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segunda-feira, 11 de julho de 2016

Novos trens da Frota P estão sem uso nos pátios da Linha 5-Lilás

Vídeos produzidos pelo Sindicato dos Metroviários de São Paulo mostram uma frota de trens comprados pelo Governo Geraldo Alckmin, a partir de 2013, para atender aos usuários da Linha 5-Lilás do Metrô, que liga o Capão Redondo a Adolfo Pinheiro, na Zona Sul de São Paulo, que segue sem uso e fica estacionada ao longo do trecho de circulação. Nas imagens é possível identificar 12 dos 26 trens da Frota P, comprados por R$ 630 milhões, mas que nunca foram colocados em serviço porque o sistema de operação é incompatível com o sistema das vias. Parte dos trens está parada no Pátio Capão Redondo.
 
As composições identificadas nos vídeos são: P21, P12, P34, P15, P22, P10, P19, P16, P20, P11, P18 e F02. Não é possível ver a identificação de alguns trens. Segundo os metroviários, há ainda dez trens da Frota P parados na fábrica da CAF, em Hortolândia, interior de São Paulo. “O Governo Alckmin paga aluguel para a empresa para manter essas composições lá. Mas não há transparência sobre quanto é pago, nem há quanto tempo”, disse o presidente do Sindicato dos Metroviários, Altino de Melo Prazeres Júnior.

O motivo de o Governo Alckmin ter adquirido esses trens sem ter como utilizá-los é objeto de investigação do Ministério Público Estadual, desde o ano passado. “Você compraria dois carros com objetivo de usar um e deixar o outro parado em casa? Talvez quando quebrasse uma peça de um ir lá retirar do outro? Não, ninguém faria isso. Então o Governador precisa explicar por que comprou composições sem perspectiva de uso”, afirmou Altino.

Outra preocupação dos trabalhadores é que a garantia das composições é de quatro anos, mas, como eles não foram usados, perderam-na. Tem havido oxidação e desgaste na parte externa dos trens, por conta da exposição às intempéries. Além disso, componentes sem uso se degradam, levando à possibilidade de os trens apresentarem falhas quando começarem a ser colocados em uso.

“É dinheiro público jogado fora. Não tem planejamento, não tem prioridade ao transporte público. Agora precisa ver qual foi o objetivo de gastar tanto dinheiro em uma coisa que não poderia ser utilizada pela população”, afirmou Altino, cobrando apuração do caso.

A ferrovia está sendo construída desde 1998, quando era a Linha F da CPTM. Após inúmeras alterações no prazo de entrega das 17 estações, que vão ligar o Capão Redondo à Chácara Klabin, integrando-se com a Linha 2-Verde, a previsão atual de conclusão é 2018. Nem mesmo o pátio de estacionamento Guido Caloi, que abrigaria a Frota P, foi concluído.

A Linha 5-Lilás transportou 269 mil passageiros por dia, em média, em 2015. E o atendimento é feito por oito trens da Frota F, de 2001. Embora o trecho seja curto, com sete estações e 9,6 km de extensão, não tendo condições de receber muitas composições, o principal problema é que os trens da Frota F operam como o sistema ATO, incompatível com o sistema CBTC dos trens novos da Frota P. A principal diferença é que o CBTC permite reduzir a distância entre os trens, agilizando a circulação.

Procurado, o Metrô não se manifestou.

Fonte da Notícia: Rede Brasil Atual

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