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segunda-feira, 29 de julho de 2013

Por que evitar se apoiar nas portas do Metrô?

 

Pode parecer simples, alias esse é o objetivo, mas as portas de um trem não são tão simples e nem tão parecidas com as do ônibus, ou de um elevador. O equipamento possui tal importância para a circulação, que se uma delas estiver poucos milímetros aberta, a composição não parte da plataforma!. Isso se da a diversos acidentes que ocorreram no passado que provocaram até óbitos.

O ato de correr e segurar a porta foi alguns desses motivos. Alguns anos atras, um usuário morreu depois que seu tornozelo ficou preso na base da porta e seu corpo do lado de fora, não se sabe se ele tentava sair ou entrar do trem.

Mas por que a porta prendeu o pé desse usuário? 

Para responder, vamos conhecer o funcionamento das portas mais antigas, mas ainda usadas no sistema metropolitano de transporte sobre trilhos. Com o uso de trens metropolitanos (suburbanos, metrôs, média e pequenas distancias) com diversas portas por carro, mas comum 04 de cada lado. Os trens foram adquirindo sistemas automáticos, acionadas apenas por um botão.

A principio os trens possuíam o sistema de automatização via ar comprimido, ou seja, a pneumática prevaleciam nesses trens, assim como nos ônibus. As portas possuíam um pistão que eram comandados por uma válvula eletromagnética por carro. Quando o maquinista aciona o botão de fechamento de portas na cabine, a válvula é acionada e permite a passagem de ar para o sentido de fechamento do maquinário. O embolo do pistão empurra uma das folhas de portas (são constituídas de 02 folhas, uma a esquerda e outra a direita). Assim a porta era fechada.

Opa! Mas você deve estar se perguntando, o pistão fechou uma das folhas, e a outra?

Aí que entra a diferença das portas. Com isso a confiabilidade e segurança entre uma e outra. No caso do óbito comentado acima, a porta possuía um sistema de conjugação (sincronização) por Correia. Isso mesmo, igual aquela Correia sem dente que tem no carro. Cada folha de porta é sustentada por 02 carrinhos num trilho superior ao vão da porta, onde todo o sistema da porta fica.

O grande problema desse sistema é a existência de folga, qual deve existe para facilitar a transmissão da força de abertura de portas, e as correias poderiam se “esticar” como é próprio dessas correias. Com isso as portas poderiam sofrer algumas alterações não desejáveis no fechamento das mesmas. Como no caso, a abertura da base da porta, formando quase que uma letra A.

O outro sistema de transmissão mais eficaz é o que usa uma barra de rosca sem-fim que faz a conjugação das folhas de portas. Nesse sistema a folha fica apoiada na barra e não permite movimentos angulares das folhas. O pistão, da mesma forma fica fixo numa das folhas e quando acionado empurra a folha de porta, que fixada na barra a faz girar e consequentemente abrir a outra folha.

Nesse ultimo sistema foi desenvolvido e implantado um motor elétrico acoplado a esse fuso, tirando assim o pistão pneumático, e trazendo à porta, mais força e confiabilidade no funcionamento. Até aqui se assemelha com o funcionamento de uma porta de elevador ou de um ônibus.

A partir de agora, vamos falar da parte mais vital da porta, o sistema que fala para o trem se ele pode ou não partir, ou se está ou não fechada. Se trata dos microswitch que são acionados para indicar o status da porta. O acionamento desses micros, necessitam de um ajuste fino na porta, pois os mesmos são sensíveis e necessitam estar corretamente posicionados para manter o funcionamento correto da porta.

Cada porta possui no mínimo 03 micros estrategicamente posicionados para dar alguma indicação ao trem. Eles são responsáveis por indicar se a porta está aberta, fechada ou fechada e travada. Esta ultima condição diz ao trem se pode ou não partir.

Não irei indicar o ponto exatos desses micros nem como aciona-los por motivo de segurança. Assim como também não abordarei de outros micros que afetam no funcionamento da porta. Toda a porta passa por certos ajustes para funcionar corretamente. Cada folha de porta tem seu ajuste mecânico nos mancais de sustentação, qual cuidam dos ajustes de altura e angulo da folha. Definidos as dimensões corretas que as portas ficam, é feito os ajustes nos micros, posicionando-os corretamente onde a porta irá acioná-los.

Com o trem em circulação normal, há grandes incidências de vibrações, que por si só causam o desajuste da regularem feita na porta. Quando um usuário permanece encostado nela, primeiro movimento que faz é empurrar a porta para o lado externo do trem, até aí tranquilo, pois a porta ficará “travada” com o usuário empurrando para a estrutura da caixa do carro. Mas se você gosta de ficar apoiado assim, preste muita atenção nas paradas e se equilibre bem para não se movimentar lateralmente na porta. Caso isso ocorra, sim há grande possibilidade de desregular os ajustes feitos na porta. Pois você estará empurrando a porta podendo causar a quebra se um dos mancais de sustentação. Além de provocar a inclinação da porta, podendo indicar uma porta aberta.

Segurar a porta, jamais, isso é muito perigoso e problemático!

Apesar do avanço da tecnologia com as portas conseguindo detectar a presença de um obstáculo no percurso da porta, e efetuado o reciclo de fechamento da mesma (abrindo novamente e fechando em seqüência), quando você segura a porta, ocorre uma sobrecorrente no motor da porta, podendo levar a queima do motor ou do modulo de comando da porta. Levando a porta apresentar falha, até levando a supressão do trem. Imagina, você sendo responsável por retirar um trem de operação no horário de pico???

Curiosidade, quando a porta está fechando, ela possui uma força pré-configurada para fechá-la. Quando ela detecta algum obstáculo no fechamento, ela volta e tenta fechar com o dobro da força.

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