Nova Estação Fradique Coutinho (Linha 4-Amarela) |
Apesar do prazo esticado, a parada despertou no entorno um processo
verificado em outros pontos da Linha 4-Amarela: a aceleração da
verticalização. Torres comerciais e residenciais foram construídas nos
arredores dessas estações, alterando a paisagem dos bairros por onde
passa o ramal aberto em 2010, em especial na zona oeste.
Pelo menos 15 grandes prédios em construção, recém-abertos ou em
lançamento, podem ser vistos a uma distância de até três quarteirões das
sete estações prontas da Linha 4 - incluindo a Fradique Coutinho. Um
edifício será erguido em um terreno na esquina com a Rua Artur de
Azevedo, no quarteirão ao lado. Aberto em 2011, o
prédio vizinho da estação tem anúncios, na internet, de escritórios
situados "ao lado do metrô", antes mesmo de a estação começar a
funcionar.
Para José Eduardo de Assis Lefèvre, urbanista e professor da
Universidade de São Paulo (USP), é natural que o transporte público
aumente a verticalização na cidade. "Dados os problemas de tráfego, os
arredores das estações tendem a atrair gente para morar e trabalhar."
Ainda de acordo com ele, esse tipo de processo tem um lado positivo, ao
estimular mais gente a usar transporte coletivo - apesar de boa parte
dos empreendimentos ter estacionamento. "A verticalização em eixos como
metrô e corredores de ônibus vai no mesmo sentido das diretrizes do
Plano Diretor (aprovado neste ano)", diz.
Expulsão. Com a verticalização, no entanto, vem a valorização do metro
quadrado e, consequentemente, a expulsão de antigos moradores e
comerciantes. "Infelizmente, os aluguéis sobem e as pessoas que moravam
lá vão ter dificuldades de se manter", afirma Lefèvre.
Cabeleireiro em um salão na Avenida Vital Brasil, perto da Estação
Butantã, na zona oeste, Djalma Esméria, de 47 anos, conta que, desde que
a parada abriu, em 2011, o aluguel dobrou.
"Assim, no próximo reajuste, não vai ter mais salão." Na quadra ao lado
do metrô há dois prédios sendo erguidos, o que já faz o microempresário
Paulo da Silva, de 60 anos, temer piora no trânsito. "O pessoal tem de
ser mais consciente e deixar de ir trabalhar de carro", acredita Silva.
Diante da Estação Pinheiros da Linha 4-Amarela, inaugurada há três anos, um
prédio aberto há alguns meses traz um nome que alude ao transporte de
massa: Grand Station. Outros dois estão em obras nas imediações. Todos
com garagem.
Outra estação, a Faria Lima abriu em 2010 (foi a
primeira a operar na Linha 4, junto com a Paulista). Atualmente, quatro
torres estão em construção ou em lançamento ao redor.
Atraso. Prevista para 2010, a Estação Fradique Coutinho teve as obras iniciadas nove anos atrás.
A expectativa é de que 15 mil pessoas passem pelo local diariamente.
Situada entre duas estações já existentes, a Fradique não acrescentará
nenhum quilômetro aos 75,5 km do metrô. De hoje até sexta-feira, a
estação funcionará das 10 às 15 horas. No sábado, a operação passa a ser
das 4h40 à meia-noite.
Moradores e trabalhadores do entorno das futuras estações da Linha 4
aguardam agora a abertura delas. "Ouço falar dessa estação desde 1992,
quando comprei o apartamento", diza aposentada Vilma Leite, de 60 anos,
vizinha da Estação Oscar Freire. Em um prédio perto da futura Estação
Higienópolis-Mackenzie, que começou a ser construída em 2004, trabalha o plantonista Luis Gonzaga, de 53 anos. "Brinquei com meu filho que talvez seus bisnetos vejam a linha ficar pronta."
E fique
ligado, desde 10.11.2014 estão sendo postadas fotos diários da Nova Estação em
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Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
Imagem: Portal Via Trólebus
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