Frota J circula com CBTC na Linha 2-Verde aos domingos |
Mesmo com acúmulo de falhas que perduram por três anos, o Metrô
decidiu não suspender o contrato com a Alstom para implantação do
sistema chamado CBTC, que deveria reduzir a superlotação por meio
de intervalos menores entre os trens.
Quando o
contrato foi assinado, em 2008, durante o Governo de José Serra, o
CBTC foi apresentado como a solução para os problemas de superlotação.
A suspensão havia sido pedida pelo promotor Marcelo Milani.
O
problema mais comum é que os trens somem no sistema de controle e
monitoramento. Viram "trens fantasmas", como dizem funcionários do
Centro de Operação e Controle do Metrô. Sem saber onde o trem está, há
risco de acidentes.
O Metrô diz que não vai
suspender o contrato por não ver irregularidades. Outro problema seria a
eventual indenização que a companhia teria de pagar por quebra de
contrato.
O sistema foi contratado em 2008 por
R$ 726 milhões e deveria ter sido entregue em 2010. Por causa dos
problemas e dos atrasos, o Metrô aplicou multas de R$ 77 milhões à
Alstom e suspendeu os pagamentos há um ano. Uma arbitragem internacional
busca sanar o conflito.
A Alstom ganhou a
licitação, apesar de não ser especialista nesse tipo de sistema. O Metrô
de Santiago do Chile também enfrenta problemas com o CBTC da
multinacional francesa.
A empresa é investigada
em duas frentes no Brasil: por suspeita de ter subornado políticos do
PSDB e funcionários públicos para o fornecimento de equipamentos para
subestações da Eletropaulo e EPTE e por suspeita de participar de um cartel junto com a Siemens,
Bombardier, CAF, entre outras. Na última terça-feira, a Justiça Federal
abriu uma ação penal com 11 réus no caso das subestações de energia.
Nenhum executivo da Alstom foi encontrado para comentar a decisão do Metrô.
A
empresa nega ter pago propina de R$ 23,3 milhões para obter o contrato
de R$ 181,3 milhões com a Eletropaulo e EPTE. A multinacional diz adotar
um código de conduta que todos os seus funcionários devem seguir. De
acordo com a companhia, esse código de conduta é vistoriado por uma
entidade independente, a Ethic Intelligence, que afirmou que o programa
atingiu "os mais altos padrões internacionais".
Fonte da Notícia: Folha de SP
Créditos da Imagem Reservados ao Autor
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