Com
o número de passageiros batendo recordes todo ano, o Metrô de São Paulo
é o terreno perfeito para se perder umas moedas, umas notas ou uma
carteira inteira. Parte desse dinheiro é guardado. Somente entre 2010 e
2012, foram recolhidos R$ 122 mil, o suficiente para um usuário viajar
36 anos fazendo a integração de metrô com ônibus todos os dias, indo e
voltando do trabalho e pagando tarifa integral. O valor equivale a cerca
de R$ 111 por dia nesse período de três anos. O valor divulgado pela
empresa é o recolhido e não o efetivamente perdido, pois parte não
conhecida vai para o bolso de outros usuários.
Desses
R$ 122 mil, R$ 53,6 mil foram enviados ao Fussesp (Fundo Social de
Solidariedade do Estado de São Paulo). Os R$ 68,4 mil restantes foram
devolvidos para os donos, segundo o Metrô.
Os dados foram obtidos pelo Uol por meio da Lei de Acesso à Informação e se referem ao Metrô, estatal que administra todas as linhas do sistema menos a Amarela.
Segundo
o Metrô, para saber exatamente de quem é esse dinheiro, as notas são
guardadas num cofre na seção de achados e perdidos com anotações que
indicam onde e como ele foi encontrado.
Um
bolo de R$ 7 perdido num carro da linha amarela é guardado
separadamente de um bolo de R$ 200 perdido perto da escada rolante da
estação Sé, por exemplo. Uma etiqueta conta a "história" de cada soma de
dinheiro até chegar na seção de achados e perdidos.
O
dono que procurar os R$ 7 tem de contar exatamente onde perdeu o
dinheiro e a proporção de notas que compõem o bolo --se era uma de R$ 5 e
outra de R$ 2, ou 700 moedas de 10 centavos, por exemplo.
O
dinheiro fica guardado por 60 dias num cofre cujo local exato o Metrô
não revela. Depois disso, é encaminhado para o Fussesp, que apoia
entidades e ações como a campanha do agasalho.
Em três anos, 190 mil objetos foram guardados pelo Metrô
Entre
2010 e 2012, 423 mil pessoas procuraram a central de informações do
Metrô, por telefone ou pessoalmente, buscando não só dinheiro, como
objetos e documentos.
Nessa
época, 190 mil objetos foram guardados pela empresa. Desses, 60 mil
foram devolvidos. O resto foi para o Fussesp, que os encaminha para
entidades de caridade associadas, ou foi descartado por não ter valor. Além deles, 22,1 mil documentos voltaram para seus órgãos emissores durante os três anos.
Os
objetos que mais voltaram para os donos foram os telefones. 71% foram
devolvidos em 2012. Quem perdeu outros tipos de artigos classificados
como eletrônicos, que vão de pilhas a furadeiras, teve bem menos sorte:
de todos os encontrados pelo Metrô, apenas 45% foram devolvidos.
Além
deles, 50% dos artigos classificados como esportivos, como varas de
pescar, bolas, skates e bicicletas e 54% dos classificados como de
escritório, como cadernos, lápis e agendas, encontrados pelo Metrô foram
devolvidos para os donos em 2012.
Fonte
da Notícia: Uol
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