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terça-feira, 1 de outubro de 2013

Obra da Linha 15-Prata gera críticas; moradores temem degradação

Obras da Linha 15-Prata na Vila Prudente
O que antes era simulação de computador, agora virou realidade. O impacto visual das obras do monotrilho, que ocupa o horizonte das zonas leste e sul da cidade, incluindo áreas nobres, tem assustado os seus vizinhos. 

O governo trata a tecnologia --um trem com pneus que vai deslizar sobre trilhos de concreto a quase 20 metros de altura-- como a nova era do sistema de transportes da Grande São Paulo. 

Mas a medida em que os imensos pilares avançam cresce também o número de paulistanos que desaprova o resultado urbanístico deles, comparando-o ao efeito produzido pelo Minhocão. 

O Metrô diz que não há motivo para preocupação e que a obra terá tratamento paisagístico com objetivo de formar um conjunto visual leve e com ares futuristas.

Monotrilho ou novo Minhocão?

Chamada de novo Minhocão, obra do monotrilho recebem críticas de moradores do Brooklin 
 
O monotrilho servirá primeiro aos moradores do zona leste, na avenida Luís Ignácio de Anhaia Mello, em janeiro. 

A chamada Linha 15-Prata vai começar a funcionar em um trecho curto, de 2,9 km, entre as regiões da Vila Prudente e do Oratório. 

Na zona sul, os trens começam a circular a partir do fim de 2014, se nada atrasar.
A primeira fase da Linha 17-Ouro, de 7,7 km, vai ligar a marginal Pinheiros ao aeroporto de Congonhas. 

Os trilhos aéreos percorrerão o canteiro central da valorizada avenida Jornalista Roberto Marinho.
Alguns moradores cogitam inclusive abandonar o lugar, alegando que o resultado final deverá ser diferente do apresentado em maquetes. 

A presidente da Associação de Amigos do Brooklin Novo, Cibele Sampaio, 70, é uma das críticas. "Está muito feio. Há a promessa de que seja feito um paisagismo, mas até agora nada".
No vizinho Campo Belo, o horizonte também tem mudado para pior, diz a maioria dos moradores ouvida pela reportagem. 

Lucilene Silva Souza, 42, classifica como "horrível" a Linha 17-Ouro. Segundo ela, que mora há 15 anos na região, o bairro não poderia ter uma paisagem como esta. 

"Quem vai querer pagar R$ 2 milhões [valor de alguns imóveis da região] em um apartamento de frente para o monotrilho. As obras mostram que será muito concreto e pouco verde", disse. 

A invasão de privacidade também atormenta os vizinhos. Em ambas as obras, os passageiros vão poder observar áreas de lazer de condomínios. Segundo o Metrô, é considerado invasivo apenas um trem que passa a menos de 25 metros das janelas, e não da área de lazer. 

Quanto ao barulho, um alento. O equipamento da linha 15 é silencioso --ao menos o testado na pista da empresa Bombardier, no Canadá, em teste presenciado pela Folha em junho. 

Apesar das críticas serem predominantes, nem todos os moradores desaprovam o impacto visual do monotrilho. O presidente da Associação Pro Campo Belo, Oswaldo Caquetti, 70, é otimista. 

"A promessa é que o monotrilho se pareça com o que existe em Miami. As estações serão modernas, com elevadores. E embaixo haverá um monte de árvores. Não será um minhocão." 

Fonte da Notícia: Folha de São Paulo
Fonte da Imagem: Via Trólebus

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