No pátio de manutenção do Metrô no Jabaquara, parte dos vagões de dois trens está coberta por uma lona laranja. O plástico tenta esconder o resultado de um acidente ocorrido no sábado 1º, quando uma composição reformada se moveu sozinha e colidiu de frente com outro veículo que estava parado para revisão. Não houve feridos, mas a face dianteira e o interior do trem remodelado ficaram completamente destruídos.
O acidente na doca não deve representar problemas imediatos de segurança na linha azul do metrô, mas a omissão do episódio pela empresa desperta desconfianças. O caso se tornou público apenas na terça-feira 4, por pressão de uma denúncia do Sindicato dos Metroviários. E o episódio se junta a outro semelhante: a estatal escondeu por quatro meses a perda de mais de 15 mil caixas de seus documentos em um incêndio criminoso em julho. Só revelou o ocorrido no sábado, quando, coincidentemente, evitou passar informações sobre a colisão.
Este acidente envolve ainda outro aspecto polêmico. O trem responsável pelo choque foi reformado com outros veículos pelo consórcio Alstom/Siemens, o que levanta questionamentos sobre se há uma relação entre a colisão e as remodelações. Por enquanto, a Comissão Permanente de Segurança (Copese), composta por integrantes da manutenção, projeto e operação, investiga o caso e deve emitir um relatório entre 15 e 30 dias.
Até lá, a empresa não especula sobre as causas do acidente. “Não comento se a culpa foi da se modernização. Pode ser ou não, depende do relatório da Copese”, diz Milton Gioia, gerente de manutenção do Metrô, durante uma visita do deputado estadual Simão Pedro (PT) ao pátio no Jabaquara, na quarta-feira 5.
Não se sabe ainda o tamanho do prejuízo ou se há influência da reforma, mas o consórcio vencedor da licitação de remodelação entrou na mira do Ministério Público. Conforme CartaCapital divulgou em junho, o órgão instaurou inquérito para apurar os suspeitos contratos firmados pelo Metrô com as empresas responsáveis por este serviço. Em 2009, a estatal decidiu abrir concorrência para reformar 98 trens, alguns com mais de 30 anos de uso, ao custo total de 1,75 bilhão de reais. Na prática, o valor de cada composição reformada equivale a 86% do preço de um trem novo.
Embora o Metrô evite especulações, entre os técnicos da empresa, que pediram para não serem identificados, a tese mais defendida é que o problema deriva da reforma do sistema e dos trens. Segundo eles, o sistema possui três modos de emergência: o “homem morto”, alavanca e botão de emergência. A falha teria ocorrido no “homem morto”, que para imediatamente o trem caso o operador solte um dos controles. No momento do acidente, um operador havia acabado de deixar a cabine do trem remodelado.
Trabalhadores que presenciaram o choque relatam que a composição atingiu cerca de 15 quilômetros por hora e quase atingiu um técnico de manutenção. “Se fosse durante a semana, haveria vítimas porque poderiam ter pessoas trabalhando embaixo do trem. Foi gravíssimo”, disse um funcionário da estatal que não quis se identificar.
O veículo estava em uma parte dos trilhos alimentada automaticamente por eletricidade, o que pode ter contribuído para o incidente, de acordo com os técnicos do Metrô. Quando o operador fechou a porta, o sistema teria entendido que a ordem era para acelerar. Caso estivesse nos trilhos das docas de manutenção, isso não seria possível, pois a energia no local é acionada manualmente.
O acidente na doca não deve representar problemas imediatos de segurança na linha azul do metrô, mas a omissão do episódio pela empresa desperta desconfianças. O caso se tornou público apenas na terça-feira 4, por pressão de uma denúncia do Sindicato dos Metroviários. E o episódio se junta a outro semelhante: a estatal escondeu por quatro meses a perda de mais de 15 mil caixas de seus documentos em um incêndio criminoso em julho. Só revelou o ocorrido no sábado, quando, coincidentemente, evitou passar informações sobre a colisão.
Este acidente envolve ainda outro aspecto polêmico. O trem responsável pelo choque foi reformado com outros veículos pelo consórcio Alstom/Siemens, o que levanta questionamentos sobre se há uma relação entre a colisão e as remodelações. Por enquanto, a Comissão Permanente de Segurança (Copese), composta por integrantes da manutenção, projeto e operação, investiga o caso e deve emitir um relatório entre 15 e 30 dias.
Até lá, a empresa não especula sobre as causas do acidente. “Não comento se a culpa foi da se modernização. Pode ser ou não, depende do relatório da Copese”, diz Milton Gioia, gerente de manutenção do Metrô, durante uma visita do deputado estadual Simão Pedro (PT) ao pátio no Jabaquara, na quarta-feira 5.
Não se sabe ainda o tamanho do prejuízo ou se há influência da reforma, mas o consórcio vencedor da licitação de remodelação entrou na mira do Ministério Público. Conforme CartaCapital divulgou em junho, o órgão instaurou inquérito para apurar os suspeitos contratos firmados pelo Metrô com as empresas responsáveis por este serviço. Em 2009, a estatal decidiu abrir concorrência para reformar 98 trens, alguns com mais de 30 anos de uso, ao custo total de 1,75 bilhão de reais. Na prática, o valor de cada composição reformada equivale a 86% do preço de um trem novo.
Embora o Metrô evite especulações, entre os técnicos da empresa, que pediram para não serem identificados, a tese mais defendida é que o problema deriva da reforma do sistema e dos trens. Segundo eles, o sistema possui três modos de emergência: o “homem morto”, alavanca e botão de emergência. A falha teria ocorrido no “homem morto”, que para imediatamente o trem caso o operador solte um dos controles. No momento do acidente, um operador havia acabado de deixar a cabine do trem remodelado.
Trabalhadores que presenciaram o choque relatam que a composição atingiu cerca de 15 quilômetros por hora e quase atingiu um técnico de manutenção. “Se fosse durante a semana, haveria vítimas porque poderiam ter pessoas trabalhando embaixo do trem. Foi gravíssimo”, disse um funcionário da estatal que não quis se identificar.
O veículo estava em uma parte dos trilhos alimentada automaticamente por eletricidade, o que pode ter contribuído para o incidente, de acordo com os técnicos do Metrô. Quando o operador fechou a porta, o sistema teria entendido que a ordem era para acelerar. Caso estivesse nos trilhos das docas de manutenção, isso não seria possível, pois a energia no local é acionada manualmente.
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