O Governo do Estado mudou de estratégia para tentar tirar do papel a
Linha 18-Bronze, que ligará o Grande ABC ao
sistema metroviário da Capital. Após esperar por um ano e três meses
pelo aval do Governo Federal para captação de dinheiro internacional
para início das desapropriações, a gestão paulista agora aposta na
renegociação da dívida com a União para obter nova classificação na
relação de capacidade de endividamento e, com isso, poder contrair
empréstimos junto a bancos nacionais.
Com edital publicado em Julho de 2013 e contrato assinado em agosto
de 2014, a obra tinha como prazo inicial o fim de 2018. O prazo foi
descartado oficialmente no fim de 2015, quando o ex-governo de Dilma
Rousseff indicou que questões técnicas sobre o monotrilho (modal
escolhido para a Linha 18-Bronze) e problemas financeiros do governo paulista
inviabilizariam autorização para que a gestão Geraldo Alckmin pudesse obter empréstimo internacional de US$ 182,7 milhões. A nova meta
é inaugurar o Metrô no Grande ABC em 2021.
Em entrevista exclusiva ao Diário do Grande ABC, o secretário estadual de
Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni, disse que a
repactuação da dívida dos Estados com a União trouxe outras perspectivas
de negociações para a Linha 18-Bronze.
“Teremos prazo estendido para pagar nosso passivo em 20 anos. Com
isso, o Estado volta a ter carta de crédito para obter empréstimos.
Nossa intenção agora é conversar com bancos nacionais, buscar linhas de
créditos no País. Estimamos que sejam necessários R$ 600 milhões para as
desapropriações para começar os trabalhos no início do próximo ano. Com
o canteiro colocado, o prazo de entrega é de quatro anos (em 2021)”,
afirmou Pelissioni, após audiência com o presidente da Comissão de
Transportes da Assembleia Legislativa, Deputado Estadual Orlando Morando.
O titular de Transportes Metropolitanos discorreu que fez reunião com
técnicos do Banco do Brasil e que vai procurar a Caixa Econômica
Federal para analisar as linhas de crédito oferecidas por essas
instituições. Também buscará recursos do BNDES para a obra na região. “Outro fator
que nos traz otimismo é o fato de o Presidente da República Michel Temer nomear um técnico do Metrô para a Secretaria Nacional de
Mobilidade Urbana (o ex-diretor da estatal José Roberto Generoso).”
A Linha 18-Bronze tem programação de 15,7 km de extensão,
passando por Santo André, São Bernardo, São Caetano e São Paulo, ao
custo de R$ 4,26 bilhões, divididos entre recursos públicos e do
Consórcio Vem ABC, privado.
Morando questionou a postura do ex-governo Dilma com relação à Linha 18-Bronze.
“O projeto continua vivo, ao contrário dos que achavam que estava
enterrado. Vejo que agora (com Temer) há boa vontade. Nos anos de Lula e
Dilma não se investiu no Metrô de São Paulo, apenas no Ceará, Brasília
ou Porto Alegre.”
Grupo italiano sinaliza interesse para a operação do Monotrilho
O Grupo Gavio, um dos maiores conglomerados de empresas de gestão de
rodovias na Itália, manifestou interesse em investir na obra e,
posteriormente, realizar a operação da Linha 18-Bronze
(Tamanduateí-Djalma Dutra).
A holding italiana fez aporte financeiro no Grupo Privam, uma das
companhias que compõem o Consórcio Vem ABC, parte privada da PPP. O bloco ficará responsável por arcar com R$
1,92 bilhão do projeto do Metrô na região.
“Esse tipo de investimento traz segurança também que o setor privado
dará conta de construir o modal”, salientou o secretário estadual de
Transportes Metropolitanos, Clodoaldo Pelissioni. O Consórcio Vem ABC é
composto também pelas empresas, Encalso, Cowan e a Benito Roggio.
Críticas Federais
Quando a União travou análise do aval ao pedido de empréstimo
internacional para o Estado, o então secretário nacional de Mobilidade
Urbana, Dario Rais Lopes, indicou que o governo federal não tinha
segurança de que o modal de monotrilho era o indicado para a Linha 18-Bronze.
Lopes, em novembro, afirmou que seria necessário estudo sobre as Linhas
15-Prata (Terminal Vila Prudente-Iguatemi) e 17-Ouro (que ligará
Congonhas ao Estádio do Morumbi) antes de viabilizar recursos para a
Linha 18-Bronze.
“A Linha 15-Prata é um sucesso. Funciona que é uma maravilha. Não temos
críticas. O Monotrilho está em operação em duas estações, das 6h às 20h.
É um sucesso na Linha 15-Prata, será um sucesso na Linha 18-Bronze”, concluiu
Pelissioni.
Fonte da Notícia: Diário do Grande ABC
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