores e determinando um contingente mínimo em
operação em caso de greve. Nos horários de pico, deve ser mantido 90%
do efetivo de maquinistas e 70% das demais atividades – e 60% de todos
os trabalhadores nos demais horários.
Fonte da Notícia: Diário da CPTM
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