A CPI mista do Congresso que vai
investigar o cartel do Metrô de São Paulo vai começar os trabalhos
somente depois das eleições. Apesar de o PT ter interesse em instalar a
comissão de inquérito para desgastar a gestão do PSDB em São Paulo, o
Palácio do Planalto teme que as investigações arranhem a imagem de
membros da sigla a um mês das eleições.
Deputados da oposição prometem apresentar um elo entre a Alstom e a
gestão do PT no governo federal, o que acendeu o sinal de alerta no
Planalto e abriu caminho para o adiamento dos trabalhos. A CPI já foi
oficialmente criada, mas precisa eleger o presidente e o relator para
ser efetivamente instalada.
O senador Eduardo Suplicy, membro mais idoso da comissão de
inquérito, abriu a reunião semana passada para que a CPI fosse
instalada. Sem quórum, o petista adiou o início dos trabalhos para o dia
7 de outubro - próxima data em que haverá votações no Congresso, já
depois do primeiro turno das eleições.
Havia também nos bastidores uma disputa entre PT e PMDB pela
relatoria da comissão, mas os peemedebistas indicaram o presidente da
CPI, que será o senador João Alberto (PMDB-MA). O PT indicou para a
relatoria o deputado Renato Simões, ex-deputado estadual que fez
forte oposição ao PSDB em São Paulo.
O cartel em licitações para obras e serviços de manutenção do Metrô e
da CPTM teria operado de 1998 a 2008, com o aval de três gestões do PSDB em São Paulo -Mário Covas, José Serra e Geraldo Alckmin, que é
candidato à reeleição.
Em Julho de 2013, o Jornal Folha de S.Paulo revelou que a
multinacional Siemens delatou a autoridades antitruste a existência do
cartel e fez acordo que lhe garantirá imunidade se as denúncias forem
comprovadas. Além da Siemens, o cartel envolvia as empresas Alstom,
Bombardier, CAF e Mitsui.
Fonte da Notícia: Revista Ferroviária
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