Obras da Futura Estação Oscar Freire (Linha 4-Amarela) |
O Governo de São Paulo pode rescindir nos próximos dias o
contrato com o consórcio responsável pelas obras da Linha 4-Amarela
do Metrô, o que atrasaria para o final da atual gestão, em 2018, a
entrega da última estação da via.
As obras estão parcialmente paralisadas há cerca de três
meses e deveriam ter sido finalizadas em 2014. Os contratos, sob
responsabilidade do consórcio Isolux-Corsán-Corviam, valem cerca de R$
560 milhões.
De acordo com o Governador Geraldo Alckmin, “já
foi um sufoco” a entrega de uma única estação delegada ao consórcio, a
Fradique Coutinho, em Pinheiros (zona oeste de SP), em novembro passado.
“Ficamos em cima 24 horas, apertando, apertando para entregarem a
Fradique, mas com as outras não teve jeito: você vai lá e não tem
insumo, a obra não anda, tem pouquíssimos funcionários”, disse. "Os
projetos do Metrô estão todos lá (com o consórcio), mas a empresa não
tem condições de tocar a obra: assumiu por um preço, e, por questão de
capital, não consegue entregar as obras".
Alckmin afirmou já ter comunicado o Bird, com quem o Estado contraiu
financiamento para as obras, sobre a possibilidade de rescisão do
contrato com o consórcio. Caso a segunda colocada na licitação de 2011
não aceite tocar as obras, uma nova licitação terá que ser aberta –
provavelmente até o final deste semestre, para que o nome da vencedora
saia até o final do ano. O próprio governador admitiu, entretanto, que
dificilmente a segunda colocada toacrá as obras do segundo lote, em que
está a Estação Vila Sônia, dada a diferença de valores pelos quais a
primeira colocada vencera o certame.
Estação Vila Sônia tem maior previsão de atraso
O consórcio atual é responsável por dois lotes de obras que sofrerão atrasos: o lote um, com as estações Higienópolis-Mackenzie, Oscar Freire e Morumbi, e o lote dois, que compreende a estação Sila Sônia, túneis e pátios.
Com a rescisão, a previsão é que as obras tenham um
atraso de pelo menos dez meses para a Estação Higienópolis-Mackenzie – a
mais “adiantada”, com 68% das obras executadas –, de 12 meses para a
estação Oscar Freire, de 18 meses para a estação Morumbi e de 24 meses
para a estação Vila Sônia. Com isso, caso as obras comecem ano que vem, a
última estação só seria entregue no final da gestão do tucano.
Atualmente, São Paulo conta com uma malha metroviária de
78,4 km. Quando as obras da Linha 4-Amarela tiveram início, a previsão
do governo estadual era que, até 2014, o sistema ultrapassasse os 100
km.
Consórcio cita reunião com secretário
Por meio da assessoria de imprensa, o consórcio Isolux-Corsán-Corviam afirmou que, no "espírito de encontrar a solução mais adequada", só se manifestará sobre o andamento das obras da Linha 4 - Amarela do metrô paulista "após reunião marcada para o início da próxima semana com o secretário dos Transportes Metropolitanos". A empresa citou, por outro lado, que atua no Brasil há mais de dez anos e "não deixou de cumprir nenhum dos contratos que assumiu, incluindo obras complexas e de elevado investimento", entre as quais, "a linha de transmissão de Tucuruí para Manaus e Macapá, mais de 3 mil km em plena floresta amazônica".
Já o Metrô, também via assessoria, informou ter
encaminhado ao consórcio "todos os projetos executivos necessários ao
prosseguimento regular das obras e serviços da Linha 4-Amarela".
"Caso o ritmo das obras da Linha 4-Amarela não seja retomado até
o final do mês, o contrato do Metrô com o consórcio poderá ser
rescindido. O Metrô acionou a empresa pela redução do número de
funcionários e do ritmo das obras. E os processos administrativos
cabíveis e as multas previstas em contrato estão sendo aplicados", diz
trecho da nota.
Secretário fala em multas e autuações
O secretário de Transportes Metropolitanos do Estado, Clodoaldo Pelissioni, informou que o consórcio já sofreu "de 15 a 30 autuações" e duas multas por conta dos atrasos. Ele não soube precisar os valores.
Caso o contrato seja efetivamente rescindido, o governo
estadual trabalha com a hipótese de acionar o consórcio na Justiça e,
antes, de cobrar a garantia contratual pela obra não finalizada.
Fonte da Notícia: Portal Terra
Imagem de RMeier
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