Pode parecer simples, alias esse é o objetivo, mas as portas de um
trem não são tão simples e nem tão parecidas com as do ônibus, ou de um
elevador. O equipamento possui tal importância para a circulação, que se
uma delas estiver poucos milímetros aberta, a composição não parte da
plataforma!. Isso se da a diversos acidentes que ocorreram no passado
que provocaram até óbitos.
O ato de correr e segurar a porta foi alguns desses motivos. Alguns
anos atras, um usuário morreu depois que seu tornozelo ficou preso na
base da porta e seu corpo do lado de fora, não se sabe se ele tentava
sair ou entrar do trem.
Mas por que a porta prendeu o pé desse usuário?
Para responder, vamos conhecer o funcionamento das portas mais
antigas, mas ainda usadas no sistema metropolitano de transporte sobre
trilhos. Com o uso de trens metropolitanos (suburbanos, metrôs, média e
pequenas distancias) com diversas portas por carro, mas comum 04 de cada
lado. Os trens foram adquirindo sistemas automáticos, acionadas apenas
por um botão.
A principio os trens possuíam o sistema de automatização via ar
comprimido, ou seja, a pneumática prevaleciam nesses trens, assim como
nos ônibus. As portas possuíam um pistão que eram comandados por uma
válvula eletromagnética por carro. Quando o maquinista aciona o botão de
fechamento de portas na cabine, a válvula é acionada e permite a
passagem de ar para o sentido de fechamento do maquinário. O embolo do
pistão empurra uma das folhas de portas (são constituídas de 02 folhas,
uma a esquerda e outra a direita). Assim a porta era fechada.
Opa! Mas você deve estar se perguntando, o pistão fechou uma das folhas, e a outra?
Aí que entra a diferença das portas. Com isso a confiabilidade e
segurança entre uma e outra. No caso do óbito comentado acima, a porta
possuía um sistema de conjugação (sincronização) por Correia. Isso
mesmo, igual aquela Correia sem dente que tem no carro. Cada folha de
porta é sustentada por 02 carrinhos num trilho superior ao vão da porta,
onde todo o sistema da porta fica.
O grande problema desse sistema é a existência de folga, qual deve
existe para facilitar a transmissão da força de abertura de portas, e as
correias poderiam se “esticar” como é próprio dessas correias. Com isso
as portas poderiam sofrer algumas alterações não desejáveis no
fechamento das mesmas. Como no caso, a abertura da base da porta,
formando quase que uma letra A.
O outro sistema de transmissão mais eficaz é o que usa uma barra de
rosca sem-fim que faz a conjugação das folhas de portas. Nesse sistema a
folha fica apoiada na barra e não permite movimentos angulares das
folhas. O pistão, da mesma forma fica fixo numa das folhas e quando
acionado empurra a folha de porta, que fixada na barra a faz girar e
consequentemente abrir a outra folha.
Nesse ultimo sistema foi desenvolvido e implantado um motor elétrico
acoplado a esse fuso, tirando assim o pistão pneumático, e trazendo à
porta, mais força e confiabilidade no funcionamento. Até aqui se
assemelha com o funcionamento de uma porta de elevador ou de um ônibus.
A partir de agora, vamos falar da parte mais vital da porta, o
sistema que fala para o trem se ele pode ou não partir, ou se está ou
não fechada. Se trata dos microswitch que são acionados para indicar o
status da porta. O acionamento desses micros, necessitam de um ajuste
fino na porta, pois os mesmos são sensíveis e necessitam estar
corretamente posicionados para manter o funcionamento correto da porta.
Cada porta possui no mínimo 03 micros estrategicamente posicionados
para dar alguma indicação ao trem. Eles são responsáveis por indicar se a
porta está aberta, fechada ou fechada e travada. Esta ultima condição
diz ao trem se pode ou não partir.
Não irei indicar o ponto exatos desses micros nem como aciona-los por
motivo de segurança. Assim como também não abordarei de outros micros
que afetam no funcionamento da porta. Toda a porta passa por certos
ajustes para funcionar corretamente. Cada folha de porta tem seu ajuste
mecânico nos mancais de sustentação, qual cuidam dos ajustes de altura e
angulo da folha. Definidos as dimensões corretas que as portas ficam, é
feito os ajustes nos micros, posicionando-os corretamente onde a porta
irá acioná-los.
Com o trem em circulação normal, há grandes incidências de vibrações,
que por si só causam o desajuste da regularem feita na porta. Quando um
usuário permanece encostado nela, primeiro movimento que faz é empurrar
a porta para o lado externo do trem, até aí tranquilo, pois a porta
ficará “travada” com o usuário empurrando para a estrutura da caixa do
carro. Mas se você gosta de ficar apoiado assim, preste muita atenção
nas paradas e se equilibre bem para não se movimentar lateralmente na
porta. Caso isso ocorra, sim há grande possibilidade de desregular os
ajustes feitos na porta. Pois você estará empurrando a porta podendo
causar a quebra se um dos mancais de sustentação. Além de provocar a
inclinação da porta, podendo indicar uma porta aberta.
Segurar a porta, jamais, isso é muito perigoso e problemático!
Apesar do avanço da tecnologia com as portas conseguindo detectar a
presença de um obstáculo no percurso da porta, e efetuado o reciclo de
fechamento da mesma (abrindo novamente e fechando em seqüência), quando
você segura a porta, ocorre uma sobrecorrente no motor da porta, podendo
levar a queima do motor ou do modulo de comando da porta. Levando a
porta apresentar falha, até levando a supressão do trem. Imagina, você
sendo responsável por retirar um trem de operação no horário de pico???
Curiosidade, quando a porta está fechando, ela possui uma força pré-configurada para fechá-la. Quando ela detecta algum obstáculo no fechamento, ela volta e tenta fechar com o dobro da força.
UMA BELA SENHORA QUE TRAFEGOU POR ESTE BRASIL. NÃO PERCA EM AGOSTO “A VELHA SENHORA” MAIS UMA HISTÓRIA PARA SE EMOCIONAR.
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