Na quarta-feira 12, o Centro de Controle Operacional do Metrô de São
Paulo registrou uma falha no sistema de fechamento de portas de um trem
que saía da estação Bresser-Mooca e tinha como destino a estação
Corinthians-Itaquera, ambas integrantes da Linha-3 Vermelha. O problema
impediu que o veículo seguisse viagem com as portas fechadas, colocando
em risco a segurança dos passageiros. No mesmo dia – e no mesmo trajeto –
houve um defeito no sistema de tração e o trem passou a operar no modo
manual, em que o limite de velocidade permitido é de 30 quilômetros por
hora. As duas falhas fizeram com que na estação Tatuapé o trem fosse
evacuado. A paralisação, que ocorreu por volta das 18 horas, durou 30
minutos, impediu a passagem de outras composições e gerou atrasos na
rede inteira. O trem que apresentou problema é conhecido como K-07, o
mesmo que descarrilou em agosto do ano passado. “O Metrô quer acobertar
essas situações, mas o K-07 é o único trem que opera com um supervisor
de maquinista”, diz um funcionário do Metrô paulista que não quis se
identificar. “Isso é um absurdo. É como se eles reconhecessem os perigos
que o K-07 oferece às pessoas.”
As falhas da frota K são o retrato pronto e acabado de como a corrupção é
nefasta. Poucas vezes foi possível comprovar uma relação tão direta
entre a malversação dos recursos públicos e os prejuízos causados às
pessoas. Agora, dois dossiês obtidos com exclusividade por ISTOÉ junto
ao Sindicato dos Metroviários revelam que, além de colocar em risco a
vida de operadores e usuários, o lote de trens reformados pelo consórcio
liderado pela Alston e investigado pelo Ministério Público causa um
prejuízo anual de R$ 168 milhões ao governo de São Paulo. De acordo com o
Sindicato dos Metroviários, os trens da temível frota K são obrigados a
parar para fazer manutenção com frequência maior do que outras linhas,
graças às recorrentes falhas. Isso gera danos aos usuários e perdas ao
Erário. O último dossiê produzido pelo Sindicato dos Metroviários, entre
outubro e novembro do ano passado, registrou 696 problemas somente
nesse período em sete trens que haviam sido reformados. Desses, mais de
300 falhas ocorreram no trem K-07.
Procurado por ISTOÉ, o Metrô informou, por meio de sua assessoria de
imprensa, que “todos os sistemas de metrô do mundo estão sujeitos a
falhas e elas são proporcionais ao número de viagens realizadas, à
quilometragem percorrida e à quantidade de passageiros”. A assessoria
informou ainda que “os trens da frota K passam pelo mesmo processo de
manutenção preventiva das demais frotas novas ou modernizadas. Essas
frotas, que recentemente iniciaram sua operação, necessitam de um
período de ajustes até que comecem a apresentar seu melhor desempenho”. O
problema é que parte da Frota K circula desde 2011.
Fonte da Notícia a Imagem: Diário da CPTM
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