Prossegue no início da tarde de hoje, a última audiência
de conciliação entre o Metrô e seus funcionários antes da assembleia da
categoria que definirá a greve por tempo indeterminado dos trabalhadores
a partir da 0h de amanhã. Em uma reunião no TRT que conta com a presença do presidente da
empresa, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, o Metrô aumentou sua proposta de
reajuste salarial de 7,8% para 8,7%.
A assembleia que deliberará sobre a paralisação está marcada para as
18h30 na sede do Sindicato dos Metroviários, no Tatuapé, na zona leste.
Desde a última audiência, ocorrida há dois dias e que terminou sem
acordo, os metroviários pedem aumento de 16,5% - no início da campanha
salarial, os trabalhadores solicitavam 35,47%. Esse é o mesmo patamar
que o solicitado pelo sindicato dos engenheiros do Metrô, que também
ameaça parar.
O presidente do sindicato, Altino de Melo Prazeres Júnior, tem repetido
em entrevistas que os trabalhadores não aceitarão propostas de reajuste
de salário menores do que dois dígitos - os motoristas e cobradores de
ônibus da capital paulista, por exemplo, obtiveram aumento de 10% pelo
segundo ano consecutivo.
Outro ponto central da reivindicação dos metroviários diz respeito ao
plano de carreiras da categoria dentro do Metrô, que é controlado pelo
governo do Estado.
O presidente do Metrô participou da mesa de negociações nesta
quarta-feira, no TRT da Segunda Região, na região central. Com uma
calculadora científica, Carvalho Pacheco fez contas ao lado dos
advogados da empresa, diante de Prazeres Júnior e diversos outros
membros do sindicato.
A desembargadora Ivani Contini Bramante mediava os esforços de
conciliação entre as duas partes. Prevista para ter início às 11h, a
sessão atrasou. No ínterim, os representantes do Metrô reavaliaram as
propostas finais que devem fazer aos seus empregados.
Na última audiência, Bramante pediu "empenho" ao secretário estadual dos
Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, para evitar a greve. O
dirigente compareceu ao TRT a convite da Justiça, mas pouco se
manifestou durante a reunião na mesa de conciliação, diferentemente do
comportamento de Carvalho Pacheco no derradeiro encontro entre ambos os
lados antes da possível paralisação. O presidente do Metrô foi visto
várias vezes ao celular, no tablet e fazendo uso de uma calculadora. Ele
saiu algumas vezes da sala de audiência.
Catraca livre. Os metroviários informam que, em caso de greve, trabalham
normalmente se o governo do Estado os autorizar a liberar as catracas,
para evitar que os passageiros sejam prejudicados. Mas o Governador
Geraldo Alckmin descartou a hipótese na semana passada.
Protesto. Antes da reunião no TRT, um grupo de metroviários fez um ato
na Praça da Sé. Ocupando as escadarias da estação e da catedral, alguns
deles estavam com rostos cobertos e gritaram "Uh, uh, uh", da mesma
forma que black blocs fazem em manifestações de rua.
O ato, no entanto, foi pacífico, e ocupou também o interior da Estação
Sé, onde os metroviários lembraram das acusações de corrupção envolvendo
aliados políticos do Governador Geraldo Alckmin no setor
metroferroviário e a superlotação do sistema, fruto de investimentos
aquém do necessário.
Fonte da Notícia: O Estado de São Paulo
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