Do
sexo feminino, com nível médio de ensino, de classe média e morador da
zona leste. Esse é o perfil atual do usuário do metrô em São Paulo,
segundo pesquisas realizadas pela empresa entre 1993 e 2012 com
passageiros durante os dias de semana. O resultado foi obtido pelo Uol com base na Lei de Acesso à Informação.
Em
1993, ano da primeira pesquisa, a proporção de homens no metrô era de
58% contra 42% de mulheres. Desde então, o número caiu praticamente
todos os anos até atingir 42% no ano passado, enquanto as mulheres
passaram a dominar as linha representando 58% do total de usuários.
Em 2012, o metrô recebeu um total de cerca de 1,05 bilhão de passageiros.
Para
Cecilia Guedes, chefe do departamento de Relacionamento com o Cliente
do Metrô, a mudança reflete a transformação da economia da cidade numa
economia de serviços, em que as torres de escritórios tomaram o lugar
das chaminés das indústrias.
"A área industrial, que é onde tem mais homem, já não está em São Paulo", afirmou Cecília.
Mulheres dizem que percebem ter maior presença em vagões
Apesar
de, segundo os últimos dados do IBGE, os homens ainda representarem a maior parte da força de
trabalho paulistana, as mulheres têm mais penetração no mercado de
serviços, que é o mais atendido pelo metrô, afirma Cecília.
Em 2012, 67% dos passageiros
do metrô trabalhavam com serviços, um aumento de 13 pontos percentuais
desde 1993 --em 2012, 30% dos usuários eram empregados de escritórios.
Nesse período, a proporção de trabalhadores do setor industrial que usam
o metrô despencou de 13% para 3%.
Classe Mídia cresce no metrô
De
seis anos para cá, o usuário do metrô enriqueceu. Em 1997, 56%
pertenciam à classe média. Já em 2012, a classe média respondia por 65%
dos usuários. Nesse intervalo, a população de classe alta se manteve
praticamente a mesma, foi de 33% para 34% do total, enquanto a classe
baixa despencou de 11% para 1%
Antes de 1997, os dados do metrô usavam uma outra metodologia para determinar a qual classe os usuários pertenciam.
Mais
rico, o usuário médio também passou a gastar mais tempo em suas
viagens, que levam em consideração não só o tempo dentro dos vagões do
metrô, mas também em ônibus e trens. A proporção de passageiros do metrô
que gastavam até 30 minutos por viagem caiu de 27% para 15% do total,
enquanto a dos que gastam de 91 minutos a 120 minutos saltou de 9% para
18% do total.
Para
Horácio Augusto Figueira, especialista em transporte público e mestre
no tema pela USP, o aumento do tempo é
explicado pela ampliação da rede, com novas linhas e estações, o que
atrai o usuário de áreas mais afastadas.
Escolaridade média no Metrô aumenta
Também
no quesito escolaridade, as mudanças foram sensíveis. O número dos
usuários analfabetos ou que cursaram somente até a 7ª série do ensino
fundamental que circulam no metrô paulistano caiu de 23% para 6% do
total. Enquanto isso, a quantidade de pessoas na outra ponta, com ensino
universitário completo, foi de 17% para 32% do total.
Tanto
em 1993 quanto em 2012, dominaram a rede os usuários do grupo com
ensino médio completo e que começaram ou não a fazer faculdade. Eles
eram 35% do total em 1993 e saltaram para 54% em 2012, o maior aumento
entre todos os níveis de instrução.
Em 2012, 86% dos usuários tinham ao menos o ensino médio completo.
Centro é o principal destino
A
região da cidade que tem mais moradores entre os passageiros no Metrô é
a Zona Leste, com 29% do total, seguida pela Zona Sul com 24% de todos
os passageiros em 2012.
Apesar
disso, as principais regiões de destino são o centro expandido, para
onde vão 18% dos usuários, e o centro, para onde vão 17%. Lá moram
apenas 6% e 3% de todos os passageiros, respectivamente.
Para
Figueira, o principal motivo do deslocamento para o centro é a ida ao
trabalho. "Ao contrário de serviços como médicos ou dentistas, que as
pessoas podem procurar nos bairros, em São Paulo o emprego fica no
centro", afirmou.
"Só
em 30 anos, havendo leis de uso do solo que gerem emprego em outras
áreas, você consegue mexer nisso. Senão, sempre corremos atrás do rabo,
inaugurando linhas que nascem saturadas porque as pessoas moram longe do
trabalho", disse.
Fonte
da Notícia: Uol
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